Indústria de construção
Tese: Indústria de construção. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: usuariofugita • 16/12/2014 • Tese • 495 Palavras (2 Páginas) • 251 Visualizações
A indústria da construção civil é um campo fértil para inovação tecnológica no modo de construir e no experimento de novos materiais. Do tijolo de barro cru (adobe) a blocos de componentes variados, tudo tem que ser testado e certificado antes de chegar ao canteiro de obras. A professora doutora em Engenharia Química Célia Regina Granhen Tavares pesquisa e desenvolve novos materiais a partir de resíduos de todo o tipo, sempre com o foco na sustentabilidade. Ela faz parte do grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que desenvolve soluções para a construção civil.
Um desses projetos é o bloco cerâmico acústico que tem lodo residual de lavanderia em sua composição. "A pesquisa surgiu de uma necessidade do mercado de lavanderias de Maringá e região, que gera quantidades consideráveis de lodo, resíduo classificado pela legislação brasileira como perigoso ou não perigoso, não inerte. Esse material só pode ser destinado a aterros industriais, mas não temos nenhum por aqui, o que acarreta em grandes custos para as empresas", afirma.
Depois de inúmeras reuniões e de um projeto aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos do governo federal (Finep), uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, começou a pesquisa para a fabricação de blocos cerâmicos não estruturais. A proposta é criar blocos (que podem ser usados na construção de imóveis), substituindo parte da argila pelo resíduo das lavanderias. Os pesquisadores desenvolveram um produto, em que 15% da argila foi substituída por lodo, sem prejudicar as propriedades de resistência mecânica e de absorção d´água do produto. "Além disso, os metais presentes no lodo ficam imobilizados na argila e, dessa forma, o resíduo gerado após a vida útil do bloco cerâmico torna-se um resíduo não perigoso e inerte. A pesquisa deu origem a um bloco cerâmico acústico, cuja patente já foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi)", comemora. Todas as pesquisas para chegar à fórmula ideal foram desenvolvidas em escala real, em uma olaria da região.
O desafio é criar um material novo, utilizando o máximo de resíduo possível, sem comprometer as características originais ou de um similar. Esse trabalho todo beneficia a comunidade de forma direta, segundo a professora, que cita os blocos de concreto fabricados a partir de resíduos da construção civil no Estado de São Paulo - produto de pesquisas das universidades paulistas.
No caso do bloco cerâmico com lodo, a universidade foi responsável pela maioria dos testes realizados, o que serve de incentivo para que outros pesquisadores e pessoas da comunidade que queiram desenvolver novos produtos ou materiais experimentais procurem os laboratórios da UEM. O tipo de testes a ser feito é determinado em função do tipo de material produzido e da legislação específica para sua utilização. "Alguns testes podem ser feitos aqui, como avaliações químicas para saber a composição do material, ensaios de resistência e de absorção de água. Em breve Maringá poderá fazer até os testes acústicos, porque a universidade já está em fase de aquisição do equipamento necessário".
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