Naraçao
Resenha: Naraçao. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: maxmelo12 • 24/5/2014 • Resenha • 379 Palavras (2 Páginas) • 164 Visualizações
Imagine que um professor de História está discutindo a escravidão no Brasil e deseja ressaltar para a turma as dramáticas condições de vida a que os negros trazidos para cá eram submetidos. Na classe ao lado, um docente de Ciências quer falar sobre o processo de fissão atômica, base das bombas nucleares, sem despejar sobre os alunos um monte de equações incompreensíveis. À primeira vista, nada em comum entre as duas situações. Mas a cena nas salas é a mesma: grupos de cinco ou seis alunos lançam dados e recebem instruções de um colega. Resolvendo enigmas relacionados ao conteúdo curricular, eles debatem entre si. Parecem entretidos e interessados na atividade. Estão jogando RPG.
A sigla vem do nome em inglês role playing game - em português, "jogos de interpretação de papéis". Surgidos nos anos 1970, os RPGs funcionam como uma espécie de dramatização: os jogadores são transferidos para um lugar e uma época imaginários e encarnam personagens ficcionais, seguindo um enredo predefinido e contado por um narrador. Enquanto os acontecimentos são descritos, todos precisam imaginar o que está ocorrendo e são instigados a resolver os enigmas. Das respostas e decisões depende o desfecho da história.
Originalmente, os RPGs foram concebidos para ser apenas um passatempo de adolescentes. Mas, no início da década passada, eles começaram a atrair a atenção de educadores. Hoje há núcleos em universidades dedicados a estudar seu potencial no ensino de diversas disciplinas. "O RPG desenvolve nos alunos características como criatividade, socialização, capacidade de argumentação e liderança, já que é preciso tomar decisões para definir o rumo da história. Sem contar que a atividade torna a aula mais agradável", afirma Luiz Ricon, pesquisador da Pontifícia Univesidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e autor de livros sobre o tema (leia no quadro abaixo dicas dos especialistas para planejar um jogo).
Para que o RPG esteja a serviço do aprendizado, sua transposição do universo adolescente para a sala de aula não pode ser direta. O fundamental é que a ação esteja ancorada num conteúdo específico que sirva de base para a aventura. A partir daí, os estudantes discutem e fazem pesquisas para descobrir como seus personagens devem agir. Cabe ao professor analisar se as propostas da turma são possíveis - e coerentes - à luz do conteúdo em questão.
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