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Livro Vidas Secas

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Por:   •  7/5/2014  •  3.892 Palavras (16 Páginas)  •  3.336 Visualizações

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Sumário:

1 - Introdução

2 - Curiosidades

3 - Personagens

3.1 - Principal

3.2 - Secundários

4 - Enredo

4.1 - Cap. I - Mudança

4.2 - Cap. II - Fabiano

4.3 - Cap. III - Cadeia

4.4 - Cap. IV - Sinhá Vitória

4.5 - Cap. V - O menino mais novo

4.6 - Cap. VI - O menino mais velho

4.7 - Cap. VII - Inverno

4.8 - Cap. VIII - Festa

4.9´- Cap. IX - Baleia

4.10 - Cap. X - Contas

4.11 - Cap. XI - O soldado Amarelo

4.12 - Cap. XII - O Mundo Coberto de Penas

4.13 - Cap. XIII - Fuga

5 - Curiosidades da obra

6 - Minha critica sobre a obra

7 - Palavras desconhecidas ou interessantes

8 - Conclusão

9 - Bibliografia do autor

Introdução

Em Vidas Secas, o autor se mostra mais humano, sentimental e compreensivo, acompanhando o pobre vaqueiro Fabiano e sua família com simpatia e uma compaixão indisfarçáveis. Além de ser o mais humano e comovente dos livros de ficção de Graciliano Ramos, Vida Secas é o que contém maior sentimento da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de ser amada pelos que a ela estão ligados. Vida Secas representa ainda uma evolução na obra de Graciliano Ramos quanto ao estilo e à qualidade estritamente literária.

Personagens:

Principal - Fabiano: vaqueiro rude e sem instrução, sem ter frequentado a escola, não tem a capacidade de se comunicar bem, e chega a ver a si próprio como um animal às vezes. Empregado em uma fazenda, pensa na brutalidade com que seu patrão o trata . Fabiano admira o dom que algumas pessoas possuem com a palavra, mas assim como as palavras e as ideias o seduziam, também cansavam-no. sente orgulho de viver perante às adversidades do nordeste. Sempre a procura de emprego, bebe muito e perde dinheiro no jogo.

Caracteristias fisicas: é branco, ruivo e de olhos azuis – é extremamente “seco”.

Secundários -

Sinhá Vitória: mulher de Fabiano. Mãe de 2 filhos, mulher cheia de fé e muito trabalhadora. Além de cuidar dos filhos e da casa, ajudava o marido em seu trabalho . Esperta, sabia fazer contas e sempre avisava ao marido sobre os trapaceiros que tentavam tirar vantagem da falta de conhecimento de Fabiano. Sonhava com um futuro melhor para seus filhos e não se conformava com a miséria em que viviam. Seu sonho era ter uma cama de fita de couro para dormir.

Filhos: o mais novo admira a figura do pai vaqueiro, integrado à terra em que vivem, as vezes querendo impressionar o irmão mais velho e a cachorra Baleia . Já o mais velho não tem interesse nessa vida sofrida do sertão e quer descobrir o sentido das palavras, um dia ouviu a palavra "inferno" de alguém e ficou intrigado com seu significado.

Baleia: cadela que é tratada como membro da família. Pensa, sonha e age como se fosse gente, muito querido pelas crianças. Sempre se contentando com poucos, com restos, mas mesmo assim sempre quererendo ajudar os familiares. (Personagens que mais me chamou atenção).

Patrão: fazendeiro desonesto que explorava seus empregados, contrata Fabiano para trabalhar, tratava o Fabiano como um traste,sempre com brutalidade.

Outros personagens: o soldado, seu Inácio (dono do bar), o fiscal da prefeitura, Seu Tomás da Bolandeira (só aparecia por envocação, pois ja estava morto. Fabiano e Sinhá Vitória o admirava), e o Papagaio (meio estranho, que pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco )

Enredo:

Cap. I - Mudança

Em meio à paisagem hostil do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa peregrinação silenciosa. O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai, que lhe dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar. Compadecido da situação do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o, tornando a viagem ainda mais modorrenta. A cadela Baleia acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da família, um papagaio, que foi sacrificado para servir de comida para aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco. Fabiano e família encontram uma fazenda completamente abandonada. Surge a intenção de ficar por ali. Baleia aparece com um preá entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida. Descendo ao bebedouro dos animais,Fabiano consegue água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a sua família.

