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O Primo Basílio

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Por:   •  19/10/2013  •  4.130 Palavras (17 Páginas)  •  650 Visualizações

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O Primo Basílio - Resumo

Este romance é uma sátira moralizadora dos costumes da burguesia média de Lisboa.

Passado em Lisboa, nesta obra conta-se a história de uma casal – Luisa e Jorge – que vive pacatamente. A acção começa quando Jorge tem que viajar para o Alentejo por motivos profissionais. Durante a ausência do marido, Luisa é inesperadamente surpreendida pela visita de Basílio, seu primo e amigo de infância com quem havia trocado algumas cartas de cariz romântico. Seduzida por este, Luisa acaba por cair em adultério.

Mas, Luisa tinha uma criada, Juliana, que, rancorosa e mesquinha, ao descobrir o segredo dos dois amantes através de uma carta destes, faz chantagem, obrigando a ama a servi-la como se fosse ela a dona da casa, e exigindo pelo seu silêncio uma quantia exorbitante. A pobre senhora sujeitou-se a todas as humilhações mas não tinha tanto dinheiro. Pediu-o a Basílio, mas este, já entediado das relações com Luisa e também sem dinheiro, regressa apressadamente para França.

Com a chegada do marido, a situação complicou-se ainda mais. Luisa começa a ficar doente, abatida e sem apetite, facto que preocupa e indigna Jorge.

Luisa, já desesperada, numa tentativa de solucionar o problema, conta tudo a Sebastião, um amigo de Jorge que, com a ajuda de um polícia seu conhecido, consegue tirar a carta das mãos da criada. Esta, assustada pela inesperada interpelação, sofre um ataque cardíaco e morre. O sucedido, enche de alegria Luisa, que julga ver acabados os seus tormentos.

Mas o destino não quis que assim fosse. Basílio tinha recebido em França uma carta de Luisa a pedir-lhe dinheiro, mais uma vez, à qual decide responder muito tempo depois de a ter recebido. Nela promete enviar a quantia necessária para calar a criada. Todavia, esta carta acaba por ser lida por Jorge que, naturalmente, exige explicações à esposa.

Vendo-se desmascarada, Luisa adoece e não resiste à morte.

Após a sua morte, Jorge abandona a casa onde haviam vivido.

Algum tempo depois, Basílio volta a Lisboa e procura a prima. Ao ver a casa fechada, é informado que esta falecera. Basílio responde com uma indiferença impiedosa à notícia.

Personagens

N’O Primo Basílio, onde as personagens têm mais independência, autenticidade e mais verdade psicológica do que em qualquer dos outros romances, a sua galeria de tipos divide-se entre os que estimamos, os que detestamos, os que são grotescos e os que inspiram perdão e piedade:

Luisa | Basílio | Jorge | Juliana | Julião | Ernestinho | Sebastião | Leopoldina | Acácio

O Primo Basílio é um romance de Eça de Queirós. Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX.

O autor, que já criticara a província em O Crime do Padre Amaro, volta-se agora para a cidade, a fim de sondar e analisar as mesmas mazelas, desta vez na capital: para tanto, enfoca um lar burguês aparentemente feliz e perfeito, mas com bases falsas e igualmente podres. A criação dessas personagens denuncia e acentua o compromisso de O Primo Basílio com o seu tempo: a obra deve funcionar como arma de combate social. A burguesia - principal consumidora dos romances nessa época - deveria ver-se no romance e nele encontrar seus defeitos analisados objetivamente, para, assim, poder alterar seu comportamento.

O espaço é Lisboa, a casa de Luísa e de Jorge, o Paraíso, o Alentejo, embora esses dois últimos lugares não sejam mostrados pelo narrador, apenas referidos. Lisboa é o cenário da crítica de Eça de Queiroz; é o espaço da sociedade lisboeta por onde transitam as personagens e onde elas expõem suas condições sócio-econômicas e históricas. Alentejo é o espaço que rouba Jorge de Luísa, deixando-a num marasmo sem fim. Paris é o cenário que devolve Basílio à Luísa, trazendo alegria e a novidade de uma vida de prazeres e aventuras.

A casa é o espaço privilegiado do romance, onde se passam as cenas entre Luísa e Juliana - o Paraíso serve de contraponto da vida doméstica e do mundo das alcovas. Esta obra, classificada como um romance, é narrada em 3ª pessoa. Apresenta um narrador onisciente, que não consegue distanciar-se por completo de suas personagens, o que se caracteriza pela sua onisciência pelo emprego do enredo da obra. As personagens de O Primo Basílio podem ser consideradas o protótipo da futilidade, da ociosidade daquela sociedade.

Personagens e suas descrições:

Luísa: Representa a jovem romântica, inconsequente nas suas atitudes, a adúltera ingénua e, no final, arrependida.

Jorge: Marido dedicado de Luísa, homem prático e simples, que contrasta com a personalidade mundana e sedutora de Basílio.

Basílio: Dândi, conquistador e irresponsável e cínico. Como todo dândi, Basílio procurava imitar um estilo de vida aristocrático, decadente. Tinha uma preocupação latente em estar bem vestido e arrumado.

Juliana: A mais completa e acabada da obra, tem sido vista como o símbolo da amargura e do tédio em relação à profissão. Feia, virgem, solteira, bastarda, é inconformada com sua situação e por isso odeia a tudo e a todos, principalmente seus patrões. Não se detendo diante de qualquer sentimento de fundo moral.

Sebastião: Simpático que permanece fiel a Jorge e ao mesmo tempo ajuda Luísa. Sebastião é o único que não apresenta nenhuma crítica à socialidade lisboeta.

Julião: Parente distante de Jorge e amigo íntimo da casa, Julião Zuzarte,assim como Juliana, representa o descontentamento e o tédio com a profissão. Estudava desesperadamente medicina, na esperança de conseguir uma clientela rica. Andando sempre sujo e desarrumado, Julião era invejoso e azedo.

Visconde Reinaldo: Amigo de Basílio, era, como este, um dândi. Desprezava Portugal. Reinaldo representa o pensamento aristocrático, o desprezo pelos valores burgueses, como a família e a virtude.

Dona Felicidade: Amiga de Luísa, cinquentona. Apaixonada perdidamente pelo Conselheiro Acácio. Simbolizava, nas palavras do próprio Eça: "a beatice parva de temperamento excitado".

Conselheiro Acácio: Antigo amigo do pai de Jorge, Acácio é o arquétipo do sujeito que só diz obviedades. Pudico, formal em qualquer atitude, rejeita friamente as investidas de Dona Felicidade. Diz a todos que "as neves da fronte acabam por cair no coração". No entanto, vive

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