A EVOLUÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO NA PETROBRAS S.A.

A EVOLUÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS:

UM ESTUDO DE CASO NA PETROBRAS S.A.

A EVOLUÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS:

UM ESTUDO DE CASO NA PETROBRAS S.A.

1. INTRODUÇÃO

A ideia de que a contabilidade deve preocupar-se somente com a eficiência dos sistemas produtivos está mais do que equivocada. Atualmente é evidente a complexidade do poder decisório que deve levar em consideração os interesses e objetivos de uma entidade. Um dos fatores nessa nova fase é a importância do comprometimento com a responsabilidade social e ambiental.

Por muitos anos todas as diretrizes de uma empresa eram voltadas à obtenção de lucros. Alguns fatores como campanhas e pressão de agências internacionais contribuíram para que num cenário desejável outro interesse além dos resultados econômicos fossem aderidos à visão empresarial.

Na década de 1970, na Europa, começaram as iniciativas de responsabilidade social e a partir daí surgiu o primeiro relatório social na França.

No Brasil em 1997, o sociólogo e também fundador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) Herbert José de Souza, o Betinho, lançou uma campanha para divulgação voluntária para divulgação do balanço social e aos poucos foi e está disseminando.

Nos dias de hoje, qualquer página empresarial da internet, revistas, jornais ou qualquer outro veículo de informação menciona ou tem um ícone sobre responsabilidade social. Isso porque já não é mais uma questão de opção, é uma cobrança não compulsória da sociedade, do meio ambiente que não permite mais que uma entidade não tome uma atitude em relação a isso.

Ao publicar um relatório social anualmente, as empresas assumem um novo papel dentro dos seus objetivos, que é a conciliação dos resultados econômicos, sociais e ambientais.

1.1 Objetivos

O objetivo principal desse trabalho é analisar a evolução das informações sociais e ambientais da Petrobras entre os anos de 2005 a 2010, que são apresentadas pela empresa através dos relatórios de sustentabilidade, com foco central no modelo Ibase.

Os objetivos específicos são:

- Definir a responsabilidade social para a empresa;

- Apresentar as informações sociais e ambientais;

- Realizar estudos nos relatórios socioambientais na empresa;

- Avaliar cada índice entre as vertentes abordadas nos relatórios; e

- Identificar as variações ano a ano destes índices.

1.2 Justificativa

O mundo está em constante transformação e adaptação às necessidades sociais, econômicas e ambientais. Este comportamento está compulsoriamente ou voluntariamente levando as empresas a tomar atitudes de responsabilidade social.

Diante de uma postura desejável das empresas perante as questões de sustentabilidade, este trabalho estuda a importância das organizações com a relação direta ou indireta com o lado humano e social. Tende a ramificar os interesses, objetivos e a missão das empresas, ou assim deveria ser.

Ao contrário do que se pensa as questões acima não são atuais, porém a ideia de incorporá-las ao mundo empresarial ainda é resistente.

De modo geral, a responsabilidade social agrega valor, está voltada para postura ética das empresas. Publicar um balanço social é mais que uma postura, é uma relação de transparência com seus stakeholders, ou seja, seus usuários diretos ou indiretos (acionistas, colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade, governo e meio ambiente).

O que motivou o assunto desse trabalho propriamente foi a importância do balanço social como ferramenta que demonstra a preocupação das organizações com a sociedade e o meio ambiente e, como instrumento de avaliação para os analistas de mercado, investidores e órgãos de financiamento para se conhecer e avaliar os riscos e as projeções de uma empresa.

O projeto de lei 3.116/97, datado de 14 de maio de 1997, foi apresentado pela então deputada federal Marta Suplicy, pelo partido dos trabalhadores (PT) do Estado de São Paulo, à Câmara dos Deputados. Esse criava a obrigatoriedade da elaboração e da publicação do balanço social anual às empresas com mais de cem empregados, porém esse projeto de lei foi arquivado em 02 de fevereiro de 1999.

Portanto, o Brasil não possui leis que obriguem a publicação do balanço social, mas sabe-se que empresas brasileiras que apresentam essas informações, cada vez mais agregam valor ao nome da entidade, tornando-o uma realidade para um número crescente de empresas.

2. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL (RSE)

Ainda existe certa resistência na esfera corporativa para entender a definição de responsabilidade social, contudo, para o Instituto Ethos (2011):

Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

A responsabilidade social das empresas “é a ideia de que uma organização deveria olhar além de seus próprios interesses e dar uma contribuição para a sociedade” (NICHELS; WOOD, 1999, p. 11). Essa definição delega um caráter altruísta à