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Para Vygotsky

Abstract: Para Vygotsky. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/10/2013  •  Abstract  •  4.091 Palavras (17 Páginas)  •  589 Visualizações

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Para Vygotsky (1987), a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.

O brincar, na fase do desenvolvimento infantil, ajuda a criança aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, os alunos equilibram as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Mas, é Piaget que esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar.

Para Vygotsky, brincando as crianças têm uma infância sadia e um aprendizado significativo. Nas brincadeiras a criança age como se isso fosse maior que a realidade e esse caráter extremamente lúdico da brincadeira contribui para o desenvolvimento dessa criança de forma grandiosa.

“Independente de época, cultura e classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz-de-conta se confundem.” (KISHIMOTO, 1999).

O mundo escolar é marcado pela preparação para o futuro, pela importância das atividades adultas. O lúdico é definitivamente banido da vida das crianças. A escola, para Althusser, é o aparelho ideológico im¬portante na vida das crianças.

A Escola toma a seu cargo todas as crianças de todas as classes sociais[ ... ] inculcando-lhes durante anos, os anos em que a criança está mais "vulnerável", entalada entre o aparelho de Estado Fami¬liar e o aparelho de Estado Escola, "saberes práticos" (des "savoir faire") envolvidos na ideologia dominante. (ALTHUSSER, 1980, p. 64 apud KISHIMOTO, 1999)

Sendo o prazer, uma inclinação vital, não poderia ficar ausente durante muito tempo da existência humana. Expulso da escola, o prazer se expressa em todas as atividades que não se nutrem do racionalismo e do utilitarismo que imperam no reino das obrigações (OLIVIER, 1996 e MARCELLINO, 1990).

Rubem Alves fala da dimensão do jogo, do sonho e da magia (Alves, 1987) e Severino, das múltiplas dimensões da sensibilidade humana, da corporeidade, dos desejos, dos sentidos (MARCELLINO, 1990, p. 10-11).

O lúdico é alegria, a espontaneidade, a referência não aos parâmetros da racionalidade, com uma lógica diferente: a lógica do ser feliz agora, do construir o futuro (e não do preparar-se para o dia em que ele despencará sobre nossas cabeças), do revolver o velho e construir o novo, da nova utopia, a "ordem amorosa" de que nos fala também. (RUBEM ALVES, 1987).

Rubem Alves (1987) cita Peter Berger: "Maturidade é o estado de uma mente que foi reprimida, chegou a um bom termo com o status quo e desistiu dos impetuosos sonhos de aventura e realização. (ALVES, 1987, p. 95)

Assim, as brincadeiras e os jogos na escola se baseiam na atualidade: ocupa-se do aqui e do agora, não da preparação de um futuro inexistente. Sendo o hoje a semente da qual germinará o amanhã, podemos dizer que o lúdico favorece a utopia, a construção do futuro a partir do presente. O lúdico privilegia a criatividade, a inventividade e a imaginação, por sua própria ligação com os fundamentos do prazer. Não comporta regras preestabelecidas, nem velhos caminhos já trilhados; abre novos caminhos, vislumbra outros possíveis.

Reconhecer o lúdico é reconhecer a especificidade da infância: permitir que as crianças sejam crianças e vivam como crianças. Ao refletir sobre o lazer enquanto elemento fundamental no processo de educação, devem-se considerar os aspectos sociofilosóficos que se manifestam a partir das mais variadas formas de vivenciar o lúdico, aqui compreendido em jogos e brincadeiras, enquanto possibilidades que buscam contribuir para alterar as relações de poder estabelecidas no processo pedagógico de produção do conhecimento.

O educador, ao identificar e refletir criticamente o valor histórico-educativo do lazer na história da humanidade, estará concretizando um dos papéis fundamentais da educação no mundo contemporâneo, que assegurar o acesso a conteúdos historicamente produzidos, propi¬ciar o exercício do pensamento crítico e, ainda, ampliar as possibi¬lidades de compreensão e intervenção crítica na realidade, estabe¬lecendo-se novas bases indispensáveis à superação dos limites im¬postos à educação pública de qualidade. (TAFFAREL, 1995 apud MARCELINO, 1990)

Ao procurar uma definição de jogo, encontra-se em vários autores, como Huizinga (1993), Caillois (1990), Vygotsky (1989) e Kishimoto (1994), uma forma de compreensão, através dos elementos e características que o compõem, a dimensão do jogo. Nesta investigação, é possível observar que esses autores, ao tentar definir o jogo, se apoiam em características que determinam a sua especificidade utilizando expressões linguísticas semelhantes que não se excluem, mas se complementam.

uma atividade livre, conscientemente tomada como "não séria" e exterior a vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter qualquer lucro, praticada dentro de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa ordem e certas regras. Promove a formação de grupos sociais com tendência a rodearem-se de segredo e a sublinharem sua diferença em relação ao resto do mundo por meio de disfarces ou outros meios semelhantes. (HUIZINGA, 1993, p. 16)

Huizinga (1993) aponta para as características dos jogos que determinam comportamentos que são próprios dos humanos: o prazer demonstrado pelo jogador, o caráter não sério da ação, a liberdade do jogo, a separação dos fenômenos do cotidiano, a existência de regras, o caráter fictício ou representativo, a limitação do jogo no tempo e no espaço e a possibilidade de promover a formação dos grupos sociais.

Em Caillois vamos encontrar a seguinte definição:

uma atividade livre e voluntária, fonte de alegria e divertimento. Nele o jogador se entrega espontaneamente, de livre vontade e por exclusivo prazer, tendo a cada instante a possibilidade de optar pelo retiro, silêncio, recolhimento, solidão ociosa por uma ativida¬de mais fecunda. O jogo é essencialmente uma ocupação separa¬da do resto da existência e é realizado em geral dentro de limites precisos de tempo e lugar. (CAILLOIS, 1990, p. 26)

Assim, o jogo e a brincadeira são

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