A Atuação Pedagógica Inclusiva Do Professor Na Educação Básica

1 - Introdução

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a experiência de atuação do professor da educação básica direcionada para as práticas de ensino inclusivas. Para ilustrar essa temática foi realizada uma entrevista com a professora Maria Nazareth Rodrigues que leciona no 1° período da Educação Infantil há mais de vinte anos, atualmente ela trabalha no Centro Municipal de Educação Infantil Maria das Merês no município de Canaã, Minas Gerais.

Maria Nazareth foi questionada sobre o que deveria ser (é) feito em sua escola para a inclusão dos alunos e ela afirmou que para garantir a aprendizagem de todos é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, família e profissionais de saúde.

Para ela a escola e o convívio em uma sala de aula permite que um aluno com deficiência intelectual adquira a habilidade de conhecer a si mesmo, manejar objetos, conviver com outras crianças, socialisar e estudar. Além disso, considera que essa é a primeira porta aberta para seu avanço e desenvolvimento.

A convivência das crianças especiais com as outras normalmente é saudável, é o que a professora ressalta, e destaca que há uma boa aceitação dos colegas e que muitas vezes uns ajudam a cuidar dos outros. No entanto, diz que em alguns momentos elas ficam irritadas com o comportamentos das crianças especiais.

Maria Elizabeth relata que não vê casos de preconceito dos pais quanto aos próprios filhos especiais, mas que percebe que às vezes eles negam a deficiência que a criança apresenta.

As práticas de ensino inclusivas são incentivadas e recomendadas pelo Ministério da Educação(MEC) que criou a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tendo como objetivo garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares.

Essa política visa garantir a transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; o atendimento educacional especializado; a continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; a formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da

educação para a inclusão escolar, a participação da família e da comunidade, a acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação, e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

No entanto, na prática nem sempre dispomos do que é proposto pelo Ministério da Educação no que diz respeito a infra-estrutura e a capacitação profissional. E por outro lado, é notável a dificuldade de aceitação dos professores em lidar com a inclusão, indicando que os alunos com deficiência mental podem ser melhor atendidos em classes especiais. O que pode ser reflexo de um preconceito velado ou uma não aceitação concreta da prática inclusiva, assim como pode revelarmedo, insegurança, angústia, insatisfação, desmotivação, descaso.

Se por um lado o sistema educacional não é capaz de atender a demanda de todos com necessidades especiais, por outro os professores nem sempre estão conscientizados sobre o importante papel que desempenham na educação inclusiva. A inclusão escolar no Brasil só será possível e trará bons resultados a medida que tivermos disposição para a mudança, para isso é preciso haver conscientização e sensibilização para se transformar o desejo numa ação ativamente inclusiva e propícia, que possibilite o sucesso escolar dos alunos com necessidades educativas especiais.

A atuação do professor como facilitador do processo de inclusão na classe escolar comum se faz constantemente necessária. Quando ele possui clareza sobre esses aspectos assinalados acima consegue atender com qualidade a inclusão, e o aluno com deficiência pode tirar bom proveito do atendimento educacional adequado a suas necessidades.

2 – Desenvolvimento

Toda criança, adolescente ou adulto tem direito a educação independente de suas particularidades isso é o que a nossa constituição assegura. A educação inclusiva toma isso como base e propõe que cada um