A Semana De Arte Moderna
Pesquisas Acadêmicas: A Semana De Arte Moderna. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AlcaponeCorleone • 27/5/2013 • 976 Palavras (4 Páginas) • 1.416 Visualizações
A Semana de Arte Moderna
A semana de arte moderna foi um evento ocorrido em São Paulo no ano de 1922 no período entre 11 e 18 de Fevereiro no Teatro Municipal da cidade, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Durante os sete dias ocorreu uma exposição modernista no Teatro juntamente com apresentações de poesia, música e palestras sobre a modernidade. Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. Inspirados pelos movimentos de vanguarda europeus, (dadaísmo, expressionismo, cubismo, surrealismo) artistas e escritores brasileiros começam a se articular a fim de delimitar novas fronteiras artísticas. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. Há rumores que o idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Alguns escritores que participaram da Semana: Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, Graça Aranha, Menotti Del Picchia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, e Guilherme de Almeida. Na pintura expuseram: Victor Brecheret, Alberto Martins Ribeiro, Anita Malfatti, Antônio Paim Vieira, Di Cavalcanti, Inácio da Costa Ferreira, John Graz, Oswald Goeldi, Vicente do Rego, Wilhelm Haarberg, entre outros. Entre os pintores destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. As exposições de Anita Malfatti com suas obras influenciadas pelos movimentos do cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época e gerou uma grande polêmica. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, a reação, mais forte, veio com a crítica de Monteiro Lobato para o jornal “O Estado de São Paulo”, que veio com a notícia: Paranoia ou Mistificação? Monteiro Lobato critica vigorosamente as inovações na pintura de Anita e cria uma polêmica com os principais artistas do movimento modernista, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.
A Semana, realizada entre 11 e 18 de Fevereiro de 1922, foi à explosão de ideias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão, com este propósito experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura Ronald de Carvalho discursa sobre pinturas e esculturas modernas. A plateia começa a se manifestar. Diante dos zurros do público, Ronald de Carvalho desenvolve: “Cada um fala com a voz que Deus lhe deu”. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado “Os Sapos” de Manoel Bandeira, o público faz coro com muitas vaias e gritos atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. No dia 17 de Fevereiro, Villa Lobos fez uma apresentação musical. Mas quando ele entra no palco de casaca com um pé calçado com um sapato, e o outro com um chinelo, o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que entrou daquela forma devido a um calo inflamado em seu pé.
A Semana
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