A Revolução Industrial
Por: 74466 • 10/6/2019 • Abstract • 2.442 Palavras (10 Páginas) • 152 Visualizações
Introdução
A revolução industrial é um termo constantemente utilizado para representar as transformações econômicas, tecnológicas e sociais que aconteceram no decorrer da história.
As revoluções industriais estão muito relacionadas com as mudanças no meio de produção e organização de trabalho, sendo que cada uma delas é considerada como um grande divisor de períodos da história humana. Hoje é mais comum citarmos quatro grandes revoluções industriais, cada uma com suas características e impactos na sociedade: a primeira ocorrida no século XVIII com a máquina a vapor; a segunda marcada pelo descobrimento de novas fontes energéticas e ocorreu entre meados do século XIX até o início do século XX (período semelhante à Belle Époque); a terceira teve como o marco a microeletrônica e a internet impulsionadas pela Guerra Fria e por último temos a quarta revolução industrial que está em curso que é caracterizada pela grande presença da alta tecnologia na automação do trabalho.
Todas elas causaram grandes impactos na vida humana, mas em especial a primeira, que tratarei neste trabalho, foi importante devido ao fato de representar o início de um processo continuo de transformações que se estende até os dias atuais. Foi a primeira vez que o mundo experimentou um salto tão grande na produção e uma mudança tão severa no modo de vida.
Como a antiga organização feudal da indústria já não podia satisfazer as necessidades da população, tanto que os trabalhadores independentes que produziam através de um processo manual foi substituída pela manufatura que com a utilização de pessoas e máquinas foi possível elevar de forma exponencial a produção.
Tal evento foi o movimento primeiro para uma gama de consequências que marcariam a época, sendo que dentre elas podemos citar o surgimento das primeiras industrias, a geração de grandes quantidades de lixo, o aumento da poluição atmosférica, a apropriação excessiva dos recursos naturais e a exploração da força de trabalho humana.
Sobre essas características que foram construídos os vários pilares da nossa organização política e sociais, tais quais causaram impactos muito presentes e marcantes na nossa vida, sendo eles bons ou ruins.
A substituição dos artesãos e a divisão de trabalho
É possível dizer que poucos eventos foram tão impactantes na história da humanidade coma a 1ª Revolução Industrial, que tendo como marco a invenção da máquina à vapor, foi o momento em que a indústria passou a dominar a economia impulsionando a urbanização, a produção, a riqueza e levando a uma grande mudança nas relações sociais e econômicas.
Antes da Revolução Industrial, a maioria das pessoas residia em pequenas comunidades rurais onde a agricultura servia como a principal forma de sustento. A vida para a pessoa comum era difícil, pois os rendimentos eram escassos e a desnutrição e a doença eram comuns. Era necessário que as atividades girassem ao redor da autossuficiência e as pessoas produziam a maior parte de seus bens de consumo.
O processo de produção era realizado em sua maior parte em casas ou pequenas lojas rurais, usando ferramentas manuais ou máquinas simples.
Porém, quando esse modelo de produção tornou-se incapaz de manter-se e também de garantir um espaço onde houvesse recursos para todos foi tratada de ser substituída para suprir as necessidades da população e do comércio “A antiga organização feudal da indústria [...] já não podia satisfazer às necessidades que cresciam com a abertura de novos mercados. A manufatura a substituiu” como explicaram Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto Comunista.
A Revolução Industrial também trouxe novas dinâmicas de trabalho, como a divisão de funções em uma mesma corporação (ou apenas divisão de trabalho), que aumentou a produção levando também a especialização do trabalhador em determinada tarefa. Assuntos que viriam a ser analisados para compor as teorias de um dos maiores economistas que o mundo já conheceu: Adam Smith.
Para esse escocês a divisão de trabalho era uma organização por meio da qual um indivíduo busca realizar uma tarefa particular em um trabalho compartilhado por várias pessoas. Smith via a linha de produção como uma máquina de ganhar dinheiro “O maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho parece ter sido resultado da divisão de trabalho”. Segundo ele, dez trabalhadores encarregados de produzir alfinetes teriam dificuldades em produzir 200 unidades em um único dia, porém se cada uma dessas pessoas fosse encarregada de diferentes tarefas seria possível no mesmo período de tempo produzir cerca de 48 mil alfinetes.
Esses dados podem ser confirmados com os dados do gráfico abaixo que mostra a evolução do Produto Mundial Bruto no decorrer dos séculos. Podemos observar após quase dois milênios sem “nada” um crescimento explosivo após a Revolução Industrial (sobretudo na segunda e na terceira pois esse fenômeno deixou de ser restrito a apenas uma pequena parcela da Europa).
Produto Mundial Bruto nos últimos dois milênios (dólares internacionais de 2011)[pic 1]
[pic 2]
O aparecimento das fábricas para Smith, foi um dos acontecimentos que tiveram mais importância para esse salto monetário. A fábrica foi uma invenção que aumentou muito a especialização e também elevou absurdamente a produtividade. Em nenhum outro momento antes na história havia se produzido tantas mercadorias como passou a ocorrer com a Revolução Industrial.
Grã-Bretanha: berço da revolução industrial
Alguns fatores foram muito importantes para o pioneirismo da Grã-Bretanha no processo de revolução industrial. A explosão populacional que ocorria não apenas lá, mas na Europa como um todo, foi um fato fundamental para a Inglaterra somar alguns milhões de pessoas na sua população que chegou a cerca de 9 milhões de indivíduos em 1700. Tantas pessoas acabaram por disponibilizar um excesso de mão-de-obra barata que permitiu a expansão do comércio e o grande acumulo de capital.
Ao mesmo tempo, a crescente população levou a formação de um importante mercado interno, estimulando a produção de bens de consumo em massa na Inglaterra. Por outro lado, as mudanças que ocorriam foram induzindo novas inovações para tornar a fabricação mais eficiente.
O aumento da demanda por produtos britânicos aliada com a necessidade de sustentar a crescente população levaram os comerciantes à métodos de produção mais econômicos culminando no aumento da mecanização e do sistema de fábricas.
A Inglaterra era um país que possuía muitas reservas de carvão mineral, sendo essa a principal fonte de energia para que as máquinas à vapor funcionassem. Tinham também o minério de ferro, a matéria-prima utilizada naquele período.
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