Caso Concreto De Narrativa Jurídica
Monografias: Caso Concreto De Narrativa Jurídica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: PriscilaSeferian • 24/9/2013 • 565 Palavras (3 Páginas) • 2.667 Visualizações
CASO CONCRETO
Odete é sua grande amiga e ligou pedindo uma orientação jurídica. Com base nos conhecimentos que adquiriu até aqui, faça a narração dos fatos da Petição Inicial para ingressar com uma ação. Aqui segue a história de Odete:
Doutor, foi uma tragédia! Eu sei que sou vaidosa – e não é porque eu sou gaúcha não, porque as cariocas são muito mais, mas na flor dos meus 23 anos é que eu não ia imaginar que eu ia ficar careca, doutor!
O senhor sabe que eu sou empregada doméstica, lá no Leblon, no Rio de Janeiro, mas eu moro em Caxias, mesmo. Eu sou doméstica, mas não trabalho há dois anos! Desde que fui dispensada, em 30 de abril de 2006, porque meus ex-patrões passaram a diminuir despesas. Nem como faxineira me quiseram por causa do valor da passagem. Quando o meu cabelo começou a cair, o pessoal achou que eu tava com AIDS e tudo, foi um horror! Meu cabelo caía, parecia de algodão! Não podia sair na rua, todo mundo zoava! Fora que não pude trabalhar, o pessoal achava que tava eu doente, já pensou? Tudo porque eu queria arrasar na festa de aniversário da minha irmã; ela é de aquário e faz aniversário dia 19 de fevereiro, a Claudete. Era o ano da Copa, 2006, lembro bem.
Aí, eu vou lá na farmácia, no dia 19 de fevereiro, em busca de uma tinta que me deixe loura como a Madonna - eu sou fã dela, sabe? Aí eu chego em casa, ansiosa e sonhando com o meu novo visual, e logo aplico a tinta, claro! O funcionário da Perfumaria Márcia, sabe, aquela que fica ali, perto de onde eu trabalhava, na Ataulfo de Paiva, nº 30, não falou nada de teste do toque, senão eu tinha feito, né? Eu lá quero ficar careca, eu hein?
Quando eu fui lá reclamar, ele chega e diz: “Mulher é um bicho vaidoso mermo! Não lê o que tá escrito no produto, vai passano logo, querendo ficar igual aos artistas de novela. Dá nisso aí.” Anotei até o nome dele: João Amaral – foi ele que me vendeu a tinta. Fiquei furiosa e a minha patroa, na época, falou para eu falar com o gerente – eu fui. O nome dele é Leonardo Ferreira. Ele falou:
- Veja bem, 24 horas antes da aplicação, deve ser feito um teste de sensibilidade, usando uma pequena quantidade da tintura, para se comprovar uma eventual reação alérgica. É o chamado "teste do toque”.
Como é que eu ia saber? Custava me dizer isso? Depois é que o marido da minha patroa, que é advogado, me disse: Odete, em 2004, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro determinou que a Perfumaria Márcia suspendesse a fabricação, comercialização, venda e uso de dois produtos cosméticos: a água oxigenada cremosa Márcia 30 volumes e o lote 30.410 do produto descolorante em pó com proteínas da Seda, "em virtude da fabricação estar em desacordo com as respectivas fórmulas-padrão registradas na Anvisa". O senhor entendeu?
Olha, só sei, moço, que só agora uma amiga, depois de dois anos de muito sofrimento, vivendo dependendo da ajuda dos outros, é que eu comecei a trabalhar de diarista, lá no Leblon mesmo, mas, antes, ninguém me queria, não. Agora o meu cabelo já cresceu um tiquinho e eu não tenho tanta vergonha de sair na rua. Mas eu sofri muito, sabe?
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