Cap. II - Fabiano

Fabiano pensa na situação da família, errante, passando fome, quando da chegada àquela fazenda. Estavam bem agora. Fabiano se orgulha de vencer as dificuldades. Agora ele era um vaqueiro, apesar de não ter um lugar próprio para morar. A fazenda aparentemente abandonada tinha um dono, que logo apareceu e reclamou a posse do local. A solução foi ficar por ali mesmo, servindo ao novo patrão, tomando conta do local. Na verdade, era uma situação triste. Sentiu-se novamente um animal. Pouco falava, admirava e tentava imitar a fala difícil das pessoas da cidade. Pensou na brutalidade do patrão, a tratá-lo como um traste. Pensou em Sinha Vitória e seu desejo de possuir uma cama igual à de Seu Tomás da bolandeira. Eles não poderiam ter esse luxo. Sentiu-se confuso. Era um forte ou um fraco, um homem ou um bicho ?. Lembrando dos meninos, novamente, achou que, quando as coisas melhorassem, eles poderiam se dar ao luxo daquelas coisas de pensar. No momento o importante era sobreviver.

Cap. III - Cadeia

Fabiano vai à feira comprar mantimentos, querosene e um corte de chita vermelha. Injuriado com a qualidade do querosene e com o preço da chita, resolve beber um pouco de pinga na bodega de seu Inácio. Nisso, um soldado amarelo convida-o para um jogo de cartas. A idéia do jogo havia sido desastrosa. Perdeu o dinheiro, assim não levaria para casa o prometido. Fabiano, agora, pensava em como enganar Sinha Vitória. O soldado, provocador, encara o vaqueiro e barra-lhe a passagem, Fabiano agüenta os insultos até o possível, terminando xingou a mãe do soldado amarelo. Destacamento à sua volta. CADEIA. Fabiano é empurrado, humilhado publicamente.

Cap. IV - Sinha Vitória

Falou mais uma vez, com Fabiano sobre a dificuldade de dormir naquela cama. Queria uma cama de lastro de couro, como a de Seu Tomás da bolandeira, como a de pessoas normais. Em meio a uma briga por causa das "extravagâncias" de cada um, Sinha Vitória certa vez ouviu Fabiano dizer-lhe que ela ficava ridícula naqueles sapatos de verniz, caminhando como um papagaio, trôpega, manca. A comparação machucou-a.

Cap. V - O Menino mais novo

A imagem altiva do pai foi que lhe fez surgir a idéia. Fabiano, armado como vaqueiro, domava a égua brava com o auxílio de Sinha Vitória. O espetáculo excitava o menor dos garotos, impressionado com a façanha do pai e disposto a fazer algo que também impressionasse o irmão mais velho e a cachorra Baleia . No dia seguinte, acordou disposto a imitar a façanha do pai. No que não deu certo, pois o irmão mais velho ria sem parar daquela cena, Baleia parecia desaprovar aquela loucura, e certamente foi repreendido pelos pais.

Cap. VI - O Menino mais velho

Certa palavra tinha lhe chamado atenção e curiosidade: inferno. Perguntou à Sinha Vitória, vaga na resposta. Perguntou a Fabiano, que o ignorou. Baleia fez-lhe companhia tentando alegrá-lo naquela hora difícil, só ela era sua amiga naquele momento.

Cap. VII - Inverno

Chegou o inverno, e isso reunia a família próxima à fogueira. Pai e mãe conversavam daquele jeito de sempre, estranho, e os meninos, deitados, ficavam ouvindo as histórias inventadas por Fabiano. A chuva dava à família a certeza de que a seca não chegaria por enquanto. Isso alegrava Fabiano. Sinha Vitória, porém, temia por uma inundação que os fizesse subir ao morro, novamente errantes. A água, lá fora, ampliava sua invasão. Para o filho mais novo, o escuro e as sombras geradas pela fogueira faziam da imagem do pai algo grotesco, exagerado. Para o mais velho, a alteração feita por Fabiano na história que contava era motivo de desconfiança. Baleia, queria dormir em paz, ouvindo o barulho de fora .

