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Catedral

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Por:   •  27/3/2015  •  794 Palavras (4 Páginas)  •  335 Visualizações

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Afonso Henriques da Costa Guimarães nasceu em 24 de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais, filho de pai português e mãe brasileira. Ainda jovem apaixonou-se por Constança, filha do escritor Bernardo Guimarães, que morreu de tuberculose antes do casamento, fazendo Alphonsus mergulhar na depressão e na vida boêmia. Alphonsus escrevia versos musicais, cujos temas recorrentes eram: amor, religiosidade, escapismo, natureza e morte. No lirismo amoroso idealizava a mulher, associando-a à imagem de Virgem Maria, assim como tinha obsessão por virgem mortas (provavelmente, em razão da morte de Constança). Dedicou muitos poemas à Nossa Senhora. O misticismo católico também servia como instrumento de evasão, desejo de morte, libertação da carne e expressão da angústia de ser inadaptado ao mundo. O poema “A Catedral” de Alphonsus de Guimaraens foi escrito num período cuja estética literária ficou conhecida como Simbolismo, sendo caracterizada pelo subjetivismo. As imagens desta estética são vagas e a compreensão integral é difícil. O poema é composto de oito estrofes, alternando-se sextetos (estrofes de seis versos) e dísticos (estrofes de dois versos) que compõem o refrão.

Fica evidente a presença da música logo nos primeiros versos e da vaguidade. Em “entre brumas, ao longe, surge a aurora./ o hialismo orvalho aos poucos se evapora.”, percebe-se palavras ligadas ao amanhecer ou à claridade. Isso significa a vaga lembrança em sonho com a amada, Constança, note que no final do segundo verso da primeira estrofe, a lembrança “aos poucos se evapora”, ou seja, o poeta volta-se para a realidade, que é como se ele fosse acordar, porém custa para que isso aconteça; pois é a única forma de ter contato com ela. Observe também que no final da estrofe o sino canta, este representa o estado da alma do poeta que está feliz, mas, ao mesmo tempo, está triste; feliz por ter boas lembranças e vivê-las em sonho e triste por saber que está morta. Nota-se em “pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” que uma espécie de coro ou sua própria consciência está cantando aos “ouvidos da alma” a realidade. Na terceira estrofe, percebe que enquanto se acorda do sonho (este é o único meio de aproximar-se de ambas as mulheres, Constança e a virgem Maria, esta cujo poeta era devoto, comparava àquela pela semelhança da pureza, virgindade, etc. e daí o amor aparece sempre espiritualizado) e a visão da amada “segue a eterna estrada”. Constança é representada pela catedral ebúrnea tanto na primeira como nas estrofes seguintes (e essa repetição representa a presença constante da amada em seus sonhos); ela “aparece, na paz do céu risonho/ toda branca de sol” e depois “recebe a benção de Jesus”. Porém a consciência do poeta agora clama e não mais canta, vê-se uma gradação emocional, uma tensão. “Por entre lírios e lilases desce/ a tarde esquiva: amargurada prece/ põe-se a luz a rezar”, esses versos refere-se também à Constança e neles o poeta enaltece a figura da amada que até a natureza tem reverência por ela. “A catedral do meu sonho/ aparece, na paz do céu tristonho/ toda branca de luar”; ela continua com todas as características como bela, pura, perfeita etc., todavia a concepção utópica dele muda “céu tristonho”, alguma coisa começou a entrar em desequilíbrio. Outrora tudo era perfeito, pois era como estivesse sonhando e no sonho o irreal torna-se

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