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A Educação,a Socialização E A Cultura Como Processos Sociais

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Por:   •  21/10/2013  •  2.129 Palavras (9 Páginas)  •  2.279 Visualizações

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Relatório: “A educação, a socialização e a cultura como processos sociais.”

O Filme NELL, conta a história de uma mulher cerca de 30 anos de idade que foi criada na floresta longe de toda a sociedade e civilização, tendo contato somente com a sua genitora e sua irmã gêmia, falecida entre 6 a 10 anos de idade. A mãe de Nell sofreu derrame e por isso não possuía uma dicção adequada, era fantástica, e se escondia do mundo, sendo assim, Nell viveu por trinta anos uma vida simples, e possuía um dialeto próprio, inspirado nas dificuldades na fala da mãe e da própria vivência da moça, até ser descoberta pelo Dr. Lovell no momento em que ele foi constatar a morte de sua mãe. Conforme diz FORACCHI, (P. 275, 1979) “A mobilidade entre gerações, das velhas para as novas classes médias, provavelmente cresce durante as depressões (econômicas), a medida em que os pais – sobretudo aqueles de alta classe média- procuram proteger seus filhos dos efeitos da situação.” Esse caso não se tratava de um meio econômico mas de sobrevivência na natureza. E por isso dificulta a convivência de Nell na sociedade amplamente capitalista.

O Dr. Lovell, tenta educar Nell, conforme a necessidade de inseri-la na sociedade, contando com a ajuda de uma colega do sexo feminino, mas “A experiência infantil guarda uma proporção de relatividade com sua situação geral na sociedade. E o mesmo princípio de relatividade aplica-se aos estágios posteriores da infância, à adolescência, e a qualquer outra fase da biografia.” (BERGER, P. 202, 2002). Algo muda em seu modo de agir, mas não a transforma tanto quanto é o necessário para ser entendida pela sociedade.

Daí, Nell se tornou um caso curioso e interessante para este doutor e tantos outros que ele solicitou ajuda, e o filme concentrava-se na decisão: - O que fazer com Nell? Ela era capaz de viver sozinha na floresta?Deveria ser internada num hospital?Era autista, deficiente mental, louca?

Na última cena, os personagens estão num tribunal decidindo o que fazer da vida da mulher selvagem é quando Nell decide se expressar em seu dialeto e o Dr. Lovell serve de interprete, neste momento fica claro a desenvoltura, a maturidade e a autonomia dela. Sendo assim, a personagem principal consegue provar que é capaz de viver sozinha e na cena final, ela já está em sua casa na floresta comemorando seu aniversário com os amigos.

O filme abre um leque para uma diversidade de questão da educação: - Nell representa a essência da humanidade, desprovida de qualquer tipo de educação civilizada (se é que existe), com autonomia na s suas decisões e sem as máscaras que a sociedade, de certa forma, nos obriga a usar. A jovem construiu sua própria cultura, baseada na vivência com sua mãe, sendo assim, é possível analisar que o que faz parte de nossa cultura e o que é realmente inato ao ser humano. Isto foi bastante revelador no filme, já que demonstrou uma possibilidade de, em contato com uma cultura diferente, as pessoas passarem a ter uma noção mais coerente de sua própria cultura.

De acordo com BASAGLIA, 2010; “A interação social é a essência da vida social. Não podemos imaginar qualquer tipo de grupo sem relacionamento e sem influências recíprocas, que podem assumir vários graus de intimidade e permanência, determinando, assim, o tipo e a natureza desse grupo.”

ELIAS, 2006, define que “Interações sociais são os modos pelos quais os seres humanos se relacionam e interagem uns com os outros, reforçando ou estabelecendo novas regras, normas e valores sociais, bem como caracterizam o estudo sistemático da Sociologia e constituem os processos sociais, conceito que se refere "às transformações amplas, contínuas, de longa duração, de figurações formadas por seres humanos”

No início do filme, Nell não possuía interação social, isso dificultou o seu relacionamento e interação com a sociedade, ela passou por um processo social, o qual teve uma longa duração, mas houve sim sua inclusão, e o que chama a atenção é que uma outra mulher, serviu de exemplo para que ela pudesse se espelhar sobre como agir no ambiente social.

“Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos. A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário com o bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos.” (BRANDÃO, P. 10, 2007)

. A socialização se realiza numa contínua interação com outros, mas nem todos os outros assumem a mesma importância.

“O processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade é designado pelo nome de socialização. O mesmo revela uma série de facetas diversas. Os processos que acabam de ser examinados constituem facetas da socialização. Vista sob este ângulo, a socialização é a imposição de padrões sociais à conduta individual...Conclui-se que na biografia do indivíduo a socialização, especialmente em sua fase inicial ,constitui um fato que se reveste dum tremendo poder de constrição e duma importância extraordinária.” (BERGER, P. 204, 2002).

. Os diferentes processos de socialização, educação e cultura, não existe um tipo ideal ou único. Ao contrário, cada grupo social organiza maneiras diferentes de ser, segundo sua história. E por isso Nell foi adotada por outros para que tivesse a liberdade de viver onde era feliz, junto a natureza. De forma que,...

. “O homem que transforma, com o trabalho e a consciência, partes da natureza em invenções de sua cultura, aprendeu com o tempo a transformar partes das trocas feitas no interior desta cultura em situações sociais de aprender-ensinar-e-aprender: em educação. Na espécie humana a educação não continua apenas o trabalho da vida. Ela se instala dentro de um domínio propriamente humano de trocas: de símbolos, de intenções, de padrões de cultura e de relações de poder. Mas, a seu modo, ela continua no homem o trabalho da natureza de fazê-lo evoluir, de torná-lo mais humano.” (BRANDÃO, P. 14, 2007)

Relatório: “A educação, a socialização e a cultura como processos sociais.”