Cap. VIII - Festa

A família foi à festa de Natal na cidade. Todos vestidos com suas melhores roupas, num traje pouco comum às suas figuras. Chegando à cidade, os meninos maravilham-se, assustados, com tantas luzes e gente. O pai espremia-se no meio da multidão, assim afastou-se da família e foi beber pinga. Embriagando-se. Sinha Vitória, aflita, tendo uma grande vontade de urinar, mas tinha que olhar os meninos, e não podendo deixar o marido naquele estado.

Cap. IX - Baleia

Pêlos caídos, feridas na boca e inchaço nos beiços debilitaram Baleia de tal modo que Fabiano achou que ela estivesse com raiva. Resolveu sacrificá-la. Ao primeiro tiro, que pegou o traseiro da cachorra que acertou uma das perna, as crianças começaram a chorar desesperadamente. Baleia era considerada como um membro da família. Baleia sentia o fim próximo, tentava esconder-se. Em meio à agonia, tinha raiva de Fabiano, mas também o via como o companheiro de muito tempo. Após dores e arrepios, a morte chegandou para Baleia.

Cap. X - Contas

Na hora de fazer o acerto de contas com o patrão, sempre tinha a sensação de que havia sido enganado. Naquele dia, mais uma vez Fabiano pedira a Sinha Vitória para que ela fizesse as contas. O patrão, novamente, mostrou-lhe outros números. Pensou na dificuldade de sua vida. Bom seria se pudesse largar aquela exploração. Mas não podia! Seu destino era trabalhar para os outros, assim como fora com seu pai e seu avô.

Cap. XI - O Soldado Amarelo

Procurando uma égua fugida, Nesse momento, depara-se com o soldado amarelo. O cruzar de olhos e o reconhecimento durou fração de segundos. O suficiente para que Fabiano esfolasse o inimigo. O soldado claramente tremia de medo. Também reconhecera o desafeto antigo e pressentia o perigo. Fabiano irritou-se com a cena. O outro era um nadica. Poderia matá-lo com as mãos, sem armas, se quisesse. A fragilidade do outro aos poucos foi aplacando a raiva de Fabiano. Na verdade, na fração de segundo interminável Fabiano ia descobrindo-se amedrontado. Se ele era um homem de bem, para que arruinar a sua vida matando uma autoridade.

Cap. XII - O Mundo Coberto de Penas

A invasão daquele bando de aves denunciava a chegada da seca. Roubavam a água do gado, matariam bois e cabras. Um tiro de espingarda eliminou cinco, seis delas, mas eram muitas. Era só desgraça atrás de desgraça. Sempre fugido, sempre pequeno. Quem sabe a seca não chegasse...Era sempre uma esperança. Recolheu os cadáveres das aves e sentiu uma confusão de imagens em sua cabeça. Era necessário ir embora daquele lugar maldito.

Cap. XIII - Fuga

A esposa junta-se ao marido e sonham juntos. Sinhá Vitória é mais otimista e consegue passar um pouco de paz e esperança. Mas chegou um ponto que dos animais só sobrou um bezerro, que foi morto para servir de comida na viagem que se faria no dia seguinte. O caminho era o do sul. Fabiano, no fundo, não queria partir, mas as circunstâncias convenciam-no da necessidade. Sinhá Vitória tentou animar o marido, quem sabe a vida fosse melhor, longe dali. Depois de um breve descanço Sinha Vitória acordou os pequenos, que dormiam, e seguiu-se viagem. Fabiano ainda admirou a vitalidade da mulher. Era forte mesmo! Assim, a cada passo arrastado do grupo um mundo de novas perspectivas ia sendo criado. Sinha Vitória falava e estimulava Fabiano. Sim, deveria haveria uma nova terra, cheia de oportunidades, distante do sertão a formar homens brutos e fortes como eles.

Curiosidades:

O romance originalmente se chamaria "O Mundo Coberto de Penas", título do penúltimo capítulo, em referências às penas negras dos corvos cobrindo o chão seco. O texto original está grafado assim. Porém o próprio Graciliano Ramos riscou o título original e escreveu à mão "Vidas Secas".

Interessante sobra a Obra:

Entre os livros mais importantes da literatura brasileira, tendo ganhado, em 1962, o prêmio da Fundação William Faylkner (EUA) como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea. Também conquistou um enorme público, tendo vendido até então mais de um milhão e meio de exemplates, enquanto é leitura obrigatória em vestibulares da PUC, da UFBA e da UFPA. O cineasta Nelson Pereira dos Santos realizou uma bem-sucedida versão homônima de Vidas Secas em 1963, reforçando aspectos atuais do país.

