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A Rosa Púrpira do Cairo

Por:   •  15/7/2015  •  Resenha  •  591 Palavras (3 Páginas)  •  254 Visualizações

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O filme americano, “
A Rosa Púrpura do Cairo”, gravado em 1985, do gênero cómedia, conta a história de um amor mágico. Em área pobre de Nova Jersey, durante a grande recessão econômica pós-guerra, Cecíla, uma gaçonete doce e sensível,  que sustenta seu  marido, Monk, um alcoólatra, que vive nas ruas jogando poker com os seus amigos e que só sabe ser violento e grosseiro. O cinema por ser a única forma de entretenimento, foi um escape para a vida cinzenta de Cecília. Ao assistir o filme que está em cartaz pela quinta vez o protagonista, ideal de sonho feminino, Tom Baxter, sair da tela por perceber sua presença constante e por estar entediado com a vida que leva dentro do filme, o que causa grande tumulto no mundo cinematográfico. Tom, revela seu amor e finalmente pôde conhecer a vida real com Cecília.
Gil Sheperd, ator que deu vida a Tom Baxter, ao saber do ocorrido viaja para Nova Jersey e vai atrás de Cecília, fazendo ela se apaixonadar por ele também. Gil, faz com que Cecília prefira ficar com ele, mas o ator está mais preocupado com a sua carreira do que o amor de Cecília, então, ela se vê obrigada a abandonar esse sentimento. Ao sair do cinema, percebe que um filme novo está entrando em cartaz e assim, inicia-se um novo ciclo.
Diferentemente, no filme, Cecília, depois de várias sessões de cinema passa a interagir com o filme. Chegando a acreditar que personagem do filme está apaixonado por ela. Segundo Theodor Adorno, os meios de comunicação em massa como a TV e o cinema, nos distanciam da realidade, nos apresentando uma realidade fictícia, ilusória e, portanto, alienante. Para Adorno, a cultura de massa é capaz de mudar nossa percepção. Ou seja, faz-nos ter uma percepção mais superficial realidade, afastando-nos de nossas capacidades reflexivas e do pensamento crítico e analítico. No filme, não só Cecília passa a ter os personagens do filme como reais, mas toda a sociedade, pois todos estão submersos na cultura de massas.  Entretanto, no filme percebemos que a vida de Cecília muda totalmente depois que ela passa a assistir tantas vezes ao mesmo filme. Cecília deixa o marido, sai de casa, perde o emprego, e mesmo assim está feliz. Ela está motivada pela paixão que nutre pelo personagem de um filme que, passa a fazer parte do seu cotidiano. O filme é ótimo para percebermos como a sociedade é influenciada pelos meios de comunicação. E como o comportamento das pessoas pode mudar depois de estarem imersas na cultura de massa. As consequências da influência do cinema na vida da garçonete acabam por levá-la a perder o emprego, deixar seu marido e, por fim, ficar sem seu grande amor. O que lhe resta é voltar ao cinema e se contentar com a felicidade de personagens como se fosse a dela mesma. O efeito da Indústria Cultural sobre a personagem que acaba perdendo a noção do que é real e o que é fictício quando exposto às histórias fantasiosas. Cecíla não deu conta dessa influência, pois não analisava o que via nas telas, mas, apenas, consumia as obras cinematográficas.
Cecília, por ser alienada devido a massa cultural e consumidora de filmes, que busca na magia do cinema o conforto que não tem em sua vida real, é levada, pela indústria cultural, a consumir mais um filme, “A Rosa Púrpura do Cairo”, sendo uma fantasia romântica, foge ao fácil final feliz, preferindo deixar-nos com aquilo que de mais nobre o cinema tem: a capacidade de nos fazer sonhar.

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