Poesia lírica
Seminário: Poesia lírica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: leno5 • 20/8/2014 • Seminário • 472 Palavras (2 Páginas) • 387 Visualizações
A Maria dos povos, sua futura esposa
Gregório de Matos
Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca o Sol e o dia:
Enquanto com gentil descortesia,
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança brilhadora
Quando vem passear-te pela fria...
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda a ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.
Ó não guardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Poesia lírica de exaltação à beleza como gradação de um enamoramento, este soneto de Gregório de Mattos representa em metáforas a passagem, a brevidade do tempo. Incita que Maria goze da mocidade, pois passa depressa. Carpe Diem no Barroco é uma escultura da angústia pelo fim, pela morte eminente. A consciência de que se vai morrer projeta a imagem de uma flor que se tornará pó, sombra e nada. A visão da aurora verte-se na visão da sombra dos pés do tempo sobre a flor. O viço está perdido tanto pela discrição quanto pela passagem inevitável do tempo. Belíssimo soneto conceptista, onde a beleza física tem na flor sua metáfora. O eu-lírico seduz a jovem Maria mostrando-lhe que a beleza e a juventude são efêmeras. Ele a deseja carnal e na sua inteiridade de mulher que desponta em frescor e vitalidade. “Carpe diem, memento mori”. Lembre-se que morrerá e aproveite a vida.
A Jesus Cristo crucificado estando o poeta para morrer
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro
em cuja lei protesto de viver,
em cuja santa lei hei de morrer
animoso, constante, firme e inteiro;
neste lance, por ser o derradeiro
pois vejo a minha vida anoitecer,
é meu Jesus, a hora de se ver
a brandura de um pai, manso cordeiro.
Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
e não o vosso amor que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,
que, por mais que pequei neste conflito
espero em vosso amor de me salvar.
MATOS, Gregório de.
Culpa e perdão são os dois madeiros que crucificam os herdeiros de Cristo. Devido
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