A Literatura
Dissertações: A Literatura. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: folla • 3/5/2014 • 9.997 Palavras (40 Páginas) • 270 Visualizações
A literatura expressionista desenvolveu-se em três fases principais: de 1910 a 1914, de 1914 a 1918 –coincidindo com a guerra– e de 1918 a 1925. Aparecem como temas destacados –assim como na pintura– a guerra, a urbe, o medo, a loucura, o amor, o delírio, a natureza, a perda da identidade individual, etc. Nenhum outro movimento até a data apostara de igual maneira pela deformidade, a doença e a loucura como o motivo das suas obras. Os escritores expressionistas criticaram a sociedade burguesa da sua época, o militarismo do governo do cáiser, a alienação do indivíduo na era industrial e a repressão familiar, moral e religiosa, pelo qual se sentiam vazios, sós, entediados, numa profunda crise existencial. O escritor apresenta a realidade do seu ponto de vista interior, expressando sentimentos e emoções mais do que impressões sensitivas. Já não se imita a realidade, não se analisam causas nem fatos, mas o autor busca a essência das coisas, mostrando a sua particular visão. Assim, deformam a realidade mostrando o seu aspecto mais terrível e descarnado, adentrando-se em temáticas até então proibidas, como a sexualidade, a doença e a morte, ou enfatizando aspectos como o sinistro, o macabro, o grotesco. Formalmente, recorrem a um tom épico, exaltado, patético, renunciando à gramática e às relações sintáticas lógicas, com uma linguagem preciso, cru, concentrado. Procuram a significação interna do mundo, abstraindo-o numa espécie de romantismo trágico que vai do misticismo socializante de Werfel ao absurdo existencial de Kafka. O mundo visível é uma prisão que impede atingir a essência das coisas; se tem de superar as barreiras do tempo e do espaço, à procura da realidade mais "expressiva".[117]
Os principais precursores da literatura expressionista foram Georg Büchner, Frank Wedekind e o sueco August Strindberg. Büchner foi um dos principais renovadores do drama moderno, com obras como A morte de Danton (Dantons Tod, 1835) e Woyzeck (1836), que se destacam pela introspeção psicológica das personagens, a reivindicação social das classes desfavorecidas e uma linguagem entre culta e coloquial, misturando aspectos cômicos, trágicos e satíricos. Wedekind evoluiu do naturalismo para um tipo de obra de tom expressionista, pela sua crítica à burguesia, a rapidez da ação, os reduzidos diálogos e os efeitos cênicos, em obras como O despertar da Primavera (Frühlings Erwachen, 1891), O espírito da terra (Erdgeist, 1895) e A caixa de Pandora (Die Büchse der Pandora, 1902). Strindberg inaugurou com Camino de Damasco (Till Damaskus, 1898) a técnica estacional seguida pelo drama expressionista, consistente em mostrar a ação por estações, períodos que determinam a vida das personagens, num senso circular, pois as suas personagens intentam resolver as suas problemas sem o lograr.[118]
O expressionismo foi difundido por revistas como Der Sturm e Die Aktion, bem como o círculo literário Der Neue Club, fundado em 1909 por Kurt Hilher e Erwin Loewenson, reunindo-se no Neopathetisches Cabaret de Berlim, no qual realizavam leituras de poesia e davam conferências. Mais tarde Hiller, por desavenças com Loewenson, fundou o cabaré literário GNU (1911), que desempenhou o papel de plataforma para difundir a obra de novos escritores. Der Sturm apareceu em Berlim em 1910, editada por Herwarth Walden, sendo centro difusor da arte, a literatura e a música expressionistas, contando também com uma editorial, uma livraria e uma galeria artística. Die Aktion foi fundada em 1911 em Berlim por Franz Pfemfert, com uma linha mais comprometida politicamente, sendo um órgão da esquerda alemã. Outras revistas expressionistas foram Der Brenner (1910-1954), Die weißen Blätter (1913-1920) e Das junge Deutschland (1918-1920).[119]
A Primeira Guerra Mundial implicou uma forte comoção para a literatura expressionista: enquanto alguns autores consideraram a guerra como uma força arrasadora e renovadora que acabaria com a sociedade burguesa, para outros o conflito cobrou tintes negativos, plasmando na sua obra os horrores da guerra. No pós-guerra, e em paralelo ao movimento da Nova Objetividade, a literatura adquiriu maior compromisso social e de denúncia da sociedade burguesa e militarista que levou a Alemanha ao desastre da guerra. As obras literárias desta época adquiriram um ar documental, de reportagem social, perceptível em obras como A montanha mágica (1924) de Thomas Mann e Berlim Alexanderplatz (1929) de Alfred Döblin
O expressionismo foi um movimento artístico que surgiu no final do século XIX e início do século XX como uma reação à objetividade do impressionismo, apresentando características que ressaltavam a subjetividade.
Suas origens são os desdobramentos do pós-impressionismo, principalmente através de Vincent Van Gogh, Edvard Munch e Paul Klee. De fato, a noção do expressionismo foi empregada pela primeira vez em 1911, na revista Der Sturm ('A Tempestade'), marcando uma oposição clara ao impressionismo francês.
A visão expressionista encontra suas fontes na defesa à expressão do irracional, dos impulsos e das paixões individuais. No expressionismo, não há uma preocupação em relação à objetividade da expressão, mas sim, com a exteriorização da reflexão individual e subjetiva dos artistas. Em outras palavras, não se pretende, simplesmente, absorver o mundo e reproduzi-lo, mas sim, recriá-lo. Entre suas características, podemos citar: o distanciamento da figuratividade, o uso de traços e cores fortes, a imitação das artes primitivas, etc.
Tal movimento desenvolveu-se grandemente na Alemanha, especificamente no período após a Primeira Guerra Mundial, sendo um importante instrumento para a realização de denúncias sociais, especialmente em um momento que, politicamente, os valores humanos eram o que menos importava. Na América Latina, o movimento manifestou-se como uma via de protesto político.
O expressionismo também foi marcante na literatura, cinema e teatro. No Brasil, o movimento encontrou sua máxima representação através da pintura, especialmente por meio de artistas como Anita Malfatti, Lasar Segall e Osvaldo Goeldi.
Impressionismo e Literatura.
O impressionismo passou a ser “engajado” na Literatura a partir de dois irmãos, Edmond e Jules de Goncourt, para que fosse designada a “escrita artística”, e que mostrava retratar a realidade cotidiana com uma linguagem bastante exata baseada em pensamento científico, voltada para o estado da alma dos personagens, buscava tentar “figurar” o estado que o personagem estava e da mesma forma os estados sutis da atmosfera.
Nasce então, um novo tipo de linguagem em que o
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