A Diversidade Cultural
Monografias: A Diversidade Cultural. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: guimaraesvieira • 18/6/2014 • 2.098 Palavras (9 Páginas) • 554 Visualizações
A DIVERSIDADE CULTURAL
UMA ALTERNATIVA PAR A LEITURA COMPREENSIVA
Acadêmica: Maricélia Dias Guimarães Vieira
Professor-tutor: Antônio Carlos Luiz Aragão
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Licenciatura em Pedagogia (PED 0638) – Pratica do módulo
14/06/2014
RESUMO
A escola pública tornou–se acessível aos mais variados grupos sociais e isso gera novos desafios e novas preocupações pedagógicas: a leitura utilitarista que promove o desinteresse nos leitores e o desconhecimento da origem étnico–cultural dos alunos. Considera–se que o reconhecimento da origem étnica do educando deva ser o ponto de partida para a discussão sobre o preconceito e a intolerância que comprometem a aprendizagem do aluno–leitor. É preciso lembrar que ninguém nasce racista. O preconceito surge no convívio em família, na escola e na sociedade. Percebe–se ainda a influência da televisão que propaga ideias discriminatórias e valores distorcidos, mídia que a maioria da população tem acesso. Assim, preparar os alunos para o exercício da cidadania torna–se difícil se o preconceito encontra–se embutido nos colegas de classe, nos pais dos colegas, e até mesmo no corpo docente, já que a escola é um lugar de construção desse exercício.
Palavras-chave: leitura. diversidade cultural. ensino.
1 INTRODUÇÃO
Um dos desafios da escola hoje é fazer com que os alunos leiam e se tornem leitores autônomos: sejam capazes de escolher o que e como ler considerando sua origem (etnia, classe social etc.). A competência leitora coloca-se com uma habilidade que emancipa o indivíduo para lidar com as demandas colocadas para o domínio da leitura e da linguagem escrita que exigem o desenvolvimento de atitudes cada vez mais complexas a quem vive em uma sociedade como a nossa repleta de informações.
A palavra escrita é um patrimônio da cultura letrada, logo a leitura e a escrita devem ser compromisso de todas as áreas do conhecimento. O estímulo, a partir do mundo da escrita, favorecerá a construção da leitura compreensiva e de leitores proficientes, entende-se que é o papel da escola promover e desenvolver estas habilidades.
Outra preocupação deste estudo é com as formulações teóricas sobre o multiculturalismo no que se refere a relação dos potenciais e dos limites dessa abordagem para a construção da identidade étnico-racial nos espaços educativos, bem como no desenvolvimento de caminhos investigativos que tratem dessa construção a partir da ótica daqueles sujeitos cujas identidades tem sido alvo histórico de preconceitos, discriminações e exclusão social.
Há muitos anos que a sociedade, principalmente através do movimento negro, vem chamando atenção para os problemas educacionais que os negros enfrentam como: analfabetismo, evasão e baixa escolaridade. O Brasil é habitado por cerca de 76 milhões de negros e pardos,o equivalente a 45% da população. Portanto, os negros não podem ser considerados uma minoria num país que só perde para a Nigéria em quantidade de afro-descendentes no mundo. No Brasil, o preconceito é de marca, não de origem, ou seja, são os traços: o cabelo, a cor da pele, as linhas do rosto que indicam que você é negro e é essa a marca que propicia a discriminação. a discriminação racial não se trata de um conflito apenas entre indivíduos, mas também entre o Estado e uma parcela significativa da população.
Além disso, mais importante do que punir comportamentos individuais, é necessário promover políticas públicas e educacionais que garantam o princípio da igualdade racial, a Lei Nº10.639/2003 que institui o ensino obrigatório de História da África e da cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares reconhece as reivindicações dos movimentos negros brasileiros.
2 LEITURA NA ESCOLA
Nas situações escolares em que não há um relacionamento entre alunos e textos, a língua é vista como um elemento imutável e fixo, e são totalmente ignoradoas as circunstâncias sociais e históricas de sua produção. O aluno-leitor lê textos sem que saiba por que o faz, isso acarreta falta de objetivo para a leitura e prejudica a compreensão gerando a leitura centrada no ensino mecânico desta atividade.
Segundo Kleiman (2002), o ensino mecânico da leitura reflete nas seguintes práticas: a) o texto como conjunto de elementos gramaticais com significados e funções independentes do contexto em que se inserem;b) o texto como repositório de mensagens e informações onde o aluno deve extrair o sentido de cada palavra para chegar à interpretação do texto; c) a formação do leitor passivo; d) o professor dá a última palavra na interpretação do texto; e) a interpretação ora está centrada no aluno (qual a sua opinião), ora está centrada no texto; f) não existe interação entre professor e e alunos pois ambos estão ocupados em responder as questões e localizar informações no texto.
Tal abordagem, que considera a linguagem como um objeto estático desvinculada da realidade, leva o aluno a se interessar, cada vez mais, do estudo da linguagem, que passa a ser para ele algo totalmente destituído de sentido, visto que não representa nem espelha suas vivências reais, suas experiências em sociedade. Assim, a leitura que se apresenta é o que se pode chamar de leitura decodificada.
O aluno se alfabetiza para o uso "utilitário", fará uso da leitura para ler na escola: enunciado de exercícios, problemas matemáticos, lista de palavras com escrita semelhante para que possa memorizá-las a fim de escrevê-las corretamente, conceitos, fatos históricos e informações muitas vezes bastante distantes de sua realidade, distantes de seus interesses e inquietações e, algumas vezes, até inúteis para a sua vida. esta prática distancia a leitura de sua função social, pois o aluno é objeto, visto que a ele não é dada nenhuma oportunidade de ler e entender o mundo a partir de sua própria realidade e perceber que essa realidade é também construída por ele podendo ser modificada se assim o desejar. HALL, 2006, p.56).
Por outro lado, os alunos negros além de enfretarem a leitura sem sentido, vivenciam manifestações racistas e discriminatórias
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