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EPISTEMOLOGIA GENÉTICA E A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

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Por:   •  23/3/2014  •  1.624 Palavras (7 Páginas)  •  1.427 Visualizações

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EPISTEMOLOGIA GENÉTICA E A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

O ESTUDO DA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE PIAGET

“Teoria de Aquisição da Linguagem”, é uma obra que expõe e analisa importantes questões teóricas que tem orientado as pesquisas relacionadas à aquisição da linguagem, a partir da sua origem, na infância até adolescência. O livro reúne sete respeitadas autoras de instituições acadêmicas, sendo composto por sete capítulos distribuídos em: a aquisição da linguagem na perspectiva behaviorista, por Ingrid Finger; o paradigma gerativista e aquisição da linguagem, por Ronice Muller de Quadros; epistemologia genética e a aquisição da linguagem, por Zélia Ramozzi-Chiarottino; o interacionismo: uma teorização sobre a aquisição da linguagem, por Maria Francisca Lier-De Vitto e Glória Maria de Carvalho; a abordagem conexionista de aquisição da linguagem, por Ingrid Finger; o desencadeamento (boostrapping) da sintaxe numa abordagem psicolinguística para a aquisição da linguagem, por Letícia M. Sicuro Corrêa e evolução das pesquisas em aquisição da linguagem oral monolíngue no Brasil, por Leonor Scliar-Cabral.

O presente trabalho tem como objetivo principal tentar compreender e esclarecer a teoria da “Epistemologia genética e a aquisição da linguagem” desenvolvida por Jean Piaget, abordado por RAMOZZI-CHIAROTTINO, 2008, p. 83, no capítulo 3, do livro Teorias de Aquisição da Linguagem, onde as autoras compartilham que a Epistemologia Genética é uma teoria que estuda a questão da gênese do conhecimento científico.

É interessante o conceito mencionado acima, para melhor compreensão da proposta de Piaget, que problematiza a questão de como o ser humano absorve e administra o conhecimento e quais as intervenções que influenciam esse desenvolvimento. Inicialmente é sugerido que um “encontro” com o funcionamento endógeno, orgânico da criança (elemento central dessa pesquisa) e sua vida social, são pontos determinantes para linguagem, sendo semelhante ao que ocorre com o conhecimento. A partir desse encontro a criança planeja o seu mundo, entre o nascimento e um a dois anos (em média), processando imagens mentais, dando início à função semiótica. Seguindo o raciocínio de Piaget, percebe-se que de maneira ordenada e sistemática se realiza uma troca entre organismo e meio que resulta em conhecimento e linguagem e nos leva a considerar que sua teoria diverge, em alguns pontos, do empirista e do inatista, pois não admite a ideia de dados puros, ou seja, dados captados pelos sentidos sem uma intervenção externa. Cabe salientar que a Teoria behaviorista é essencialmente empirista e defende a tese que todo o conhecimento advém da experiência, descartando tudo aquilo que se refere à introspecção e consciência. Já a abordagem inatista oferece recursos limitados para o desenvolvimento do individuo, pois apresenta a GU (Gramática Universal) como uma teoria do estado inicial da linguagem com princípios gerais unificados para todas as línguas e os princípios abertos chamados parâmetros, responsável pelas diferenças entre as línguas. Sendo que os parâmetros tem um valor final e definido no processo de aquisição da linguagem levando em conta que conseguem captar as variações das línguas através das opções determinadas pela GU que são restritas em número finito tendo, por hipótese, dois valores que se manifestam na forma positiva ou negativa. Assim depois de fixados os parâmetros a criança atinge então um estado estável.

Então Piaget levanta outra hipótese que, identificando e diferenciando de forma elementar o significado e o significante (por volta dos dois anos) essa criança já demonstra uma capacidade de relacionar o passado com imagens mentais e consequentemente criar fantasias, imaginar, prever, antecipar o futuro próximo, presente e o amanhã. Piaget postula que a função semiótica preenche os aspectos figurativos do processo cognitivo.

Na questão que envolve o aspecto do “conhecimento figurativo,” é relevante perceber nessa etapa, a capacidade de operar que define as formas como o objeto é representado pela criança e que na verdade depende da competência estrutural realizada por ela, tanto no nível endógeno que trata das construções internas quanto no nível exógeno responsável pelas construções que se iniciam com os esquemas motores primários, seguidos pelos secundários e com a construção dos sistemas de ação.

Existem três tipos de conhecimento figurativo: a percepção, que se realiza com a presença do objeto por meio de um campo sensorial; a imitação, com a presença ou não do objeto, pela sua reprodução motora e a imagem mental, que obviamente só existe pela reprodução interiorizada. Então conforme Piaget 1961 apud RAMOZZI-CHIAROTTINO, 2008, p. 88 “De outro lado, tudo que sabemos hoje da imagem mental mostra que ela não constitui um simples prolongamento das percepções, mas que supõe uma reprodução ativa e “esquematizante”, como, precisamente, a imitação da qual ela procede, sem dúvida por interiorização”.

Ainda sobre o tema das imagens mentais Piaget defende a tese de que elas são resultado daquilo que se vê, filtrado pelas ações do sujeito e pelas operações, (ações interiorizadas) ao conceber conhecimento e sua estruturação com o mundo. Nesse contexto as circunstâncias básicas que o ser humano tem para que possa interagir socialmente são essenciais, para aquisição e desenvolvimento da linguagem humana.

A teoria de Jean Piaget salienta a importância de três aspectos da linguagem: a sintaxe, que dispõe sobre a disposição e a organização das palavras e das frases, bem como suas relações, problematizando-a como Chomsky, quando advoga que existe uma sintaxe, lógica, anterior às gramáticas de cada uma das línguas; a semântica que atua na interpretação de suas ações pela própria criança, dando significado ao significante, e conforme Piaget é oriunda da sintaxe e das noções espaço-temporais e a pragmática, que é a aplicação dessas ferramentas no mundo, consequência das experiências nesse mundo.

Piaget classifica duas espécies de experiências que se relacionam simultaneamente no comportamento da criança, separadas pelo epistemólogo: a experiência física, aquela que age sobre os objetos, como ao levantar alguma coisa e a experiência lógico-matemática, sendo nulo o conhecimento já adquirido da ação prevalecendo outros atributos.

Com o estudo em andamento Piaget compartilha a ideia que a criança quando está no estágio inicial de aquisição da linguagem, atribui significados particulares só seu, por exemplo: “au –“au para nomear qualquer

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