A CRISE CONTEMPORÂNEA E AS METAMORFOSES NO MUNDO DO TRABALHO
Monografias: A CRISE CONTEMPORÂNEA E AS METAMORFOSES NO MUNDO DO TRABALHO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: andreiasarmento • 29/4/2014 • 979 Palavras (4 Páginas) • 1.782 Visualizações
A CRISE CONTEMPORÂNEA E AS METAMORFOSES NO MUNDO DO TRABALHO
Ricardo Luis Coltro Antunes (São Paulo, 1953) é um sociólogo brasileiro. Atualmente é professor titular da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
É graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), mestre em Ciência Política pela UNICAMP (1980) e doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1986) com a tese "As formas de greve: o confronto operário no abc paulista - 1978/80".
Organizou os livros Riqueza e miséria do trabalho no Brasil (2007) e Infoproletários: a degradação real do trabalho virtual (2009), ambos publicados pela Boitempo. É autor, entre outros, de Adeus ao trabalho? (Cortez), Os sentidos do trabalho (1999) e O caracol e sua concha (2005), além de O continente do labor, lançado no ano passado, esses três últimos também pela Boitempo Editorial.
O capitalismo contemporâneo, com a sua reestruturação produtiva e sua ganância em gerar lucros traz mudanças ao mundo do trabalho. É possível observar uma múltipla processualidade colocada pela desproletarização do trabalho industrial , verificada pela diminuição da classe operária tradicional e pela expansão do trabalho assalariado que se expressa por meio da ampliação do assalariamento no setor de serviços.
Duas manifestações são mais virulentas e graves: a destruição e/ou precarização, sem paralelos em toda era moderna, da forçahumana que trabalha e a degradação crescente, na relação metabólica entrehomem e natureza, conduzida pela lógica voltada prioritariamente para a produção de mercadorias que destrói o meio ambiente.
A sociedade no capitalismo avançado apresenta como uma de suas marcas a heterogeneização do trabalho, um exemplo disso é a crescente incorporação de uma massa de trabalho feminino no mundo operário. Para além dessa heterogeneização do trabalho, tem-se ainda uma tendência a subproletarização de modo intensivo que aparece através do trabalho parcial, precário, informal, subcontratado, terceirizado.
Uma das conseqüências inerentes às transformações ou mesmo metamorfoses no mundo do trabalho é a expansão do desemprego estrutural que se estabelece a nível global. Essas transformações também vão remeter a uma processualidade contraditória onde por um lado se reduz o operariado industrial e fabril e por outro ocorre um aumento significativo do subproletariado, do trabalho precário, e do assalariamento do setor de serviços em conjunto com a incorporação do trabalho feminino e exclusão dos mais jovens e dos mais velhos. Com isso, é observado um processo de maior heterogeneização, fragmentação e complexificação da classe trabalhadora.
A tendência de redução do proletariado fabril, manual, industrial pode ser explicada por vários motivos, alguns destes são a instauração de um quadro recessivo, a própria função de automação, a implementação elevada da robótica e da microeletrônica. Esses são alguns dos fatores que propiciam a existência de uma elevada taxa de desemprego estrutural.
É de suma importância considerar que a subproletarização acaba por fragmentar a classe trabalhadora em categorias distintas, mas, embora aconteça esta segmentação, são apresentados aspectos em comum, como por exemplo, a precariedade do emprego, e da remuneração, desregulamentação das condições de trabalho em relação às normas legais, regressão constante dos direitos sociais e ausência de proteção expressão sindicais.
Há ainda, no interior da classe trabalhadora um processo de qualificação e desqualificação. A qualificação pode ser identificada pelas exigências do capitalismo neste contexto de acumulação flexível que aumenta o investimento com o capital constante (tecnologia, maquinaria etc.) e diminui o investimento em capital variável, ou seja, com a força de trabalho. Deste modo passa a ser necessária a presença de “trabalhadores multifuncionais” ou polivalentes capacitados para responder as novas exigências e transformações no interior do processo produtivo, sendo necessária uma
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