As Mulheres Na Obra Memorias Postumas De Bras Cubas
Pesquisas Acadêmicas: As Mulheres Na Obra Memorias Postumas De Bras Cubas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: aline2013453783 • 10/6/2013 • 693 Palavras (3 Páginas) • 3.006 Visualizações
As mulheres na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance realista de Machado de Assis, são o foco desta análise que tem por objetivo destacar o posicionamento do narrador sobre as personagens, levando-se em conta os aspectos sociais e psicológicos na construção do perfil das mulheres Marcela, Virgília, Eugênia e Nhã-loló. Os comentários irônicos do narrador nos levam a crer que esta representação se constitui numa forma de inviabilizar as mulheres do ponto de vista moral.
Antes de chegarmos às mulheres, primeiramente vamos ao seu narrador. Brás Cubas, um homem sem apegos morais nem sociais, começa a contar sua história depois de morto, assim não devia explicações a ninguém. Era formado em Direito, porém não teve nenhuma conquista profissional. Memórias Póstumas de Brás Cubas narra a vida do protagonista desde seu nascimento até sua morte (1805-1869), delimitando assim o período histórico do Brasil na segunda metade do século XIX, inclusive o Rio de Janeiro, com seus costumes, cultura, entre outros. Foi um homem que tudo tentou, porém nada realizou.
As personagens femininas são descritas como interesseiras, dissimuladas, sensuais, eróticas, traiçoeiras e caprichosas, certamente pelo fato de que o romance apresenta as opiniões e julgamentos de apenas uma das partes, ou seja, Brás Cubas. E, como reflexo de seu ser, suas mulheres lhe faziam jus: Marcela é promíscua, amante dos valores financeiros e sem escrúpulos; Virgília é faceira, pueril, interesseira e mentirosa; Eugênia é coxa, vítima de seu próprio preconceito, sempre triste e melancólica, possui extrema capacidade de dissimulação. Nhã-loló é perfeita para o cargo de esposa, mas adoece e morre.
Começaremos, então, pela primeira mulher da sua vida: "a dama espanhola Marcela", "[...] Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes" (cap. 15), logo se via que ela era bem inviável. E diante de tamanha formosura, Brás Cubas deixa-se apaixonar perdidamente. Este seria o seu primeiro envolvimento carnal. Era uma mulher que amava muito, principalmente a quem a mimasse mais e não falamos aqui de gracejos e carícias, e sim de joias, dinheiro, afinal ela já não possuía a "inocência rústica". Guardava tudo numa caixa de ferro. Porém não gostava de passar por interesseira, possuía seus caprichos para conseguir o que queria. O que não foi diferente com Brás: "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos" (cap. 17). Percebe-se um traço comum nos romances maduros de Machado de Assis; a representação da sociedade burguesa do Segundo Reinado com suas damas elegantes e ambiciosas custeadas por homens da alta sociedade que se mostravam de bom caráter e fiéis à esposa, mas na realidade não passavam de libertinos.
Agora tratemos de Virgília, esta além de ser a primeira das mulheres citadas na obra, é descrita de maneira minuciosa. A descrição acontece desde a roupa que ela usa no momento, até a forma como se comporta diante dos acontecimentos. Virgília ocupou muito tempo da vida de Brás. A princípio, o autor fala superficialmente da paixão arrebatadora que ambos sentiam, depois faz uma ponte entre o tempo do romance que viveu e o momento atual. "Dois
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