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A Criança E O Conceito De Numero

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Por:   •  25/5/2014  •  1.277 Palavras (6 Páginas)  •  382 Visualizações

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2. A CRIANÇA E O CONCEITO DE NÚMERO

Na maioria das vezes as pessoas pensam que quando as crianças são capazes de recitar os números verbalmente, que é elas já formaram o conceito de número, porém esta ideia é muito errada pois, para que a criança seja capaz de construir o número ele deverá ter a noção de conservação do número que segundo Kamii (1987) “conservar o número significa que a quantidade continua a mesma quando o arranjo espacial dos objetos foi modificado”. Uma experiência que podemos realizar com as crianças para saber se as crianças conservam os números é a seguinte: dispor de oito fichas vermelhas e oito fichas azuis, colocar em filas as fichas e pedir à crianças que a contem, e logo em seguida mudar a disposição das filas, e fazer perguntas como – Existem tantas vermelhas quanto as azuis, ou a mais aqui (azul) ou mais aqui ( vermelha)? Como é que você sabe? Ou seja, o número sempre será o mesmo não importa a forma como está representado.

A noção de conservação é de extrema importância, pois quando a criança se depara com as operações matemáticas ela precisa desta noção para que possa realizá-las, isto é explicitado quando ela deve fazer as trocas de dezena por unidades, ou vice-versa, ou então representar os números no sistema monetário, por exemplo, se ela não desenvolveu ainda a noção de conservação ela terá muita dificuldade ao realizar as representações. O trabalho do educador nesse momento segundo Kamii (1987) é de “favorecer o desenvolvimento desta estrutura, em vez de tentar ensinar as crianças darem respostas corretas e superficiais na tarefa de conservação”, trabalho que deve ser desenvolvido na criança na Educação Infantil, por meio de diversas situações apresentadas a elas, pois é por volta dos cinco ou seis anos que as crianças completam a tarefa de conservar, assim esta noção será precisa para que possa entender as operações matemáticas nos anos seguintes da vida escolar.

Deste modo se as crianças conseguirem construir os pequenos números com as mais diversas situações apresentadas a elas, poderão prosseguir na construção de números mais altos com os mesmos processos cognitivos utilizados na construção dos números menores isto é explicitado em Kamii (1987) “ Se as crianças constroem os pequenos números elementares ao colocarem todos os tipos de coisas em todos os tipos de relações, elas devem persistir ativamente na mesma espécie de pensamento para completar a estruturação do resto da série”

Enfim a construção do número não se dá por meio da linguagem verbal e da trocas de experiência somente, segundo os estudos de Piaget se dá por meios das diversas relações que as crianças fazem dos mais variados objetos, de acordo com Kamii (1987)

A noção de número só pode emergir a a partir da atividade de colocar todos os tipos de coisas em todos os tipos de relações, daí decorre que o primeiro principio de ensino é o de atribuir importância ao fato de encorajar as crianças a estarem alertas e colocarem todas as espécies de objetos, eventos e ações em todos os tipos de relações.

Desta maneira a criança aprenderá a levantar hipóteses, deduções acerca de um tema apresentado a ela em uma estrutura lógica nas amplas tarefas mais difíceis que a da conservação. Tornando-a capaz raciocinar matematicamente e não apenas dar respostas corretas em atividades de conservação.

Embora a criança seja o principal agente envolvido no processo de construção do número, não significa que o professor cruzará os braços e esperará que isso aconteça naturalmente sem nenhuma intervenção dele, o papel do professor é o preparar atividades que estimulem as crianças a fazer relações em torno de atividades que propiciem a construção do número.

O professor deve priorizar o ato de encorajar a criança a pensar ativa e autonomamente em todos os tipos de situações. Uma criança que pensa ativamente, à sua maneira, incluindo quantidades, inevitavelmente constrói o número. A tarefa do professor é a de encorajar o pensamento espontâneo da criança, o que é muito difícil porque a maioria de nós foi treinada para obter das crianças a produção de respostas “certas”. (KAMII, 1987)

É nas diversas relações feitas pelos alunos que o professor deve conferir o nível de desenvolvimento lógico matemático. Segundo, Jean Piaget há três tipos de conhecimento: físico, lógico-matemático e social, em que o conhecimento físico está num extremo e o conhecimento lógico-matemático no outro.

O conhecimento físico é o conhecimento dos entes da realidade externa que são percebidos por meio da observação. Como por exemplo, as cores, formas dos objetos, o conhecimento de que se deixarmos um objeto solto no ar cairá, também é um exemplo conhecimento físico.

O conhecimento lógico-matemático são as relações que podem ser

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