Erros E vícios De Linguagem
Trabalho Escolar: Erros E vícios De Linguagem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Vero84 • 1/10/2013 • 842 Palavras (4 Páginas) • 881 Visualizações
COMPORTAMENTO/ETIQUETA
Texto extraído do Jornal da Livraria Cultura - Agosto/98
Erros e Vícios de Linguagem
Nunca diga: Que seje feliz... De formas que...Eles tinham menas possibilidades...Para mimfazer...Lembre-se: o subjuntivo de ser é seja, locuções como de forma que não têm "s";menos é palavra invariável, e mim não pode ser sujeito - o certo é para eu fazer. Erros como estes, que chegam a doer no ouvido e denotam sofrível conhecimento da língua portuguesa, têm ocorrido com freqüência, lamenta o jornalista Eduardo Martins, autor do Manual de Redação e Estilo de O Estado de São Paulo e apresentador do programa De Palavra em Palavra da Rádio Eldorado.
Segundo ele, é crescente o número de pessoas que desconhecem as regras gramaticais. Muita gente está perdendo a noção de concordância verbal e nominal, dizendo coisas como: Os Estados Unidos é...; a gente fomos...; o meu óculos...; ele deu o parabéns... O uso da crase, então, tornou-se um problema. É comum ver: andava à pé...; começou à falar...;quando nunca se coloca crase antes de palavra masculina e de verbo. A questão da regência verbal - saber qual a preposição que deve ser usada com determinado verbo - também gera dúvidas constantes. Obedecer o chefe ou obedecer ao chefe? Agradar o povoou agradar ao povo? Assistir o jogo ou assistir ao jogo? Essas deficiências são agravadas pela falta de leitura, na opinião do jornalista. Mesmo que não se conheçam as normas da língua, a leitura permite assimilar estruturas gramaticais e a grafia correta das palavras, ensinando inclusive a diferenciar vocábulos com o mesmo som - calda (de doce) e cauda(de animal) etc.
Eduardo Martins chama a atenção ainda para os erros cometidos na conjugação de verbos irregulares, como intervir, por exemplo. Intervir vem do verbo vir - ele veio, ele interveio, eles vieram, eles intervieram, e não ele interviu ou elesinterviram; É como ouvir: se o governo não repor os níveis...; quando o certo é se repuser, pois repor vem do verbo por; fulano reteu, em vez de reteve, e assim por diante. "Errar na grafia de palavras como desconcertante, exceçãoou disciplina, até se justifica", diz, "mas erros primários de conjugação ou dizer fulano é de menor, acredito de que...são falhas graves."
Batalhando há mais de 35 anos em defesa do idioma, o jornalista considera, entretanto, que é preciso aceitar a evolução da linguagem e conviver com ela. Ele afirma que a tendência de simplificação é irreversível e beneficia a comunicação entre as pessoas. O uso de a gente -a gente acha, a gente considera, em vez denós achamos, nós consideramos, que alguns criticam, tornou-se comum não apenas na conversação coloquial, mas em textos literários, além de estar registrado nos dicionários.
Todo idioma sofre alterações ao longo do tempo. Martins ressalta que o Português do começo do século era muito diferente do atual. Milhares de vocábulos desapareceram, outros mudaram de sentido e um grande número foi acrescido pela tecnologia - terceirizar, deletar, acessar... Além disso, diversas palavras foram transformadas e adaptadas a uma forma de expressão mais popular. Na conjugação verbal, a segunda pessoa - em especial ovós - praticamente foi abolida, por ser considerada um tanto pernóstica.
"Muitas pessoas têm receio de usar uma linguagem empolada e parecer pretensiosas", analisa. "Outras, ao contrário, querem mostrar erudição ou status e acabam adotando termos e expressões absolutamente dispensáveis,
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