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Tendencias Pedagogicas

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Por:   •  24/10/2014  •  5.935 Palavras (24 Páginas)  •  875 Visualizações

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Tendências Pedagógicas

Há várias formas de se conceber o fenômeno educativo. Por sua própria natureza, não é uma realidade acabada que se dá a conhecer de forma única e precisa em seus múltiplos aspectos. É um fenômeno humano, histórico e multidimensional. Nele estão presentes tanto a dimensão humana quanto a técnica, a cognitiva, a emocional, a sócio-política e cultural. Não se trata de mera justaposição das referidas dimensões, mas, sim, da aceitação de suas múltiplas implicações e relações.

Diferentes formas de aproximação do fenômeno educativo podem ser consideradas como mediações historicamente possíveis, que permitem explica-lo, se não em sua totalidade, pelo menos em alguns de seus aspectos; por isto, devem ser elas analisadas, contextualizadas e discutias criticamente. De acordo com determinada teoria/proposta ou abordagem do processo ensino-aprendizagem, privilegia-se um ou outro aspecto do fenômeno educacional.

Numa abordagem humanista, a relação interpessoal é o centro, e a dimensão humana passa a ser o núcleo do processo ensino-aprendizagem.

Numa abordagem comportamentalista, a dimensão técnica é privilegiada, ou seja, os aspectos objetivos, mensuráveis e controláveis do processo são enfatizados em detrimento dos demais. Essas propostas são explicativas de determinados aspectos do processo ensino-aprendizagem, não podendo ser desconsideradas.

As escolas psicológicas, de abordagem cognitivista, de onde vem as tomadas de posições, podem ser consideradas de acordo com três características: primado do sujeito, primado do objeto e interação sujeito-objeto. Toda interpretação do fenômeno vital, quer seja biológica, sociológica, psicológica, etc., resulta de uma relação sujeito-ambiente, isto é, deriva de uma tomada de posição epistemológica em relação ao sujeito e ao meio.

Os empiristas consideram o organismo sujeito às contingências do meio, sendo o conhecimento uma cópia de algo dado no mundo externo. Há, portanto, ênfase na importância do objeto, do meio, quer se leve em conta o indivíduo como tabula rasa, quer não se seja tão ortodoxo e se admita a maturação de alguma atividade cognitiva.

O nativismo, apriorismo ou inatismo afirma que as formas de conhecimento estão predeterminadas no sujeito. Atribui-se ao sujeito, ao organismo humano, categorias de conhecimento “já prontas”, para as quais toda estimulação sensorial é canalizada. Ocorre ênfase na importância do sujeito.

Do ponto de vista interacionista o conhecimento é considerado como uma construção contínua e, em certa medida, a invenção e a descoberta são permanentes a cada ato de compreensão. A passagem de um nível de compreensão para o seguinte é sempre caracterizada por formação de novas estruturas, que não existiam anteriormente no indivíduo. Não há pré-formação, nem endógena, nem exógena, mas um desenvolvimento contínuo de elaborações sucessivas que implicam a interação de ambas as posições. Enfatiza-se uma relação dinâmica entre a bagagem genética hereditária e sua adaptação ao meio em que se desenvolve.

O conhecimento humano, pois, dependendo dos diferentes referenciais, é explicado diversamente em sua gênese e desenvolvimento, o que, conseqüentemente, condiciona conceitos diversos de homem, mundo, cultura, sociedade, educação, etc., dentro de um mesmo referencial, é possível haver abordagens diversas, tendo em comum apenas os diferentes primados: ora do objeto, ora do sujeito, ora da interação de ambos.

Serão analisadas, a seguir, algumas características das cinco abordagens propostas: abordagem tradicional, abordagem comportamentalista, abordagem humanista, abordagem cognitivista e abordagem sócio-cultural.

Abordagem tradicional

É uma abordagem do ensino-aprendizagem que não se fundamenta implícita ou explicitamente em teorias empiricamente válidas, mas numa prática educativa e na sua transmissão através dos anos. Este tipo de abordagem inclui tendências e manifestações diversas.

Trata-se de uma concepção e uma prática educacional que persistiram no tempo, em suas diferentes formas, e que passaram a fornecer um quadro referencial para todas as demais abordagens que a ela se seguiram.

Snyders (1974), num estudo sobre o ensino tradicional, defende a necessidade de se compreender esse tipo de ensino e suas justificativas. Somente uma avaliação cuidadosa e crítica tornará possível ultrapassa-lo ou faze-lo melhor.

Para Snyders, o ensino tradicional é o ensino verdadeiro. Tem a pretensão de conduzir o aluno até o contacto com as grandes realizações da humanidade: a arte, a ciência, a filosofia, etc. privilegiam-se o especialista, os modelos e o professor, elemento imprescindível na transmissão de conteúdos.

Na concepção tradicional, o adulto é considerado um homem acabado, “pronto” e o aluno um adulto em miniatura, que precisa ser atualizado.

Este tipo de ensino volta-se para o que é externo ao aluno: o programa, as disciplinas, o professor. O aluno apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores.

1. Características Gerais

Homem

O homem é considerado uma “tábula rasa” onde são impressas, progressivamente, imagens e informações fornecidas pelo ambiente.

Conhecimento

Parte do pressuposto de que a inteligência, ou qualquer outro nome dado à atividade mental, seja uma faculdade capaz de acumular/armazenar informações. A atividade humana é a de armazenar informações sobre o mundo, das mais simples às, mais complexas.

Educação

A abordagem tradicional é caracterizada pela concepção de educação como um produto, já que os modelos a serem alcançados estão pré-estabelecidos, daí a ênfase no processo. Trata-se, pois, da transmissão de idéias selecionadas e organizadas logicamente.

Escola

A escola, fundada nas concepções dessa abordagem, é o lugar por excelência onde se realiza a educação, a qual se restringe, em sua maior parte, a um processo de transmissão de informações em sala de aula e funciona como uma agência sistematizadora de uma cultura complexa.

Uma das vertentes dessa abordagem atribui à educação o papel de ajustamento social, de forma que fosse garantida a continuidade das idéias, sem rupturas e sem crises.

Ensino-aprendizagem

A ênfase é dada às situações de sala de aula,

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