Gonçalves Dias
Monografias: Gonçalves Dias. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Antonioo • 1/3/2014 • 961 Palavras (4 Páginas) • 420 Visualizações
Canção do exilio
“Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
Deprecação
“Teus filhos valentes causavam terror,
Teus filhos enchiam as bordas do mar,
As ondas coalhavam de estreitas igaras.
De frechas cobrindo os espaços do ar.”
A Leviana
“Assim, beijar-te receio,
Contra o seio
Eu tremo de te apertar;
Pois me parece que um beijo
É sobejo
Para o teu corpo quebrar.”
Sofrimento
“Meu deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo
Que não seja sofrer?
O homem nasce, e vive um só instante,
E sofre até morrer!”
Leitos de folhas verdes
“Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!”
Canção do tamoio
“E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.”
Marabá
“Eu VIVO SOZINHA; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupá!
Se algum dentre os homens de mim não se esconde:
– “Tu és,” me responde,
“Tu és Marabá!””
Se se morre de amor
“Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;”
“Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr’ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre!”
Olhos verdes
“Dizei vós: Triste do bardo!
Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos da cor do mar:
Eram verdes sem esp’rança,
Davam amor sem amar!
Dizei-o vós, meus amigos,
Que ai de mi!
Não pertenço mais a vida
Depois que os vi!”
Caxias
“Eis o som do tambor atroa os vales,
O clangor da trombeta, os sons das armas,
A terra abalam, despertando os ecos.
– Eia! oh bravos, erguei-vos, – à peleja,
À fome, à sede, às privações, – erguei-vos!
Tu, Caxias, acorda, – tu, rainha,
Lâmina d’aço puro, envolta em ferro
Ao sol refulgirás; – flor que esmoreces
À míngua d’ar, em cárcere de vidro,
Em ar mais livre cobrarás alento.
Graça, vida e frescor da liberdade.”
A harmonia
“E o giro perene
Dos astros, dos mundos
Dos eixos profundos
No eterno volver;
Do caos medonho
A triste harmonia,
Da noite sombria
No eterno jazer,
– Quem ouve? – Os arcanjos
Que os astros regulam,
Que as notas modulam
Do eterno girar.”
Loa da Princesa Santa
“Bom tempo foi o d’outrora
Quando o reino era cristão,
Quando
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