O Filme NELL, conta a história de uma mulher cerca de 30 anos de idade que foi criada na floresta longe de toda a sociedade e civilização, tendo contato somente com a sua genitora e sua irmã gêmia, falecida entre 6 a 10 anos de idade. A mãe de Nell sofreu derrame e por isso não possuía uma dicção adequada, era fantástica, e se escondia do mundo, sendo assim, Nell viveu por trinta anos uma vida simples, e possuía um dialeto próprio, inspirado nas dificuldades na fala da mãe e da própria vivência da moça, até ser descoberta pelo Dr. Lovell no momento em que ele foi constatar a morte de sua mãe. Conforme diz FORACCHI, (P. 275, 1979) “A mobilidade entre gerações, das velhas para as novas classes médias, provavelmente cresce durante as depressões (econômicas), a medida em que os pais – sobretudo aqueles de alta classe média- procuram proteger seus filhos dos efeitos da situação.” Esse caso não se tratava de um meio econômico mas de sobrevivência na natureza. E por isso dificulta a convivência de Nell na sociedade amplamente capitalista.

O Dr. Lovell, tenta educar Nell, conforme a necessidade de inseri-la na sociedade, contando com a ajuda de uma colega do sexo feminino, mas “A experiência infantil guarda uma proporção de relatividade com sua situação geral na sociedade. E o mesmo princípio de relatividade aplica-se aos estágios posteriores da infância, à adolescência, e a qualquer outra fase da biografia.” (BERGER, P. 202, 2002). Algo muda em seu modo de agir, mas não a transforma tanto quanto é o necessário para ser entendida pela sociedade.

Daí, Nell se tornou um caso curioso e interessante para este doutor e tantos outros que ele solicitou ajuda, e o filme concentrava-se na decisão: - O que fazer com Nell? Ela era capaz de viver sozinha na floresta?Deveria ser internada num hospital?Era autista, deficiente mental, louca?

Na última cena, os personagens estão num tribunal decidindo o que fazer da vida da mulher selvagem é quando Nell decide se expressar em seu dialeto e o Dr. Lovell serve de interprete, neste momento fica claro a desenvoltura, a maturidade e a autonomia dela. Sendo assim, a personagem principal consegue provar que é capaz de viver sozinha e na cena final, ela já está em sua casa na floresta comemorando seu aniversário com os amigos.

O filme abre um leque para uma diversidade de questão da educação: - Nell representa a essência da humanidade, desprovida de qualquer tipo de educação civilizada (se é que existe), com autonomia na s suas decisões e sem as máscaras que a sociedade, de certa forma, nos obriga a usar. A jovem construiu sua própria cultura, baseada na vivência com sua mãe, sendo assim, é possível analisar que o que faz parte de nossa cultura e o que é realmente inato ao ser humano. Isto foi bastante revelador no filme, já que demonstrou uma possibilidade de, em contato com uma cultura diferente, as pessoas passarem a ter uma noção mais coerente de sua própria cultura.

De acordo com BASAGLIA, 2010; “A interação social é a essência da vida social. Não podemos imaginar qualquer tipo de grupo sem relacionamento e sem influências recíprocas, que podem assumir vários graus de intimidade e permanência, determinando, assim, o tipo e a natureza desse grupo.”

ELIAS, 2006, define que “Interações sociais são os modos pelos quais os seres humanos se relacionam e interagem uns com os outros, reforçando ou estabelecendo novas regras, normas e valores sociais, bem como caracterizam o estudo sistemático da Sociologia e constituem os processos sociais, conceito que se refere "às transformações amplas, contínuas, de longa duração, de figurações formadas por seres humanos”

No início do filme, Nell não possuía interação social, isso dificultou o seu relacionamento e interação com a sociedade, ela passou por um processo social, o qual teve uma longa duração, mas houve sim sua inclusão, e o que chama a atenção é que uma outra mulher, serviu de exemplo para que ela pudesse se espelhar sobre como agir no ambiente social.

“Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos. A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário com o bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos.” (BRANDÃO, P. 10, 2007)

. A socialização se realiza numa contínua interação com outros, mas nem todos os outros assumem a mesma importância.

“O processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade é designado pelo nome de socialização. O mesmo revela uma série de facetas diversas. Os processos que acabam de ser examinados constituem facetas da socialização. Vista sob este ângulo, a socialização é a imposição de padrões sociais à conduta individual...Conclui-se que na biografia do indivíduo a socialização, especialmente em sua fase inicial ,constitui um fato que se reveste dum tremendo poder de constrição e duma importância extraordinária.” (BERGER, P. 204, 2002).

. Os diferentes processos de socialização, educação e cultura, não existe um tipo ideal ou único. Ao contrário, cada grupo social organiza maneiras diferentes de ser, segundo sua história. E por isso Nell foi adotada por outros para que tivesse a liberdade de viver onde era feliz, junto a natureza. De forma que,...

. “O homem que transforma, com o trabalho e a consciência, partes da natureza em invenções de sua cultura, aprendeu com o tempo a transformar partes das trocas feitas no interior desta cultura em situações sociais de aprender-ensinar-e-aprender: em educação. Na espécie humana a educação não continua apenas o trabalho da vida. Ela se instala dentro de um domínio propriamente humano de trocas: de símbolos, de intenções, de padrões de cultura e de relações de poder. Mas, a seu modo, ela continua no homem o trabalho da natureza de fazê-lo evoluir, de torná-lo mais humano.” (BRANDÃO, P. 14, 2007)

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