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Luciola

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Por:   •  26/5/2014  •  Seminário  •  1.280 Palavras (6 Páginas)  •  549 Visualizações

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RESUMO

O livro Lucíola, de José de Alencar, é narrado através de Paulo, personagem que se torna narrador para contar à Sr.ª G.M. o romance que viveu com uma cortesã chamada Lúcia. Em 1855, Paulo chega ao Rio de Janeiro e vê pela primeira vez Lúcia. Sem conhecer sua verdadeira vida, apaixona-se à primeira vista, pois enxerga nela uma encantadora menina. Essa impressão desfaz-se na Festa da Glória, onde Sá, representante dos valores e preconceitos da sociedade, a apresenta como uma mulher bonita e não como uma senhora. A partir de então, Paulo começa a visitar Lúcia em sua casa.

Na segunda visita, Paulo deixa de lado o tratamento cortês que até então fizera a Lúcia, agarra-a e acontece o primeiro contato físico. No dia seguinte, há uma festa na casa de Sá onde, além de Paulo e Lúcia, são convidados também homens boêmios, como Sr. Cunha, Rochinha, Sr. Couto e outras três prostitutas, entre elas Nina. Nessa festa, a cortesã exibe-se nua diante de todos. Paulo num primeiro momento teve uma repulsão por toda aquela cena. Porém, mostra-se piedoso e compreensivo e os dois tem uma noite na mata. Esse é o ponto que marca o início da transformação de Lúcia.

Para Lúcia, Paulo é o caminho para chegar à salvação. Na tentativa de se afastar da sociedade e deixar definitivamente a vida de cortesã para trás, muda-se para uma casa mais simples no interior junto com sua irmã mais nova, Ana. Nesse momento, não existe mais o amor carnal entre Paulo e Lúcia. Há um amor espiritual – Lúcia chega até a fingir que estava doente para não mais haver contato. É nesse momento que conta o verdadeiro motivo que a levou à vida de cortesã – seu primeiro cliente foi Couto, pois sua família estava com febre amarela e sem recursos financeiros para o tratamento. Revela também que seu verdadeiro nome é Maria da Glória. Lúcia era uma antiga amiga dela que morreu e que tomou emprestado seu nome; sua família achava que estava morta.

A redenção de Lúcia culmina com a descoberta de sua gravidez e não aceitação dela. Mesmo com o melhor parteiro afirmando que a criança em seu ventre estaria viva, Lúcia acredita que seu corpo é sujo e morto, e por isso não é capaz de gerar um filho. Morre, grávida. Paulo, atendendo a um pedido seu, cuida de Ana até que ela se case.

CONTEXTO

Sobre o autor

José de Alencar nasceu no Ceará em 1829, veio com sua família para o Rio de Janeiro em 1830 e com 14 anos mudou-se para São Paulo. Além de escritor, foi político, advogado e jornalista. Longe da vida boêmia comum aos homens da segunda metade do século XIX, dedicava grande parte de sua vida à literatura. Tornou-se um dos maiores romancistas de nossa literatura. Além de Lucíola, possui grandes clássicos, como Cinco Minutos, O Guarani, A Viuvinha, Iracema, O gaúcho, Senhora, entre outros. Em sua obra podemos notar traços da realidade da sociedade brasileira daquela época e oposições como o branco e o índio, as cidades e o sertão.

Importância do livro

Lucíola, ficção urbana de Alencar publicada em 1862, possui uma crítica da sociedade. Crítica esta que não se faz apenas através do relato do narrador, mas como também está presente indiretamente através das atitudes e valores mostrados pelos personagens. Lucíola apresenta uma transgressão à visão romântica da mulher amada – Lúcia não é submissa, ao contrário, é excêntrica e com vontades. Porém, no desfecho, apresenta atitudes tipicamente da visão romântica, e seu ápice acontece na morte de Lúcia, tendo em vista que não há salvação para uma mulher cortesã, a não ser a morte.

Período histórico

Na segunda metade do século XIX, a sociedade burguesa brasileira é marcada por costumes enraizados e de aparências, onde a mulher deveria ser pura e o homem ser cortês. Alencar, diferente de outros autores da mesma época, apresenta sua visão crítica através de suas obras literárias, e por isso é atacado pelos críticos da época.

ANÁLISE

A obra Lucíola se enquadra nos chamados romances urbanos de Alencar, onde o cotidiano e os costumes de uma sociedade burguesa são relatados. Na literatura desse momento, a figura principal do Romantismo deixa de ser o índio, a natureza, e passa a ser o povo, com suas mazelas e suas virtudes, procurando reafirmar o recente independente país.

O narrador Paulo é também um dos personagens principais. Porém, a obra peculiar de Alencar possui um narrador que não apresenta uma visão crítica em relação aos acontecimentos. Ao decorrer da narração, Paulo parece reviver a emoção dos momentos que teve com Lúcia. A narração feita em primeira pessoa torna-se assim limitada,

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