VANGUARDAS EUROPÉIAS
Monografias: VANGUARDAS EUROPÉIAS. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: anasousa • 24/11/2013 • 3.695 Palavras (15 Páginas) • 745 Visualizações
VANGUARDAS EUROPÉIAS
As vanguardas européias surgiram em grande parte na Europa. Os movimentos receberam essa nomenclatura, pois foram ações pioneiras e inovadoras do conceito de arte em todos os ramos artísticos. As vanguardas “quebraram conceitos”, representaram a inquietação, a insatisfação, a contradição e desequilíbrio na qual o homem moderno encontrava-se devido às circunstâncias históricas das duas grandes guerras mundiais, das crises econômicas e das profundas incertezas futuras.
Em toda a Europa as vanguardas apresentaram um detalhe relevante. A pintura neste período marcou a representação do profundo, do interior de um homem moderno sufocado com as angústias. Nesse critério temos um cubismo profundo com Picasso, um surrealismo único de Salvador Dali, um futurismo interior de Marinetti e um dadaísmo de Tzara como arma de protesto.
O contexto artístico da época firmou-se sobre vários conceitos, no entanto quatro foram fundamentais, futurismo, surrealismo, dadaísmo e cubismo.
Futurismo
O Futurismo apresentava a proposta que o passado deveria ser esquecido e que aspectos dinâmicos deveriam ser incorporados, a exaltação da velocidade, das máquinas e do progresso. A proposta futurista pode ser demonstrada no trecho abaixo retirado de manifestos futuristas:
“...Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade...”
“...Nós queremos demolir os museus, bibliotecas, combater o moralismo...”
“...Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto perigoso, a bofetada e o soco...”
As obras futuristas fazem um paralelo entre o homem e o progresso. As tendências expressam não mais um carro de maneira estética, mas sim a velocidade e o progresso que aquele carro representa no todo. Na pintura as obras parecem ter vida, movimento e velocidade constantes, na literatura as onomatopéias e o jogo linguístico caracterizam o progresso de maneira acentuada.
Cubismo
O cubismo foi uma tendência artística estabelecida principalmente através da pintura. A proposta fundamentava-se no fracionamento da realidade e, em seguida, sua remontagem por meio de planos geométricos superpostos. Picasso marcou essa vanguarda com algumas de suas obras, por exemplo, em Guernica o plano geométrico indica várias perspectivas na obra.
Na literatura o cubismo foi marcado pela utilização do verso livre e do humor, abolição da sintaxe e invenção de palavras, linguagem mais ou menos caótica e preocupação com a disposição gráfica do poema.
Dadaísmo
O dadaísmo firmou-se como um dos movimentos mais radicais do grupo das Vanguardas Européias. Seus fundamentos partem da negação total da lógica, da coerência e da cultura, numa espécie de protesto contra o absurdo da guerra. Nos manifestos dadaístas essa postura fica bem acentuada:
“...Dadá não significa nada...”
“...A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta...”
“...Nós não reconhecemos nenhuma teoria...”
Surrealismo
O surrealismo surgiu em 1924 com uma proposta de valorização da loucura, do sonho, do inconsciente, da fantasia, baseando-se no ponto que o artista deveria deixar-se levar pelo impulso, pelo que lhe viesse à mente e não pelo lógico.
Trechos extraídos desse manifesto:
“...Se as profundezas de nosso espírito abrigam forças estranhas capazes de aumentar as da superfície [...]há todo interesse em captá-las, em captá-las desde o início,para submetê-las em seguida, se isto ocorrer, ao controle de nossa razão...”
“...O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da vida?...”
Todas essas tendências de vanguarda possuem um ponto em comum, a maioria caracterizou uma desorganização consciente da arte produzida até o momento.
PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL
Contexto histórico
O pré-modernismo Brasileiro desenvolve-se em meio de uma sociedade conturbada. Vários focos de agitação abalam o país: a Guerra dos Canudos; a Revolta da Chibata; a Revolta contra a vacina obrigatória no Rio de Janeiro; a Guerra do contestado em Santa Catarina; movimentos grevistas no Rio e em São Paulo, além do fenômeno do cangaço na região Nordeste.
Essa inquietação social interna intensifica-se quando explode a Primeira Guerra Mundial, na qual o Brasil entrará em 1917. Nesse contexto histórico cultural surge uma literatura de transição entre o Realismo/Naturalismo e o Modernismo, Caracterizada como uma literatura de transição, o pré-modernismo apresenta duas faces fundamentais:
A) Um aspecto conservador, estabelecido pela permanência de elementos naturalistas e parnasianos:
B) Um aspecto renovador, representado pelo interesse crítico na realidade Brasileira, revelando as tensões da época.
O segundo critério aparece, sobretudo na prosa que apresenta traços mais marcantes:
1) Personagens: o caipira, o sertanejo, os marginalizados do processo social (mulato, negro, imigrante e uma classe média de trabalhadores)
2) Temática: problemas da realidade brasileira daquele momento.
3) Espaço físico focalizado: o sertão nordestino, o interior dos estados, os subúrbios da capital federal (na época, o Rio de Janeiro)
Autores e obras
O pré-modernismo produziu autores de grande qualidade, no entanto dois merecem destaque especial pelo ponto de vista desenvolvido, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato.
Euclides da Cunha foi militar, engenheiro e jornalista. Em 1897 foi incumbido de fazer a cobertura jornalística da Guerra dos Canudos. O material adquirido nesse período e a experiência concreta com os fatos permitiram o surgimento de sua obra mais famosa “Os sertões”.
A obra está estruturada em três partes: ”a terra”, ”O homem”, “A luta”. Na primeira parte –“A terra” -, o autor faz uma descrição geográfica da região Nordeste, enfatizando o local onde ocorreram os conflitos
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