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A Globalização

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Por:   •  12/5/2014  •  2.055 Palavras (9 Páginas)  •  168 Visualizações

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A GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS NO ENSINO

Por Antonio Carlos Evangelista Ribeiro

Colunista-Titular do Portal Brasil

No artigo “A Indústria do Canudo” procura-se mostrar e comprovar que a qualidade de nosso ensino (fundamental, médio e superior) se perdeu, com as irresponsáveis mudanças promovidas no ensino, refletindo diretamente na formação de mão-de-obra e no mercado de trabalho.

Impulsionados por uma onda de modernidade trazida pela globalização, nos início dos anos 80 - quando começaram a era do computador, a troca de informações em tempo real, o relacionamento a cabo entre empresas, a internet, outras facilidades tecnológicas e de telecomunicações, e com a queda das barreiras comerciais – todos os segmentos de nossa sociedade precisaram se adaptar rapidamente à nova ordem social: a possibilidade de interação dos mercados econômicos com um sistema de comunicação mais rápido e a simultaneidade das operações financeiras contribuiu para uma nova onda de progresso e modernidade.

Esse contexto frenético de mudanças, aliado à necessidade de transformações, adaptações e modernizações necessárias de nossos organismos sociais ocasionaram uma série de anomalias que produziram seus efeitos em nossa sociedade.

Devido à crise econômica e o endividamento, o Brasil, passou a depender quase exclusivamente dos empréstimos de organismos financiadores internacionais para obtenção de recursos para investir e financiar a estrutura educacional.

Por sua vez, os organismos financiadores internacionais condicionam como cláusulas contratuais de financiamentos, o cumprimento de várias medidas e orientações (em todos os níveis, áreas e modalidades do sistema educativo), que afetam a formulação de políticas internas com reflexos na legislação brasileira. Mediante essas orientações técnicas e assessorias no desenvolvimento dos projetos, as instituições de financiamento externo moldaram sistemática e drasticamente o sistema educacional, que passou a seguir padrões de sistemas educacionais existentes em outros países, sem que houvesse uma adaptação à realidade brasileira.

A globalização nos trouxe muitos fatores positivos, como maior acesso ao comércio mundial, um acesso muito grande, a evolução tecnológica na área de saúde, a informações em tempo real pela internet e celulares, etc. Porém, como tudo na vida, sempre há um lado positivo e seu contraponto negativo.

Quando se fala em "globalização" associa-se um sentido ideológico de padronização de sociedades a um processo de integração econômica sob a tutela do neoliberalismo. Há, notadamente, predomínio dos interesses financeiros pela desregulamentação dos mercados, relegando a plano secundário os seus efeitos sobre os demais organismos sociais.

Esse fenômeno proporcionou a construção de relações múltiplas no campo político, social e econômico que levaram a sociedade a questionar muitas das certezas e conquistas realizadas pelas gerações anteriores. A globalização das sociedades e a mundialização da cultura rompe a integridade social sensibilizando a capacidade, do indivíduo e das sociedades, de discernir sobre os limites de cada um e do todo.

Na realidade a globalização não é um processo homogêneo e, muito menos, seus efeitos e as suas repercussões nas sociedades.

A globalização traz na sua essência a padronização de informações, influenciando a sociedade a interagir de forma favorável aos interesses do sistema essencialmente capitalista emanado de outras sociedades econômica e tecnologicamente mais desenvolvidas. Desta forma, a cultura social se transforma, alterando-se os valores referenciais das comunidades.

A Educação por sua vez sofre a influência direta das características de um sistema essencialmente capitalista que é de natureza competitiva, individualista e excludente, provocando mutações de conceitos de cidadania, qualidade, conhecimento, produtividade e competência.

A globalização como foi imposta às sociedades e aos organismos sociais, se assemelha e muito, a uma nova forma de colonização. Desta vez, com métodos modernos, sem violência física, com nova roupagem e em nome de um mercado livre e da defesa do fim das fronteiras. Seus efeitos nas economias de países globalizados não só reorienta seus rumos, como reduz a capacidade decisória do poder governante.

Evidentemente, que para isso acontecer há conivência, conveniência e aquiescência à nova ordem social não podendo caber ao poder público qualquer forma de isenção à sua responsabilidade pelas conseqüências.

Entendo que a globalização é um movimento produzido essencialmente pelo sistema capitalista que, através de um conjunto de ações produz uma série de dispositivos político-econômicos para a organização da economia global, tendo como objetivo, único e exclusivo, alimentar e retro alimentar, num ciclo vicioso, o sistema capitalista ativo e predominante na ordem social.

Essa prioridade de auto-alimentação do sistema capitalista supera quaisquer outros conjuntos de valores, inclusive os culturais e sociais, e é impulsionada através de pressão econômica e de interesses das sociedades dominantes.

O processo de globalização fundamentado pela modernização tecnológica trouxe uma visão homogênea centrada na sociedade mundial. E, justamente, essa homogeneidade social atrelada ao processo é que se torna o maior problema.

O processo da globalização não é homogêneo e, muito menos seus efeitos. As resultantes variam de acordo com as realidades sócio-econômica e cultural das populações e sua dependência de recursos externos, favorecendo, evidentemente as sociedades mais desenvolvidas e com maior poder econômico.

Cada sociedade tem a sua particularidade, seus costumes, tradições e seus próprios problemas. A implantação de processos homogêneos não respeita essas diferenças e práticas, e tende a gerar lacunas no segmento evolutivo das sociedades e de seus organismos sociais.

Nas empresas, ou em quaisquer outras organizações sociais, a implantação e absorção de programas homogêneos, mesmo com a sua prévia preparação, causa distorções e cria lacunas no processo evolutivo causando anomalias. Para evitar conflitos e gargalos no processo operacional é preciso uma implantação gradual e setorizada de forma paulatina e constante reavaliação.

Nossa sociedade enfrenta

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