Argumentação em conceitos Koha
Tese: Argumentação em conceitos Koha. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: juliogomes86 • 6/11/2014 • Tese • 3.752 Palavras (16 Páginas) • 365 Visualizações
ARGUMENTAÇÃO
A argumentação, na concepção de Koch, configura-se como uma atividade estruturante do discurso, pois marca as possibilidades de sua construção e lhe assegura a continuidade. Ela é a responsável pelos encadeamentos discursivos, articulando enunciados ou parágrafos, transformando-os em texto. A progressão do discurso faz-se, exatamente, através das articulações da argumentação (1993, p. 59). Assim, a argumentação dá-se a partir do raciocínio lógico, no qual o locutor mostra seu pensamento numa opinião progressivamente construída.
Argumentar, conforme Abreu, é convencer, ou seja, vencer junto com o outro, caminhando ao seu lado, utilizando as técnicas argumentativas com ética. É também motivar o outro a fazer o que se quer, mas deixando que ele faça isso com autonomia, a partir de sua própria escolha (2001, p. 93).
Segundo Vigner (1988), a argumentação consiste no conjunto de procedimentos lingüísticos utilizados no nível do discurso, a fim de sustentar uma afirmação, obter uma adesão ou justificar uma tomada de posição. Exemplos:
a) Sustentar uma afirmação: A esmola é necessária, porque é uma das formas de ação contra a miséria.
b) Obter uma adesão: Precisamos dar esmolas para não sermos cúmplices da pobreza que nos rodeia.
c) Justificar uma tomada de posição: Sou a favor da esmola, pois o nosso país precisa de solidariedade para sobreviver.
Para a construção de um texto argumentativo faz-se uso dos operadores argumentativos. Esses operadores unem as diferentes partes de um texto, contribuindo para a articulação das idéias e maior discursividade. Todo o texto argumentativo possui uma tese. A tese consiste na posição ideológica ou na conclusão geral a que se chega, quando se defende uma questão. É uma afirmação que o sujeito apresenta para a aprovação do interlocutor.
Argumentar é, em última análise, convencer ou tentar convencer mediante a apresentação de razões, em face da evidência das provas à luz de um raciocínio coerente e consistente.
CONDIÇÕES DA ARGUMENTAÇÃO
A argumentação deve basear-se nos princípios da lógica. Entretanto, nos debates, nas polêmicas, nas discussões que se travam a todo instante, na simples conversação, na imprensa, nas assembléias ou agrupamentos de qualquer ordem, nos parlamentos, a argumentação não raro se desvirtua, degenerando em “bate-boca” estéril, falacioso ou sofismático. “A legítima argumentação, tal como deve ser entendida, não se confunde com o isto. Ela deve ser, ao contrário, “construtiva na sua finalidade, cooperativa em espírito e socialmente útil. Embora seja exato que os ignorantes discutem pelas razões mais tolas, isto não constitui motivo para que homens inteligentes se omitam em advogar idéias e projetos que valham a pena. Homens mal-intencionados discutem por objetivos egoístas e ignóbeis, mas este fato deve servir de estímulo aos homens de boa vontade para que se disponham com maior freqüência e maior desassombro. O ponto de vista que considera a discussão como vazia de sentido e ausente de senso comum é não só falso, mas também perigoso, sob o ponto de vista social”.(J.R. Whitaker Penteado, op. Cit. , p. 233).
CONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS
A argumentação baseia-se em dois princípios essenciais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas. Destacaremos, no momento, apenas o segundo.
Evidência –(fatos, exemplos, dados estatísticos): - é a certeza a que se chega pelo raciocínio (evidência da razão) ou pela apresentação dos fatos (evidência de fato), independente de toda teoria.
São cinco os tipos mais comuns de evidência: os fatos propriamente ditos, os exemplos, as ilustrações, os dados estatísticos (números, tabelas, mapas etc.) e o testemunho.
a) Fatos – termo de sentido mais amplo, com que se costuma até mesmo designar toda a evidência – constituem o elemento mais importante da argumentação em particular assim como da dissertação ou explanação de idéias em geral. Os fatos evidentes ou notórios são os que mais provam. “Provo a deficiência da previdência social, citando o fato de contribuintes serem forçados a recorrer a hospitais particulares para operações ou tratamentos de urgência, porque o instituto da previdência a que pertencem não os pode atender em condições satisfatórias”.
b) Exemplos – são fatos típicos ou representativos de determinada situação. “O fato de o professor Tal se ver na contingência de dar, em colégios particulares dez ou mais horas diárias, é um exemplo típico dos sacrifícios a que estão sujeitos os membros do magistério no Brasil”.
c) Ilustrações – quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e entremeada de descrições, tem-se o que se chama de ilustrações. Existem duas espécies: a hipotética e a real. A primeira é invenção: narra o que poderia ocorrer em circunstâncias. Sua introdução no corpo da argumentação faz-se com naturalidade, numa forma verbal típica: “Suponhamos que o leitor(ouvinte) seja professor particular. Seu dia de trabalho começa ás 7 horas com sua primeira aula a uma turma de trinta alunos...” A narrativa segue de forma linear a fim de ilustrar a tese e tornar aceitável a conclusão.
O propósito desse tipo de ilustração é tornar a argumentação mais viva e mais expressiva, sobretudo se o tema fora abstrato. Entretanto, seu valor como prova é muito relativo e, em certos casos, até mesmo duvidoso. Já a ilustração real descreve ou narra em detalhes um fato verdadeiro. Ela vale por si mesma como prova por ser mais persuasiva. O que se espera é que ela de fato sustente, apóie ou justifique determinada argumentação. Para isso, é preciso que seja clara, objetiva, e relacione-se com a proposição.
d) Dados estatísticos – são fatos específicos com grande valor de convicção, constituindo quase sempre prova ou evidência incontestável. Porém, é preciso ter cautela na sua apresentação ou manipulação, já que sua validade é também muito relativa: com os dados estatísticos tanto se pode provar como refutar a mesma tese.
e) Testemunho – é ou pode ser o fato trazido à argumentação por intermédio de terceiros. Se autorizado ou fidedigno, seu valor de prova é inegável. Mas, sua eficácia é relativa: o mesmo fato presenciado por várias pessoas pode assumir proporções ou versões as mais diversas. Mesmo assim, apesar de suas falhas ou vícios, o testemunho continua a
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