Miguel Torga
Artigo: Miguel Torga. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: udmillaft • 20/7/2014 • 286 Palavras (2 Páginas) • 858 Visualizações
Conto “O Cavaquinho” de Miguel Torga
Uma história em época de Natal
Vinte e três de Dezembro, feira anual
O tempo de invernia. (descrito de uma forma entristecida, de onde cada bátega da chuva se assemelhava a uma lágrima)
A descrição pormenorizada centra-se na casa: (pequena, de pedra solta, telha vã, com frestas por onde o vento assobiava, chão térreo, lareira com trempes, em suma – um casebre.
O que comiam: Caldo com couves e castanhas cozidas; um rabo de peixe quando havia.
Personagens: Pai, mãe, filho (triângulo cambiar). Mais um tio (mensageiro da má notícia)
Ponto central do conto: a oração nocturna. O terço e em cada mistério por quem se rezava: Pelos alimentos, pelos tormentos, pelas aflições, pelas tentações, pelos maus vizinhos da porta, pelos maus-olhados, pelos vivo e defuntos…
O toque das Trindades: uma marcação no tempo. O ritual
Um conto nostálgico, que começa por uma notícia boa (o exame do filho com distinção e promessa da oferta de uma prenda) e termina com a morte do pai, de forma dramática.
O autor, mais uma vez reforça e realça, o amor na dimensão paternal. O amor de um filho tudo move, tudo renova e vale todos os esforços. Mesmo sem um centavo o filho teria o seu presente prometido: O cavaquinho
Este conto é como um sinal e induz o leitor a duas dimensões de uma realidade sabida, conhecida e acontecida. Naquela terra e naqueles tempos marcava pela ausência de quase tudo e a presença constante do Amor de pais e filhos.
A chuva que cai,
O vento que fustiga,
A casa velha enegrecida.
Uma ceia com medida
Um presente para o filho
Aconchegado no peito
E num pleito sem jeito
Uma tragédia acontecida.
A chuva não deixou de cair,
Nem o vento parou de fustigar,
Mas na casa velha enegrecida
A mágoa veio para ficar.
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