A História Da Didática
Artigos Científicos: A História Da Didática. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gualbfe • 6/9/2014 • 4.813 Palavras (20 Páginas) • 361 Visualizações
Faculdade Polis das Artes
A HISTÓRIA DA DIDÁTICA
São Paulo / 2013
Comenius
O Criador da Didática Moderna
“Ele só queria ensinar tudo a todo”
Ratíquio
ALGUNS ENSINAMENTOS DE COMENIUS
“As Sagradas Escrituras nos ensinam primordialmente que não há caminho mais eficaz para corrigir a corrupção humana que a correta educação da juventude”. (Comenius, 1997:27)
“Educar os jovens com sabedoria significa, ademais, prover a que sua alma seja preservada da corrupção do mundo; favorecer para que germinem com grande eficácia – as sementes de honestidade que neles se encontram, por meio de ensinamentos e exemplos castos e assíduos”. (Op. cit., 30)
“Grande parte da juventude cresce sem a devida educação, como uma selva que ninguém cuida de plantar, irrigar, podar e fazer crescer bem. Por esse motivo, hábitos e costumes selvagens e indômitos acabaram prevalecendo em todo o mundo”. (Op. cit., 32)
“O que somos, fazemos, pensamos, dizemos, inventamos, conhecemos, possuímos é como uma escada com a qual, subindo sempre mais, alcançamos degraus mais altos, mas nunca chegamos ao topo”. (Op. cit., 44)
“Quem ama o poder e a riqueza não encontrará onde saciar sua fome, mesmo que possua todo o universo. Quem almeja demasiadas honras não ficará satisfeito nem que seja adorado por todo o universo. Quem se entrega aos prazeres, por mais que os sentidos se engolfem em rios de delícias, tudo acaba se consumindo, e o desejo se volta de um objeto para outro. Quem aplica o espírito no estudo da sabedoria nunca encontrará o fim: quanto mais souber, tanto mais compreenderá que falta muito por saber”. (Op. cit., 45)
“Três são as espécies de vida para cada um de nós e três as moradas: o útero materno, a Terra e o Céu. Da primeira se entra na segunda pelo nascimento; da segunda, na terceira pela morte e pela ressurreição; da terceira nunca se sai, por toda a eternidade. Na primeira recebemos apenas a vida, com movimentos e sentidos incipientes; na segunda, a vida, o movimento, os sentidos, com os primórdios do intelecto; na terceira, a plenitude absoluta de tudo”. (Op. cit., 46-47)
“Entendo por INSTRUÇÃO todo conhecimento das coisas, das artes e das línguas; por COSTUMES, não só a correção do comportamento externo, mas o equilíbrio interno e externo dos movimentos da alma; por RELIGIÃO, a interna veneração com que o espírito humano se liga e se vincula à divindade suprema”. (Op. cit., 55)
“Quem prefere as coisas agradáveis às saudáveis é tolo. E ainda mais tolo é quem, desejando ser homem, cuide mais dos ornamentos do homem que de sua essência”. (Op. cit., 56)
“Todo homem nasceu com capacidade de adquirir a ciência das coisas, antes de mais nada porque é imagem de Deus”. (Op. cit., 58)
“No homem é inerente o desejo de saber e também de enfrentar (e não apenas de suportar) os esforços que isso implica. Tal já acontece na primeira infância e nos acompanha por toda a vida”. (Op. cit., 60)
“A criança não pode ser instruída enquanto é pequena demais, porque a raiz da inteligência ainda está escondida. Instruir o homem na velhice é tardio demais, pois a inteligência e a memória começam a arrefecer; na idade madura isso é difícil porque é trabalhoso reunir as forças da mente, que estão dispersas nas várias ocupações. Portanto, isso deve ser feito na juventude, quando o vigor da vida e da mente está em ascensão: nesse momento, todas as faculdades estão crescendo e lançando raízes profundas”. (Op. cit., 148)
Século XVII: surgimento da Didática
A palavra “Didática” provém do grego didaktike [tékhne| como arte de instruir e ensinar e surge no século XVII para inaugurar um campo de estudos na Educação, deixando-se de ser difusa ou intuitiva da prática vigente para tornar-se um objeto de reflexão de filósofos e pensadores que participam da história das ideias pedagógicas. Sua gênese deu-se na tentativa de se agrupar os conhecimentos pedagógicos, tornando-a superior da mera prática costumeira do uso ou do mito. Em Ratio Legis, a Didática surge graças à ação de dois educadores provenientes da Europa Central, que atuaram em países nos quais havia instalado a Reforma Protestante: Ratíquio e Comenius
A inauguração de um campo de estudos com esse nome tem uma característica que vai ser reencontrada na vida histórica da Didática: surge de uma crise e constitui um marco revolucionário e doutrinário no campo da Educação. Da nova disciplina espera-se reformas da Humanidade, já que deveria orientar educadores e destes, por sua vez, dependeria a formação das novas gerações. Justifica-se, assim, as muitas esperanças nela depositadas, acompanhadas, infelizmente, de outras tantas frustrações.
Constata-se que a delimitação da Didática constituiu a primeira tentativa que se conhece de agrupar os conhecimentos pedagógicos, atribuindo-lhes uma situação superior à da mera prática costumeira, do uso ou do mito. A Didática surge graças á ação de dois educadores, RATÍQUIO e COMÊNIO, ambos provenientes da Europa Central, que atuaram em países nos quais se havia instalado a Reforma Protestante.
Comênio escreveu, entre outras obras, a Didática Magna , instituindo a nova disciplina como "arte de ensinar tudo a todos". Dessa ambição participa também Ratíquio, e ambos, pautados por ideais ético-religiosos, acreditam ter encontrado um método para cumprir aqueles desígnios de modo rápido e agradável. Na verdade a instrução popular é crucial para a reforma religiosa, e a busca de procedimentos que propiciassem rendimento ao ensino torna-se importante. Obedecem á utopia da época: a idéia baconiana da atenção á natureza - esta é o modelo que os didatas supõem imitar quando aconselham seguir sempre do fácil ao difícil, ir das coisas às ideias e do particular ao geral, tudo sem pressa. Numa época em que o latim dominava, propunham iniciar o ensino pela língua materna e por meio de livros ilustrados, como exemplificou COMÊNIO. Tem - se notícias de experiências educacionais realizadas conforme os princípios expostos, embora nem todas tivessem tido sucesso. Não existem fronteiras, na obra do século XVII, entre Educação e Ensino, pois
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