Cubismo

Historicamente, o cubismo se originou na frança durante o séc. XX, a partir das obras de Paul Cézanne (1839 - 1906), considerado um artista de transição entre o impressionismo do final do séc. XIX e o cubismo do início do século XX, uma vez que as ideias centrais deste movimento como a utilização de formas geométricas como cilindros, cones, esferas, pirâmides e prismas para retratar a natureza se originaram por meio dele.

Porém apenas no ano de 1907 em Paris, o cubismo se desenvolveu com maior força principalmente através da tela de Picasso, As Senhoritas de Avignon (Les Demoiselles d''Avignon), a qual demorou um ano para ser finalizada.

Ao adquirir novos adeptos que conseguiram elevar as idéias iniciadas por Paul Cézanne, este movimento artístico ganhou notoriedade inicialmente nas artes plásticas, possuindo como principais fundadores Pablo Picasso (1881 - 1973) e Georges Braque (1882 - 1963) e depois, expandiu se para a literatura e a poesia através de Guillaume Apollinaire (1880-1918) e por influência de escritores como John dos Passos (1896-1970) e Vladimir Maiakovski (1893-1930).

A denominação cubismo, originada a partir da frase “Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos” dita por Matisse, que era membro do júri do Salão de Outono de 1908, após uma análise de alguns quadros de Braque e citada por Louis Vauxcelles, em um artigo publicado no jornal francês Gil Blas.

Como principais características deste movimento artístico que pode ser considerado um dos mais influentes do período, podemos nas artes plásticas citar o fato de o cubismo recusar a imitação da natureza como forma de arte, e por isso afastar-se das noções de perspectiva e modelagem dos movimentos anteriores. Nele temos uma apresentação do espaço por vários ângulos simultâneos, diminuindo a necessidade de relação com a realidade.

Além da importância das formas geométricas, a utilização de cores para representação do volume sobre superfícies planas e a sensação de pinturas escultóricas, ou seja, de pinturas que criam uma ilusão de possuírem formato escultural, fora do plano se tornam muito importantes.

Já na literatura, Apollinaire, principal escritor deste movimento artístico, defendia a liberdade e invenção de palavras, tendo com isso, versos compostos por linhas curvas com espaços brancos entre as palavras soltas, que poderiam ser escritas tanto na vertical como na horizontal, sem uma continuidade clássica, mas com a finalidade de projetar uma imagem no papel. Além disso, exibia a destruição das sintaxes, criando com isso um texto de substantivos de forma desordenada e incentivava o desdém por verbos, adjetivo e pela pontuação, pregando a utilização dos versos sem a necessidade da estrofe, da rima e da harmonia.