Resenha Crítica Do Livro "Vidas Secas" De Graciliano Ramos
Dissertações: Resenha Crítica Do Livro "Vidas Secas" De Graciliano Ramos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: amandatche • 21/10/2014 • 367 Palavras (2 Páginas) • 1.461 Visualizações
Graciliano: o reflexo da sociedade
A obra “Vidas Secas” de Graciliano Ramos (75º ed. - Rio, São Paulo: Record, 1998,160 p.) aborda em seus 13 capítulos os temas envolvidos na história (a seca, a fome, a miséria, etc) sendo considerada assim uma temática atual. O escritor que faz parte da 2ª fase modernista marcou a literatura brasileira abordando o regionalismo como principal característica, sendo seu principal foco o Nordeste brasileiro.
O autor nasceu em uma pequena vila em Alagoas, filho de um casal de sertanejos de classe médio, fez estudos secundários em Maceió, mas não cursou nenhuma faculdade. Passa a fazer jornalismo e política, exercendo na prefeitura. Sua primeira obra foi o livro Caetés, um romance de 1933 que foi ganhador do prêmio Brasil de Literatura. Em março de 1936 é preso como subversivo, sem provas, onde a partir de tal acontecimento escreveu Memórias de um cárcere, que foi um depoimento dessa experiência. Graciliano ingressou na política no partido Comunista Brasileiro em 1945, eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Faleceu em 20 de março de 1953(60 anos) no Rio de Janeiro.
O que destaca o livro em sua fase modernista são suas características marcantes. Trata-se de um texto narrativo em 3ª pessoa que utiliza o discurso indireto livre. Seus 13 capítulos revelam autonomia que permite a literatura de cada um de forma independente, por não conter uma linearidade temporal. Mas, o primeiro, “Mudança”, e o ultimo “Fuga”, devem ser lidos nessa sequencia, pois apresentam uma ligação que fecha um ciclo.
O livro conseguiu retratar fielmente a realidade brasileira não só da época que foi escrita; período marcado por um momento difícil no Brasil que se vivia a ditadura Cargas. O que lembra os dias atuais como miséria, fome, desigualdade que remete a ideia de que homem se conformou a viver sob condições sub-humanas de sobrevivência. Além de conseguir de maneira sintética uma versão da sociedade brasileira em seus níveis mais profundos como a repressão psicológica, a exploração e a opressão política.
O livro é frequentemente cobrado em vestibulares pela hierarquia apresentada. A obra das maiores críticas regionais da época é bastante lida por pessoas que se interessam pela realidade brasileira. É uma leitura agradável e pode ser comparada aos dias atuais.
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