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O processo de leitura: algumas estratégias

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Por:   •  16/11/2013  •  Seminário  •  1.270 Palavras (6 Páginas)  •  341 Visualizações

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A leitura tem sido chamada de atividade cognitiva por excelência pelo fato de envolver todos os nossos processos mentais. A compreensão de um texto (seja ele escrito ou falado) exige o envolvimento da atenção, da percepção, da memória e do pensamento. Esses processos mentais realizam, durante a leitura, operações necessárias para a compreensão da linguagem, tais como o raciocínio dedutivo (próprio da inferência, da leitura das entrelinhas) e o raciocínio indutivo (necessário para a predição baseada no conhecimento de mundo, de outros textos, do autor, das condições sociais em que se vive).

O texto escrito é um objeto diferente do texto falado, e, em vez de o aluno olhar as partes relevantes desse objeto, a fim de perceber suas funções, ele foi acostumado a olhar os seus aspectos superficiais. Sendo assim, dizemos que o aluno não lê ou não gosta de ler, pois não compreende o texto, apenas o decifra, e o compreende parcialmente, sem costurar os fragmentos. A leitura se torna mais difícil quanto menos se lê, portanto cabe a todos os professores, e não só ao de Língua Portuguesa, a responsabilidade do ensino da leitura. Mostrar ao aluno que a leitura não é um campo minado, mas uma mina de ouro.

O PROCESSO DE LEITURA: algumas estratégias

Uma abordagem de leitura deve levar o aluno ao prazer da descoberta, a fim de ter efeito nos seguintes aspectos: 1) percepção de elementos linguísticos significativos, com funções importantes no texto; 2) ativação do conhecimento anterior; 3) elaboração e verificação de hipóteses que permitam ao leitor perceber outros elementos, mais complexos. Todas essas etapas envolvem a adivinhação e a descoberta do sentido que o escritor tentou deixar no seu texto, elemento importante para o leitor chegar à construção do seu sentido do texto.

Vale lembrar que o leitor proficiente é capaz de utilizar os três itens acima e que esse conhecimento é socialmente adquirido, portanto quem nunca participou da prática social da leitura de notícias e reportagens em revistas semanais de informação, não partilhará desse conhecimento. Ou seja, um aluno que não dispõe de revistas e jornais na sua casa, e cuja única experiência com a leitura é a do livro didático, não integrará os diversos elementos num todo significativo de forma espontânea. Precisa ser orientado para fazê-lo.

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilitam controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante das dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.

In: Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: mec / sef, 1998. p. 69-70.

Algumas ideias INCORRETAS sobre leitura:

LEITURA é um ato passivo.

LEITURA é um processo palavra por palavra.

Um texto deve ser lido somente uma vez.

Voltar no texto para esclarecer uma dúvida não é uma forma apropriada de LEITURA.

O objetivo de toda LEITURA é entender tudo e lembrar de todas as palavras num texto.

LER não é só difícil como é chato também.

Toda LEITURA deve começar do canto esquerdo e seguir na ordem em que o texto foi escrito.

A função mais importante de um texto é informar.

Nem todo leitor consegue LER textos autênticos (livros, revistas, jornais etc.).

Durante uma LEITURA, o importante é o que o texto traz até você e não o que você leva para o texto.

Sem o conhecimento de todas as palavras de um texto não há LEITURA.

Bibliografia:

KLEIMAN, Ângela. Leitura e interdisciplinaridade. Tecendo redes nos projetos das escolas. Campinas,SP: Mercado de Letras, 1999. (cap. 5).

Usar a leitura de forma competente significa, também, compreender que ler é tanto uma experiência individual e única, quanto uma experiência interpessoal e dialógica.

É individual porque significa um processo pessoal e particular de processamento dos sentidos do texto. Mas, também é interpessoal porque os sentidos não se encontram no texto, exclusivamente, ou no leitor, exclusivamente; ao contrário, os sentidos situam-se entre texto e leitor.

Esse conhecimento, tal como hoje compreendemos, refere-se a um grau ou tipo de letramento que inclui tanto o saber decifrar o escrito, quanto o ler/escrever com proficiência de leitor/escritor competente, quer dizer, saber utilizar estratégias e procedimentos que conferem maior fluência

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