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Projeto: Historia Em Quadrinhos

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Por:   •  14/1/2015  •  1.377 Palavras (6 Páginas)  •  1.264 Visualizações

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PROJETO: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Público-alvo:

 Alunos ensino fundamental 5ª série - período tarde

Gênero:

 Histórias em quadrinhos (gibis)

Objetivos:

 Leitura por fruição

 Interpretação:código, imagens e textos

 Produção e reconhecimento do gênero (H.Q)

Metodologia:

 Leitura “ A história da H.Q.”

 Leitura de gibis

 Contação de histórias

 Produção de narrativas a partir de quadrinhos

 Releitura

 Produção de gibis

Recursos:

 Livro didático

 Gibis

 Folhas de sulfite

 Cola

 Tesoura

 Lápis de cor

Avaliação:

 Participação durante as atividades (sala de leitura)

 Produção de textos (narrados e escritos – prosa e H.Q.)

Ex: de texto que pode ser trabalhado e socializado com os alunos....

Um Apólogo

de Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir

que vale alguma coisa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar

insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem

cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importese com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é

que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem

os cose sou eu, e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro,

dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por

você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo

adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é

que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se

disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de

si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da

agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam

andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos

da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E

dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que

esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela,

unidinha a eles, furando abaixo e acima.

A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo

enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir

palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e

foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plicplic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e

ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a

vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E

quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava

daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,

perguntou-lhe:

— Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,

fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e

diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o

balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

...

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