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O Trabalho Com gêneros Textuais

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Por:   •  19/4/2013  •  1.842 Palavras (8 Páginas)  •  1.480 Visualizações

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Novas Perspectivas no Ensino de Língua Portuguesa:

o trabalho com gêneros textuais

Cristian Wagner de Souza*

RESUMO: Neste artigo, busca-se uma reflexão sobre as novas perspectivas ao

ensino/aprendizagem da língua materna, destacando-se, sob a ótica dos gêneros, a importância

do trabalho com textos.

Palavras-chave: Linguagem, Língua Portuguesa, Texto, Gêneros, Letramento.

Introdução

As transformações econômicas e culturais, o dinamismo do mercado de trabalho e a

revolução causada pelo desenvolvimento tecnológico, principalmente nos últimos vinte anos,

causaram inúmeras e profundas mudanças na sociedade brasileira e mundial. Esse novo

cenário global também atingiu as instituições de ensino que se viram obrigadas a reavaliar sua

postura e seu papel no mundo contemporâneo, bem como reorganizar a composição dos

currículos e dos conteúdos abordados pela escola tradicional.

No ensino de Língua Portuguesa, disciplina priorizada neste texto, as referidas

transformações foram (e são) extremamente impactantes. As novas demandas surgidas

conferiram à leitura e à escrita importância nunca antes alcançada; todavia, em um mundo no

qual a aquisição de informação torna-se um diferencial significativo, não basta mais somente

aprender a ler e a escrever, é preciso ir além, fazer uso da língua como prática social, um

“instrumento” que nos permite interagir e nos situar em nossa vida cotidiana. Para tanto, fazse

necessário que os referenciais pedagógicos visualizem o ensino escolar como um processo

contínuo de apropriação das práticas sociais, as quais se manifestam através de textos (verbais

e não-verbais) que transitam nos diversos espaços públicos e formais.

Linguagem: visão sociointeracional

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino

Fundamental/Língua Portuguesa (PCNLP):

O domínio da linguagem, como atividade discursiva e

cognitiva, e o domínio da língua, como sistema simbólico utilizado por uma

comunidade linguística, são condições de possibilidade de plena participação

social. Pela linguagem os homens e as mulheres se comunicam, têm acesso à

informação, expressam e defendem pontos de vista, partilham ou constroem

visões de mundo, produzem cultura. (BRASIL, 1998, p.19).

Em Brandão (2002), encontramos uma perspectiva semelhante, pois, de acordo com a

autora, a linguagem é considerada um “elemento de mediação necessária entre o homem e sua

realidade e como forma de engajá-lo na própria realidade” (p.12). Segundo a pesquisadora, a

linguagem - identificada como lugar de conflito e de confronto ideológico - não deve ser

estudada fora do ambiente social, haja vista que sua constituição dá-se através de processos

histórico-sociais.

Em outro documento apresentado pelo Ministério da Educação (MEC), os Parâmetros

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), a linguagem é vista como “a

capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas

arbitrários de representação, que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida

em sociedade” (BRASIL, 2000, p. 5). Dessa forma, podemos atribuir à língua a

responsabilidade de construção e “desconstrução” dos significados sociais, o que nos leva a

situá-la no emaranhado das relações humanas, nas quais se insere o educando.

Destarte, sob o ponto de vista das novas perspectivas relacionadas ao

ensino/aprendizagem da língua materna, podemos inferir que se torna vital a elaboração de

propostas metodológicas que considerem as linguagens não somente como formas de

comunicação e expressão, mas como “ferramentas” que auxiliam na significação e na

formação de conhecimentos e valores, visto que são elas as responsáveis pela concreta

manifestação ideológica dos indivíduos e dos grupos sociais.

Perspectivas ao Trabalho com Textos

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96, ao vincular a

educação ao trabalho e ao exercício da cidadania, estabeleceu uma nova dinâmica à prática

escolar. As propostas de reformulação do ensino básico trouxeram à tona a necessidade de um

currículo direcionado à formação de sujeitos participativos e reflexivos, cidadãos atuantes

com potencial transformador; sujeitos com discernimento para refletir sobre si e sobre o outro,

sobre os diversos cenários, enfim, um sujeito plenamente consciente de sua dimensão social.

No caso da Língua Portuguesa, essas tendências foram responsáveis por sensíveis

mudanças, houve um reposicionamento das práticas até então difundidas. Um exemplo disso

pode ser notado na nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo (PCSP),

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