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Este Trabalho Consiste Em A Partir Da Obra "Os Lusíadas" De Camões Desenvolver Um Texto Dissertativo Com As Seguintes Caracteristicas:

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Por:   •  13/7/2014  •  1.963 Palavras (8 Páginas)  •  1.017 Visualizações

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Introdução:

Apresentação com tema; vida e obra de Camões

Leitura contendo explicações sobre os deuses olimpicos na obra

A presença da história de Portugal

O velho de Restelo e o discurso contra ideológico

O episodio da “ilha dos amores” e o imaginário europeu sobre o novo mundo

Apresentação:

A biografia e a bibliografia de Luís Vaz de Camões não tem sua devida exatidão por falta de dados.Alguns fatos são apurados como certos quando colhidos através de documentos oficiais,e outros tidos como prováveis,através de memórias conservadas por biógrafos que conheceram o poeta ou de alusões autobiográficas precisas na sua própria obra.

Segundo tais relatos,Camões nasceu entre 1524 e 1525, provavelmente em Lisboa,proveniente de uma família com título da pequena nobreza,mas que não o assegurava riqueza.Alguns estudiosos supõem que frequentou a Universidade de Coimbra,através do apoio de seu tio D.Bento,este argumento é sustentado para tentar explicar o seu vasto conhecimento e erudição,já que quando novo circulou na orbita de centros aristocráticos, e frequentou ao mesmo tempo a boemia de Lisboa.As suas cartas particulares o mostram envolvido em brigas noturnas, e também que andav Este trabalho consiste em a partir da obra “Os lusíadas” de Camões desenvolver um texto dissertativo com as seguintes caracteristicas:

a com fidalgos arruaceiros e prostitutas.Diferente do que se pensa Camões não tece relação com o circulo literário e de letrados de sua época,talvez sua vida conturbada e aventurosa o desclassificasse perante os graves desembargadores e homens de letras ao seu redor.Foi preso diversas vezes em decorrencia de brigas e desordens,até que um dia só obteve liberdade depois de ter que pagar 4000 Réis e de ter sido convidado a embarcar para índia como “homem de guerra”. Sendo assim passou por inúmeros lugares,como por grande parte do Oriente,Golfo Pérsico,inclusive perdendo o olho direito em Ceuta no estreito de Gilbraltar e até que em Macau,naufragou salvando-se a nado com o manuscrito de Os Lusíadas,episódio que assinalou no próprio poema

Mitologia

Nos Lusíadas sobrepõe-se mito e realidade, Camões canta “o peito ilustre lusitano”, ou seja, o português renascentista e desbravador que, assim como os Argonautas do mito grego, desbravaram corajosamente o oceano enfrentando vários obstáculos para conquistar seu objetivo.

Massaúde Moisés: O fundamento ideológico da visão camoniana não depende da exatidão científica dos acontecimentos descritos no poema, mas numa crença inabalável na razão que eleva o homem acima da natureza bruta, aproximando-o de Deus ou dos deuses(2006, p. 40). Em Epopéia do homem moderno, este crítico destacou que, como bom renascentista “Camões acredita que o homem se tornará senhor absoluto do universo, exercendo domínios que, na antiguidade, eram atribuídos aos deuses”.Nos Lusíadas o plano real e mítico se sobrepõe. Por ser uma obra essencialmente cristã, foi submetido à apreciação do “santo ofício” que embora abarque uma constelação de deuses pagãos, afirmou não ter encontrado nela, “coisa alguma de escandalosa, nem contrária à fé e aos bons costumes”. (2006, p.40). Católico, mas também um humanista, para Hernani Cidade “Camões era um cristão enamorado do paganismo”. Este mesmo autor em Luís de Camões: O Épico escreve que Camões canta “outro valor mais alto que se levanta”, que é o cristianismo. Assim, o plano mitológico na narrativa camoniana é descrito por Cidade como “um artifício lúdico criado por suas tendências de artista” (1968, p.134).Este recurso era também uma possibilidade de tratar de temas e criar ficções que a doutrina cristã não aceitava como, por exemplo, o episódio da ilha dos amores. Tal recurso, também designado “estilo maravilhoso”, permitiu que Camões exprimisse simbolicamente sua visão de mundo, sem que o caráter realista do poema ficasse prejudicado.

