Resenha: O Leitor - Carol Almeida

Centro Universitário Jorge Amado-UNIJORGE

Resenha do filme: O Leitor- The Reader

   

Carolina Ingrid Moreira Almeida                                                               (161005016)                                                                                                     Engenharia Civil, noturno, sala 3015.

Salvador-Bahia,                                                                                                  31/03/2016.

Resenha do filme: O Leitor- The Reader

Direção: Stephen Daldry                                                                                                                    Autoria: Bernhard Schlink

  Contextualizado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, o filme “O Leitor- The Reader” apresenta conteúdo complexo, onde o diretor faz vários cortes, avançando de uma época para outra no decorrer do filme levando o espectador ao conhecimento dos acontecimentos presente e passado, como numa “máquina do tempo”, dando sentido cronológico à história. Fazendo menções à importância da leitura e escrita na vida do ser humano e mostrando a “sede” de leitura da antagonista, que mesmo analfabeta, cativa-se pela literatura.

  Dividido em três épocas distintas, o filme conta a história de um adolescente (Michael Berg) de quinze anos que vivi um romance sexual-literário com uma mulher (Hanna Schmitz), solitária e misteriosa, de trinta e cinco anos de idade. Em seus encontros, Hanna sempre solicitava ao garoto leitura em voz alta, dos livros de romances e poesias, em troca de sexo. Desses encontros, nasce o amor do garoto pela misteriosa Hanna, que desaparece sem deixar explicações ao jovem companheiro.

  Agora em 1966, Michael, estudante de Direito na Universidade de Heidelberg, e alguns colegas de classe são levados por um professor à observarem o julgamento de um dos crimes cometidos na Segunda Guerra e choca-se ao encontrar, assentada na cadeira de réu, a sua tão amada Hanna, que teria sido agente de segurança nos campos de extermínio e, junto à outras mulheres,  responsabilizada pela morte de centenas de mulheres. No decorrer do julgamento, Michael compreende que Hanna era analfabeta, fato que ela omitira até durante o julgamento, acusada de ter redigido um relatório sobre a noite do extermínio.

  Michael passa a viver num dilema, entre; a oportunidade de interferir no julgamento, salvando aquela misteriosa mulher que o iniciou no amor, ou aceitar o fato da mesma ter omitido a informação por vergonha. As outras mulheres recebem pena de quatro anos de reclusão, enquanto Hanna, pela vergonha de admitir o analfabetismo, é condenada à prisão perpétua.

  Passando-se o tempo, para se redimir de não ter interferido no julgamento de sua amada, Michael passa então a enviar para a prisão fitas de áudio com as histórias que Hanna mais gostava, narradas por ele. Ao receber as fitas ela se dirige à biblioteca da prisão para procurar os livros enviados em áudio por Michael e por associação, aprende a ler e escrever a partir da narração.

  Vinte anos depois Hanna, agora de cabelos brancos e rugas pela pele, ganha a liberdade e Michael é chamado para colaborar com a sua readaptação à vida social, por ser a única pessoa com quem ela mantinha algum contato. Acostumada à vida na prisão, ao saber que seria liberta Hanna comete suicídio deixando uma carta e uma pequena quantia em dinheiro para ser entregue aos herdeiros das vítimas do holocausto.

Em suma, a história instiga à leitura e nos leva a pensar a quão vazia e solitária é a vida sem a leitura, sem imaginar cada palavra escrita dentro de livros. Enquanto analfabeta Hanna buscava alguém que pudesse apresenta-la ao mundo da literatura  e a sua sede pela leitura foi tanta que, mesmo depois de anos sem saber ler, autodidata  conheceu o prazer que é transcorrer os olhos pelas frases e saber o que cada letra significava.