Revolução Industrial
Monografias: Revolução Industrial. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: BrunoNmP • 19/8/2014 • 1.492 Palavras (6 Páginas) • 260 Visualizações
Dá-se o nome de Revolução Industrial a uma série de mudanças nas atividades produtivas, iniciadas por volta de 1760 na Inglaterra. Naquela época e nas décadas seguintes, o processo de produção foi acelerado por uma sequência de invenções cujo ponto central era a utilização do vapor como força motriz.
A evolução técnica foi o cerne da Revolução Industrial, mas não seu elemento único. Considerando que o termo revolução, em seu significado histórico, indica um conjunto de transformações profundas, a Revolução Industrial corresponde plenamente a essa acepção.
No plano técnico, houve alterações não apenas na produção de bens de capital (máquinas, equipamentos) e de artigos de consumo, como também nas técnicas agrícolas e nos meios de transporte. Mas, acima de tudo, a Revolução Industrial foi marcada pelas modificações econômicas e sociais. E acarretou ainda mudanças no campo político, intelectual e comportamental.
A Revolução Industrial foi, portanto, um acontecimento histórico de enorme amplitude, implicando transformações tão extensas que merecem ser denominadas revolucionárias.
As mudanças tecnológicas, econômicas e sociais registradas entre 1760 e 1860 correspondem à Primeira Revolução Industrial. O período caracterizou-se pelo uso das máquinas a vapor, feitas de ferro e tendo como combustível o carvão mineral.
Na década de 1860, o trinômio vapor-carvão-ferro começou a ser substituído pela eletricidade, petróleo e aço, dando início à Segunda Revolução Industrial.
Etapas da atividade industrial
A palavra indústria é de formação latina; em seu sentido original, indicava o modo de transformar matérias-primas em produtos a ser utilizados ou consumidos. Nessa acepção, a indústria abrange três processos: o artesanato, a manufatura e a maquinofatura - sendo os dois primeiros anteriores à Revolução Industrial.
O artesanato é a forma mais simples de indústria. Nele, todas as fases da produção são realizadas pela mesma pessoa. Por exemplo: na tecelagem, quem produzia fios também os tecia. Como o artesão trabalhava em casa, auxiliado apenas pela família, esse tipo de atividade industrial é conhecido como sistema doméstico de produção.
A manufatura representa um estágio mais avançado da atividade industrial. Nela, um certo número de trabalhadores é concentrado no local da produção, onde ocorre uma divisão do trabalho ou especialização: o processo produtivo é segmentado e cada trabalhador passa a executai- uma tarefa específica, sem precisar se deslocar ou trocar de ferramentas. Com isso, há um ganho de produtividade. As manufaturas surgiram na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média, impulsionadas pelo Renascimento Comercial e Urbano.
Quadro da Revolução IndustrialA maquinofatura, que caracteriza a Revolução Industrial, distingue-se pelo emprego de máquinas, as quais substituem tanto as ferramentas dos artesãos como os equipamentos utilizados nas manufaturas.
Devemos portanto lembrar que a palavra indústria pode, eventualmente, ser aplicada a situações anteriores à Revolução Industrial. Claro que, nesses casos, ela terá o sentido de artesanato ou de manufatura - nunca o de maquinofatura.
No artesanato, o produtor gozava de certa independência, graças à propriedade dos instrumentos de produção. Com o advento das manufaturas, muitos trabalhadores domésticos autônomos tomaram-se assalariados. Deixaram de comprar matéria-prima e de ter ferramentas próprias, as quais passaram para o controle de seu empregador (geralmente um grande comerciante que também era dono da manufatura). Dessa forma, o ex-artesão receberia apenas o pagamento de seu trabalho, sem qualquer participação nos possíveis lucros resultantes da venda dos produtos.
Uma variante do sistema doméstico de produção, surgida com o Renascimento Comercial e Urbano e que sobreviveu durante um longo período, foram as oficinas artesanais. Nestas, o proprietário trabalhava juntamente com alguns empregados, os quais recebiam salários ou, em certos casos, tinham participação nas vendas. Esse foi o sistema disciplinado pelas corporações de ofício da Baixa Idade Média.
Na Idade Moderna, apesar da crescente importância da manufatura, o sistema doméstico de produção e as oficinas artesanais continuaram a existir, embora em condições cada vez mais precárias.
Fatores da Revolução Industrial Inglesa
Diversos fatores contribuíram para fazer da Inglaterra o país pioneiro na industrialização. Além dos elementos propriamente técnicos (inventos relacionados com a produção têxtil, aperfeiçoamentos na metalurgia e emprego do vapor como força motriz), devemos considerar aspectos econômicos, sociais, políticos e mentais.
O fator fundamental para a Revolução Industrial ter começado na Inglaterra foi de ordem econômica: a grande acumulação primitiva de capitais realizada pela burguesia do país na Idade Moderna.
As práticas mercantilistas carrearam para a Inglaterra uma imensa quantidade de ouro e prata (metais amoedáveis, portanto equivalentes a dinheiro), acrescida de outras formas de acumulação, como a pirataria e o tráfico negreiro. Essa disponibilidade financeira iria facilitar os investimentos na indústria.
Por outro lado, desde o Ato de Navegação de 1651, e sobretudo após vencerem a Holanda (até então a potência marítima hegemônica), os ingleses expandiram seu comércio em escala mundial. A supremacia naval assegurou-lhes o domínio das rotas oceânicas e, consequentemente, dos mercados consumidores e fontes de matérias-primas.
Outro aspecto econômico foi o fato de a Inglaterra, apesar de relativamente pobre em recursos minerais, possuir abundantes jazidas de ferro e carvão - este último necessário como combustível para produzir vapor, mas ainda mais importante na metalurgia do ferro.
Entre os fatores sociais da Revolução Industrial, o mais relevante foi a ascensão da burguesia inglesa, tanto em termos de força econômica como de poder político e prestígio social. Tal ascensão teve duas causas interligadas: o enriquecimento proporcionado pela expansão do comércio e a vitória contra o absolutismo, alcançada com as Revoluções Inglesas do século XVII.
Outro destacado fator socioeconômico foi a enorme disponibilidade de mão-de-obra, pois um grande número de desempregados (os quais Marx chama de exército de reserva) inibe as reivindicações de quem estiver
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