Camões evoca Vênus, “afeiçoada à gente Lusitânia”, por ter as qualidades dos romanos, como àquela que intercederá junto a Júpiter pelos navegadores. E Baco, na trama, será o grande opositor dos portugueses. Baco é descrito como teimoso e astuto e sua oposição aos portugueses será porque “altamente lhe dói perder a fama”, pois, “esquecerão seus feitos no oriente”, “se lá passar a lusitânea gente”.Baco representa os adversários, as forças opositoras, ou seja, “a ímpia gente”, os não cristãos. Vênus representa para os portugueses o amor pela pátria, o amor é tema muito valorizado por Camões. A viagem do Gama, no plano estético, é apresentada como uma cruzada de amor, que terá seu ápice no episódio da Ilha dos amores. Até a Ilha dos amores, os deuses pagãos desempenham as ações na trama do texto, mas são invisíveis para os nautas, sendo sempre associados com as forças naturais, assim, estrategicamente, quanto mais discreto o auxílio do divino, mais fica evidente a eficiência do esforço humano. Moisés (2006, p. 39)

Camões, em Os Lusíadas, utiliza a mitologia pagã por vários motivos. Em primeiro lugar, a presença dos vários deuses embeleza a intriga e intensifica a glorificação dos portugueses. Além disso, asseguram a unidade da epopeia, imprimindo um encadeamento mais lógico à acção, e são a prova da grande admiração e conhecimento que Camões tinha pela Antiguidade Clássica.

Fizemos uma breve pesquisa de algumas entidades divinas presentes em Os Lusíadas:

Apolo - Deus do sol e da beleza. Filho de Zeus e Leto e tem uma irmã gémea, Ártemis, deusa da lua.

Bóreas - Personificação do vento do norte. Filho de um titã e de Aurora. É o mais forte dos ventos e os poetas evocam a sua violência desde Homero. A sua representação é feita através de uma homem velho, com barba e cabelos cobertos de neve, usando uma túnica flutuante.

Cupido - Deus do amor. Cupido é um nome latino que significa desejo.

Baco - Também conhecido como Dionísio, é o deus da vinha e do vinho. Filho de Zeus e de Sémele. Hera, ciumenta, tentava fazer mal a Baco, então, Zeus levou-o para um país chamado Nisa e foi criado pelas ninfas desses países. Em Tebas, introduziu as Bacanais, festas em sua honra.

Neptuno - Deus da água. Era o patrono dos barqueiros e dos pescadores.

Dóris - Filha de Oceano, mulher de Nereu e mãe das Nereides.

Gigantes - Nasceram da Terra para vingar os Titãs que Zeus tinha encarcerado no tartaro

Júpiter - Deus romano correspondente ao deus grego Zeus. É o deus do panteão romano. É a divindade do céu, da luz divina, do clima e do raio.

Musas - Filhas de Mnemósina e de Zeus, nove irmãs. São Cantoras Divinas e presidem ao Pensamento. Destas destacam-se Calíope (musa da poesia), Clio (musa de história) e Urânia (musa da astronomia).

Marte - Simpatiza com Roma, deus da guerra, da Primavera e da juventude. É um objecto de culto muito importante. Corresponde ao deus grego Ares e adoptou a sua mitologia.

Neptuno – Deus do mar. Irmão de Júpiter e de Plutão.

Nereidas - Divindades marítimas, filhas de Nereu e de Dóris. Personificavam as vagas do mar.

Ninfas - Jovens divindades que vivem nos campos, bosques e águas. São os espíritos da natureza e personificam a fecundidade. São frequentemente acompanhantes de uma divindade. Vivem em grutas onde passam o tempo a cantar e a fiar.

Proteu - Possui o dom da metamorfose. Possuía também o dom da profecia e utilizava o seu dom para fugir a quem o questionava.

Tétis - É uma das nereides, a mais célebre de todas elas.

Vénus - Deusa romana correspondente com Afrodite grega (deusa do amor e da beleza). É a protectora de cidade de Roma.

Vulcano - Deus concebido com uma força devastadora. Esposo de Vénus que fabrica, a seu pedido, as armas de Eneias.

o velho do rstelo e o discurso contra ideologico

Outro episódio impregnado de significação é o do Velho do Restelo. Cidade refere-se a esta passagem como sendo “pomo de discórdia entre comentadores”, isso devido à contradição que instaura a primeira vista, com palavras de renúncia, num poema que exalta a ânsia expansionista (CIDADE, 1968, p. 146):Ó glória de mandar, ó vã cobiça,

Desta vaidade a que chamamos fama!

Ó fraudulento gosto que se atiça

Co’ uma aura popular, que honra se chama!

Que castigo tamanho e que justiça

Fazes no peito vão que muito te ama!

Que mortes, que perigos, que tormentas,

Que crueldade nele experimentas.

(Canto. IV, p. 95)

[...]

Que promessas de reinos e minas

De ouro, que lhe farás tão facilmente?

