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Períodos Literários

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Por:   •  15/11/2014  •  2.132 Palavras (9 Páginas)  •  627 Visualizações

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Períodos Literários.

Também conhecidos como escolas, correntes ou movimentos, os períodos literários correspondem à fases histórico-culturais em que determinados valores estéticos e ideológicos resultam na criação de obras mais ou menos próximas no estilo e na visão de mundo. Diferenciam-se do estilo de época por terem uma abrangência maior, englobando circunstâncias como as condições do meio; as influências filosóficas e politicas, etc.

Assim, qualquer período literário (ou artístico) pressupõe:

• Momento histórico delimitado (normalmente algumas décadas), onde se dá a adesão de vários escritores à normas e princípios comuns;

• Conjunto similar de influencias sociais, culturais e ideológicas agindo sobre as mentalidades;

• Elaboração estética semelhante, seja nas técnicas de construção literária, o estilo, na temática e os pontos de vista sobre o ser humano e a vida.

A ascensão, predominância e decadência de uma escola ou de um movimento não ocorrem arbitrariamente, apenas pela vontade dos artistas, mas resultam de um processo complexo de influências do espírito de época sobre os indivíduos.

Em certas circunstâncias históricas – crises políticas, mudanças violentas ou condições opressivas – a criação de uma nova arte, de um estilo novo e de uma nova maneira de registrar as coisas torna-se urgente para os escritores e os artistas em geral.

Entretanto, a vitória de uma nova corrente não apaga de todo o prestigio e a força da antiga. Podemos assistir à coexistência de movimentos opostos numa mesma faixa temporal. Logo as datas de início e fim de um período não implicam o predomínio automático de um período sobre o outro, mas a tentativa de ordenação e simplificação pedagógica dos fenômenos literários.

VIDA E OBRA DE CAMÕES

Expressão acabada das glórias de sua terra e do homem renovado pela Renascença, Camões consolidou a língua portuguesa e conferiu-lhe amplitude, aptidão e maleabilidade capazes de abarcar motivos de significado nacional e universal ao mesmo tempo. Luís Vaz de Camões nasceu provavelmente em Lisboa em 1524 ou, para outros, 1525. Sua família era de pequenas posses, mas frequentava a corte ou ocupava cargos importantes, como o do tio que era prior do mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde o poeta teria feito o curso de artes. Graças a esse começo se firmaram as bases de sua sólida formação cultural, que levou Wilhelm Storcka

Chama-lo de “filho legítimo do Renascimento, e humanista dos mais doutros e distintos de seu tempo”.

De 1542 e 1545 parece ter morado em Lisboa, vivendo as primeiras paixões amorosas e dificuldades com o meio. Não se sabe com certeza por que foi forçado a trocar a capital pelo desterro no Ribatejo, mas por volta de 1547 se alistou no serviço militar e seguiu para o norte da África. Em combate pelo de Ceuta, no Marrocos, perdeu o olho direito. De volta a Lisboa em 1549, conviveu um tanto com a nobreza, outro tanto com a noite das ruas e dos bordéis. Impetuoso, em 1552 feriu á espada um cavalariço do rei e foi condenado a um ano de prisão.

Após o indulto de D.JoãoIII, em março de 1553, Camões partiu para a Índia. Pouco parou em Goa: participou da expedição ao Malabar e talvez de um cruzeiro contra navios turcos no mar Vermelho. Sua estada em Macau, no cargo provedor de defuntos e ausentes, mais ou menos de 1556 a 1558, não é tida com certa. Oque não se põe em dúvida é que, em viagem às costas da China, naufragou nas proximidades do atual Vietnã, salvando-se a nado com o manuscrito de Os lusíadas já bastante adiantado. Esteve ainda na Malásia e retornou a Goa, quando de novoteria sido preso, desta vez por dívidas. Mais tarde viveu em Moçambique, onde Diogo do Couto o encontrou “tão pobre que comia de amigos”.

Com o favor desses amigos, o poeta em 1569 regressou a Lisboa. Bateu-se, então, pela publicação de Os lusíadas. Em 1571 a Inquisição lhe outorgou a licença requerida e a obra, depois de censurada, teve em 1572 sua primeira edição. No mesmo ano, o rei D.Sebastião lhe concedeu a tença de 15 mil réis, quantia sobre cujo valor há muita discussão mas que a maior parte dos estudiosos julga insignificante, ainda mais que lhe não foi paga com regularidade. Os últimos anos foram portanto de miséria e de “austera, apagada e vil tristeza”.

Caracterização geral. Além de Os lusíadas, só três ou quatro pomas de Camões foram publicados durante sua vida. A maior parte da obra lírica, tal como os autos e as cartas, permaneceu inédita. A tarefa de identificar e reunir esse material precioso, a que a celebridade e grandeza do prodígio épico emprestavam aura de objeto de devoção, mobilizou muita gente, ao longo de largos anos.

Assim é que a organização da obra de historia à parte, de que um dos primeiros passos foi a publicação em 1587, por Afonso Lopes, dos autos Anfitriões e Filodemo. Seguiu-se a primeira coletânea das líricas, com o título de Rimas (1595), devida a Estêvão ou acrescidas de dezenas de outros, às vezes duvidosos. A primeira obra completa só apareceu em 1860, preparada pelo visconde de Juromenha: os sonetos, inicialmente 108, chegava a 352.

Do final do século XIX em diante se fizeram edições mais criteriosas, apoiadas nos trabalhos de Wilhelm Storck, Carolina Michaelis, Agostinho de Campos, Costa Pimpão, José Maria Rodrigues, Afonso Lopes Vieira e Hernâni Cidade. Mais recentemente, pesquisadores como Jorge Sena, Eugênio de Andrade e Emanuel Pereira Filho fixaram o extraordinário legado camoniano nos seguintes termos: Os lusíadas, 211 sonetos, 142 redondilhas, 15 canções, 13 odes, nove écogas, cinco oitavas, quatro cartas e três autos (além dos mencionados, El-reiSeleuco).

Poesia épica. Camões é sobretudo síntese de uma época e de um povo, do espírito humanista – com seus vastos conhecimentos, sua filosofia, sua ética – somado à realização histórica e politica da expansão marítima portuguesa. Testemunha viva e transformadora, cruzou os mares, se engajou pessoalmente nessa expansão e , imbuído daquele espírito, fez dela um monumento de arte literária.

Nesse sentido, em dimensão assim tão integrada e completa, é caso único da história da poesia e é, mais do que tudo, o autor de Os lusíadas.

O poema divide-se em dez contos de oitava rima, estância de oito versos decassílabos. O motivo central é a viagem de Vasco da Gama em busca do caminho para as Índiaspelo Ocidente. Em torno dessefio condutor se fazem retrospectos e projeções da história

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