Sintese De Mimese
Artigo: Sintese De Mimese. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: KethelinSilva • 5/2/2014 • 523 Palavras (3 Páginas) • 319 Visualizações
p. 97 > De que fala a literatura? A mimese, desde a Poética de Aristóteles, é o termo mais geral e corrente sob o qual se conceberam as relações entre a literatura e a realidade. Na monumental obra de Erich Auerbach, [Mimèsis...], a noção não era questionada. [...] Mas a mimèsis foi questionada pela teoria literária que insistiu na autonomia da literatura em relação à realidade [...]. O auge dessa doutrina foi atingido com o dogma da auto-referencialidade do texto literário, isto é, com a idéia de que ‘o poema fala do poema’ e ponto final. P. 98-9 > Um paradoxo mostra a extensão do problema. Em Platão, na República, a mimèsis é subversiva, ela põe em perigo a união social, e os poetas devem ser expulsos da Cidade em razão de usa influência nefasta sobre a educação dos ‘guardiões’. NO outro extremo, para Barthes, a mimèsis é repressiva, ela consolida o laço social, por estar ligada à ideologia (a doxa) da qual ela é instrumento. Subversiva ou repressiva, a mimèsis?
Contra a mimese
p. 99 > Em Saussure, a idéia do arbitrário do signo implica a autonomia relativa da língua em relação à realidade e supõe que a significação seja diferencial (resultando da relação entre os signos) e não referencial (resultando da ralação entre as palavras e as coisas). Em Peirce, a ligação original entre o signo e seu objeto foi quebrada, perdida, e a série dos interpretantes caminha indefinidamente de signo em signo, sem nunca encontrar a origem, numa sèmiosis qualificada de ilimitada. Segundo esses dois precursores [...], o referente não existe fora da linguagem, mas é produzido pela significação, depende da interpretação. O mundo sempre é já interpretado, pois a relação lingüística primária ocorreu entre representações, não entre a palavra e a coisa, nem entre o texto e o mundo. Na cadeia sem fim nem origem das representações, o mito da referência se evapora. P. 101 > [...] salvo se reduzirmos toda a linguagem a onomatopéias, em que sentido ela pode copiar? Tudo o que a linguagem pode imitar é a linguagem: isso parece evidente. P. 102 > A recusa da dimensão expressiva e referencial não é própria à literatura, mas caracteriza o conjunto da estética moderna, que se concentra no ‘médium’ (como no caso da abstração em pintura).
A mimese desnaturalizada
p. 104 > [...] a mimèsis seria a representação de ações humanas pela linguagem, ou é a isso que Aristóteles a reduz, e o que lhe interessa é o arranjo narrativo dos fatos em história: a poética seria, na verdade, uma narratologia. P. 105 > [...] com o nome de poética, Aristóteles queria falar da sèmiosise não da mimèsis literária, da narração e não da descrição: a PoéticA mimèsis como reconhecimento
p. 131 > Tanto em Ricoeur como em Frye, a mimèsis produz totalidades significantes a partir de acontecimentos dispersos. É pois pelo seu valor cognitivo, público e comunitário que ela é reabilitada, contra o ceticismo e o solipsismo aos quais conduzia a teoria literária francesa estruturalista e pós-estruturalista.
a é a arte da construção da ilusão referencial.
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