Comparação
Resenha: Comparação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tete2 • 13/1/2014 • Resenha • 373 Palavras (2 Páginas) • 161 Visualizações
Eça de Queirós, tido como baluarte do Realismo português, publica em 1897 o conto A perfeição, influenciado pela estética simbolista, que vai negar a estética realista da busca alucinada pela forma perfeita e trará o homem para uma realidade mais subjetiva, pois a forma ideal, representada no conto pela ilha de Calipso, é inatingível, mas é a procura da felicidade, com todas as dificuldades e vulnerabilidades que torna o homem feliz, isto é, uma vida regada apenas de prazer não tem graça nenhuma, que a perfeição cansa. A idéia central do texto é a construção, por Ulisses, da jangada em que sairá da ilha. É por isso que o Simbolismo é a negação do Naturalismo e do Parnasianismo.
A nova estética valoriza as manifestações metafísicas e espirituais. O "eu" passa a ser o universo, mas não o "eu" superficial e piegas do Romantismo. Há oposição entre a matéria e o espírito, a purificação, na qual o espírito atinge as regiões etéreas, o espaço infinito. Daí o motivo de Ulisses sair em busca de sua essência, ou seja, o lar, a família, pois, em última instância, o Simbolismo é a oposição entre o corpo e a alma, com a liberação da alma, só conseguida ao se romperem as correntes que a aprisionam ao corpo, ou seja, com a morte.
O Simbolismo desenvolve uma linguagem carregada de símbolos, em clara oposição à literatura de linguagem mais seca e impessoal. Tudo é sugestão. As palavras transcendem o significado, ao mesmo tempo em que apelam para a totalização de nossa percepção, para todos os nossos sentidos.
No entanto, o início do simbolismo não pode ser entendido como término do Realismo. Na verdade, no final do século XIX e início do XX temos três tendências que caminham paralelas: o Realismo e suas manifestações (romances realistas e naturalistas e a poesia parnasiana); o Simbolismo, situado à margem da literatura acadêmica da época; e o pré-Modernismo.
Não são nítidas as relações entre a arte simbolista e a vida política e social portuguesa, e as ligações que se estabelecem nesse nível não esclarecem absolutamente os problemas da poesia simbolista. No entanto, a Proclamação da República parece ter definido certas tendências pré-simbolistas, numa atmosfera neo-romântica, que corresponderiam a duas posições ideológicas: a monárquica e a republicana.
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