Minha critica sobre a obra:

Estamos diante de um história triste, cheio de tensões, realidade entre o homem e o seu meio. Um meio social, de pobreza, um meio natural e seco. Nenhuma informação é dada desta obra no que diz respeito ao destino final desta família, não se sabe para onde a família está migrando. Outro fato curioso é que o autor não falou os nomes dos meninos, são somente conhecidos como o menino mais novo e o menino mais velho. Isto mostra uma falta de identidade, falta de raízes que a familia estão indo buscar nem sabem onde. No final da obra a familia partem para outro lugar, para onde o que importa é que ainda há vida, mesmo que seja seca.

Palavras Desconhecidas e interessantes:

- Modorrento: adj. Que sofre de modorra; que está sonolento. Figurado. Estúpido; que não é esperto, parvo. - Preá: Mamífero roedor aparentado e semelhante, na forma e no comportamento,ao porquinho-da-índia. - Peregrinação: s.f. Romaria, viagem feita a um lugar de devoção.Viagem a terras distantes. Fig. Penosa movimentação por vários lugares, imposta por trabalhos e obrigações. - Errante: adj. Que anda sem destino; característica do que ou de quem erra; que vive a vaguear. Que não possui uma residência fixa. - Compaecido: Sinônimos - apiedado, compassivo, condoído, exorável e sentimental. - Trôpego: adj. Que anda com dificuldade, mancando. / Que tem dificuldade ou impossibilidade de mover qualquer dos membros. - Mangado: debochado; escarnecido; mamparreado; troçado; zombado. - Escasso: adj. Parco, não abundante; pouco, raro. Avaro. - Especulação: s.f. Ação ou efeito de especular. Análise ou pesquisa teórica sem fundamentos empíricos; que se baseia, geralmente, no raciocínio.

Conclusão:

Em Vidas Secas podemos observar a dura e sofrida realidade nordestina. Assim como Fabiano é explorado, milhões de nordestinos também são pisados e vitimados por inúmeras forças. Os personagens mostram bem a falta de informação e a alienação das pessoas. A falta de perspectiva de um futuro é predominante, a seca que destrói sonhos, e destrói vidas. Um governo injusto que não se preocupa com sua população, e o fim mostra bem o que a maioria dos nordestinos já sem nenhuma esperança fazem, migram a procura de novos horizontes.

Bibiografia do autor:

Sobre Graciliano Ramos

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em Quebrangulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892. Terminando o segundo-grau em Maceió, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista durante alguns anos. Em 1915 volta para o Alagoas e casa-se com Maria Augusta de Barros, que falece em 1920 e o deixa com quatro filhos. Trabalhando como prefeito de uma pequena cidade interiorana, foi convencido por Augusto Schmidt a publicar seu primeiro livro, "Caetés" (1933), com o qual ganhou o prêmio Brasil de Literatura. Entre 1930 e 1936 morou em Maceió e seguiu publicando diversos livros enquanto trabalhava como editor, professor e diretor da Instrução Pública do Estado. Foi preso político do governo Getúlio Vagas enquanto se preparava para lançar "Angústia", que conseguiu publicar com a ajuda de seu amigo José Lins do Rego em 1936. Em 1945 filia-se ao Partido Comunista do Brasil e realiza durante os anos seguintes uma viagem à URSS e países europeus junto de sua segunda esposa, o que lhe rende seu livro "Viagem" (1954). Artista do segundo movimento modernista, Graciliano Ramos denunciou fortemente as mazelas do povo brasileiro, principalmente a situação de miséria do sertão nordestino. Adoece gravemente em 1952 e vem a falecer de câncer do pulmão em 20 de março de 1953 aos 60 anos. Suas principais obras são: "Caetés" (1933), "São Bernardo" (1934), "Angústia" (1936), "Vidas Secas" (1938), "Infância" (1945), "Insônia" (1947), "Memórias do Cárcere" (1953) e "Viagem" (1954).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

Internet:

http://redeemancipa.org.br/?attachment_id=2632

Livro On-Line :

http://redeemancipa.org.br/wp-content/uploads/2013/03/GRACILIANO-RAMOS-Vidas-secas-livro-completo.pdf

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