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As Dicas de Redação

Por:   •  14/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  719 Palavras (3 Páginas)  •  96 Visualizações

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Dicas

Você tem só 28 linhas na sua redação! Acredite: isso é pouco!

Minha sugestão é ter algo parecido com esse esqueleto aqui:

  • Título
  • 5 linhas de introdução ao tema
  • 6 linhas do primeiro argumento
  • 6 linhas do segundo argumento
  • 6 linhas do terceiro argumento
  • 5 linhas de conclusão

Esse tipo de estrutura sempre funcionou superbem para mim, até porque me ajuda a organizar meus pensamentos na hora de fazer o rascunho e depois passar a redação para o papel oficial. É claro que eu faço algumas adaptações, quando preciso. Não é necessariamente sempre essa quantidade de linhas, mas é importante tentar manter esse equilíbrio.

Se o tema for cotas raciais, por exemplo. Vou pegar sua redação e dar meu toque glamourizador.

  • 5 linhas de introdução ao tema: trazer contexto histórico + apresentar os argumentos para defender ou questionar a legitimidade das cotas + trazer uma metáfora.

No Brasil, o sistema escravista aliava a servidão e o aprisionamento às questões étnico-raciais, com escravos majoritariamente “não-brancos”. O sistema de cotas é hoje uma forma de dirimir a desigualdade social, consequência da História. Porém, a superficialidade, a política e a sustentabilidade podem fazer com que essa solução seja entendida como “tapar o sol com a peneira”, ignorando problemas muito mais profundos.

Os três argumentos que eu vou tratar: superficialidade; política e sustentabilidade.

A metáfora: tapar o sol com a peneira (tentar solucionar um problema, mas não muito bem).

  • 6 linhas do primeiro argumento: superficialidade

Se por um lado o sistema de cotas permite que cidadãos com menos oportunidades, por questões histórico-culturais, possam ingressar no ensino-superior, por outro ele serve apenas como resposta imediata. Ainda que sejam uma iniciativa válida, as cotas raciais precisam estar aliadas a outros tipos de políticas públicas que visem benefícios derradeiros e que vão até a raiz do problema. Sem isto, elas apenas tangenciam o problema, trazendo pouco impacto e mudanças muito demoradas na estrutura social.

  • 6 linhas do segundo argumento: políticas

O estabelecimento de medidas que trazem “soluções” no curto prazo é muito comum na política brasileira, visto que seus legisladores estão interessados na reeleição. A política de cotas se enquadra justamente nesse tipo de solução, além de ser uma bandeira mais fácil de ser levantada e defendida politicamente do que, de fato, toda uma reforma na política educacional ou iniciativas que visem erradicar o racismo estrutural. Desta forma, há uma falta de interesse político em trazer soluções de longo prazo.

  • 6 linhas do terceiro argumento: sustentabilidade

Com uma polarização política tão forte na última década, é pouco provável que a política de cotas se sustente no formato atual. Os grupos de oposição a essa política têm ganhado muita força social e política, pressionando por mudanças que afastam o Brasil da igualdade desejada. O trabalho de conscientização a fim de melhorar a dinâmica racial nacional é fundamental para que não haja um retrocesso e uma perda nos avanços que as políticas de inclusão trouxeram.

  • 5 linhas de conclusão, trazendo sua opinião e linkando com a metáfora da introdução.

A filósofa Marilena Chauí disse que “a democracia aparece quando existe igualdade, liberdade e participação”. Por muitos anos, os grupos “não-brancos” viveram sem nenhum dos três elementos e até hoje, lutam pela garantia de seus direitos. A política de cotas é uma forma de ajudar nessa luta, mas ela precisa ser aliada a políticas que a façam ser mais do que uma peneira que os políticos usam como base para campanha eleitoral.

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