Que fama lhe prometerás? Que histórias?

Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?

(Canto. IV,p. 97)

O Velho do Restelo que “ficava na praia”, “entre a gentes”, soa como a “voz pesada”, contra a viagem, á a voz das viúvas, dos órfãos, dos agricultores, ou seja, dos que ficaram, mais uma vez história e mito se entrelaçam e o lamento cantado nesta estrofe, justifica-se, Vasco da Gama quando partiu da praia do Restelo para sua jornada, levou com ele 170 homens e retornou com apenas 55 vivos para Portugal:

Qual vai dizendo: __ Ó filho a quem eu tinha,

Só para refrigério e doce amparo,

Desta já cansada já velhice minha,

Que em choro acabará, penoso e amaro,

Porque me deixas, mísera e mesquinha?

Porque de mim te vás? Ó filho caro,

A fazer o funério enterramento.

Onde sejas de peixe mantimento?

(C. IV, 90)

conclusão?

Assim Camões tece seu poema unindo ficção e fatos históricos. Do ponto de vista literário, Os Lusíadas não são uma narrativa histórica. No canto V a deusa Tétis denuncia a estratégia camoniana ao declarar que os deuses da mitologia são ficção criada pelo poeta, ou seja, um ornato poético:

Aqui, só verdadeiros gloriosos

Divos estão, porque eu Saturno e Jano,

Júpiter, Juno, fomos fabulosos.

Fingidos de mortal e cego engano

Só pra fazer versos deleitosos.

Servimos, e, se mais o trato humano

Nos pode dar, é só que o nome nosso

Nesta estrela pôs o engenho vosso.

(Canto X, p. 82).

A trama mítica tem seu desfecho quando Baco e Netuno se rendem e reconhecem a superioridade dos humanos, e Vênus coroa o feito português conduzindo a frota à Ilha dos Amores onde esperam pelos nautas as ninfas “já feridas por Cupido”, ali eles se fartarão dos prazeres carnais, mas com o consentimento divino. Segundo Moisés (2006, p. 51), “a Vasco da gama destina-se à companhia de Tétis e um prêmio extra, avistar a máquina do mundo”, Tétis lhe explica o sistema planetário e diz que podem “voltar à pátria amada”, para as “eternas esposas”. A Máquina do Mundo descreve o conhecimento astronômico de Camões, embora o sistema de Copérnico já fosse conhecido, o texto descreve o sistema Ptolomaico. Modesto Camões declara acerca de seu conhecimento:Mas eu falo, humilde, baixo e rudo,

[...]

Nem me falta na vida honesto estudo,

Com longa experiência misturado

Nem engenho, que aqui vereis presente,

Cousas que juntas se acham raramente.

(Canto X, p. 154)

Cidade ressalta também a importância do episódio da Máquina do Mundo e do descerramento do planetário, como uma celebração da aproximação entre oriente e ocidente (1968, p, 154). Não sendo a modéstia um atributo deste poeta português que “luta e canta”. Para Ronaldo Menegaz “Camões extrapolou os limites de sua proposta, gerando um canto onde se revela uma sabedoria universal e intemporal e uma consciência extremamente alertada para a fragilidade, a falibilidade e a insegurança da condição humana” (2001, p. 260). Os Lusíadas termina com Camões colocando sua obra a altura da Homero:

[...]

A minha já estimada e leda musa

Fico com que em todo o mundo de vós cante,

De sorte que Alexandro [refere-se a Alexandre Mágno, rei da Macedônia]

Em voz se veja

Sem à dita de Aquiles ter inveja.

(Canto. X, p. 153).

http://descobrircamoes.blogspot.com.br/search/label/Representa%C3%A7%C3%B5es

http://www.letraefel.com/2009/08/mito-e-historia-em-o-lusiadas-de-luis.html

http://literaturaearteonline.blogspot.com.br/2012/06/se-do-episodio-ilha-dos-amores.htmlhttp://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/os_lusiadas_o_velho_do_restelo

http://oficina.cienciaviva.pt/~pw020/g7/indexlc1.htm

Referências:

-CAMÕES, Luis de. Os Lusíadas. São Paulo: Klick.

-CIDADE, Hernani. Luiz de Camões o Épico. 3. ed. [S. L].: Bertrand, 1968.

-MENEGAZ, Ronaldo. Os Lusíadas, do livro à obra: a contribuição de Cesário Verde. SEMEAR: Rio de Janeiro, n. 5. , 2001, p. 259 a 277.

-MOISÉS, Felipe Carlos. Epopéia do homem moderno. Entre Livros, São Paulo, 2006. Edição Especial, p. 39- 41

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