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A História Da Educação De Surdos - ATPS Libras

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Por:   •  1/6/2014  •  2.300 Palavras (10 Páginas)  •  828 Visualizações

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FACULDADE ANHANGUERA DE VALINHOS

PEDAGOGIA

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

LIBRAS

LIBRAS

RELATÓRIO FINAL

Profa. Dra. Lilian Cristine Ribeiro Nascimento

VALINHOS

NOVEMBRO DE 2012

Introdução

A história da educação de surdos não é uma história difícil de ser analisada

e compreendida, ela evolui continuamente apesar de vários impactos marcantes, no entanto, vivemos momentos históricos caracterizados por mudanças, turbulências e crises, mas também de surgimento de oportunidades.

O presente trabalho procura apresentar considerações acerca da história da surdez, e as perspectivas médica, educacional e cultural, abrangendo a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e a Cultura Surda. Revelar sua importância ao possibilitar a problematização do tema, e ao tornar claro como mais um recurso didático para a aproximação entre os ouvintes e os surdos.

Apresentamos, também, algumas possíveis atividades pedagógicas, que podem ser trabalhadas em sala de aula para auxiliar no aprendizado.

História da educação dos surdos

Até meados do século XVI, conforme Dias (2006), os surdos eram vistos como ineducáveis; em conseqüência disto, considerados como inúteis à coletividade. Devido a este fato enfrentavam o preconceito, a piedade, o descrédito, e até mesmo a denominação de loucos.

No início do século XVI, temos registros das experiências do médico pesquisador italiano Gerolamo Cardan, que afirmou que o surdo possuía habilidade de raciocinar, e que os sons da fala ou idéias do pensamento podem ser representados pela escrita, desta maneira, a surdez não poderia se constituir num obstáculo para o surdo adquirir o conhecimento.

Na antiguidade, a sociedade da época considerava que os surdos não eram seres humanos competentes. Acreditavam que o pensamento não podia se desenvolver sem a linguagem e que esta não se desenvolvia sem a fala.

A igreja católica influenciou muito esse pensamento, pois acreditava que as almas dos surdos não poderiam ser consideradas imortais, devido ao fato de os mesmos não poderem “falar” os sacramentos.

O interesse dos médicos sobre a mudez, ocasionada pela surdez, poderia ser atribuído ao importante papel da medicina no período da revolução científica, em especial da anatomia, em que passaram a se dedicar ao estudo da fala dos surdos, assim como de suas possibilidades de aprendizagem. Desta forma, estabeleceu-se uma estreita relação entre educação especial e medicina.

Do ponto de vista médica foi constatado que os surdos, durante os diversos períodos da história, foram colocados às margens do mundo econômico, social, cultural, educacional e político, sendo considerados como deficientes, incapazes e desapropriados de seus direitos e da possibilidade de escolhas.

Estudos têm classificado os surdos em duas categorias: os portadores de surdez patológica, normalmente adquirida em idade adulta e aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo, não implicando, necessariamente, em deficiência neurológica ou mental.

Em termos médicos, a surdez é categorizada em níveis do ligeiro ao profundo. É classificada de deficiência auditiva, ou hipoacúsia.Os tipos de surdez quanto ao grau de perda auditiva:

• Perda auditiva leve: Não tem efeito significativo no desenvolvimento desde que não progrida, geralmente não é necessário uso de aparelho auditivo.

• Perda auditiva moderada: Pode interferir no desenvolvimento da fala e linguagem, mas não chega a impedir que o indivíduo fale.

• Perda auditiva severa: Interfere no desenvolvimento da fala e linguagem, mas com o uso de aparelho auditivo poderá receber informações utilizando a audição para o desenvolvimento da fala e linguagem

• Perda auditiva profunda: Sem intervenção a fala e a linguagem dificilmente irá ocorrer.

Do ponto de vista educacional , surdez refere-se à incapacidade da criança aprender a falar naturalmente, por via auditiva e ter um desempenho academico. A criança surda pode aprender a falar, ainda que haja dificuldades.

Na educação de surdos, o passado é sofrido. Os surdos foram amarrados, machucados, ofendidos, proibidos de dispor de nosso direito à língua, à cultura surda, às trocas sociais. Passado que proibiu o direito essencial do ser humano: a vida. Muitos surdos foram mortos.

Muitas pessoas pensam que a inclusão é sinônimo de colocar. Porém não basta inserir um ser em um ambiente, é preciso moldar este ambiente para que o individuo em questão sinta-se parte de um todo.

A partir da Lei 10436, o governo brasileiro reconhece a LIBRAS, como língua, e os surdos têm o direito de, nas instituições educacionais, as aulas sejam ministradas em LIBRAS, ou, pelo menos com a presença de um interprete de língua de sinais. Pois a surdez não interfere no desenvolvimento cognitivo.Também em Portugal, o decreto-lei 3/2008 regulamentou a educação especial, em particular, o direito da criança surda crescer bilíngue.

No ponto de vista cultural, surdez é descrita como diferença linguística e identidade cultural, a qual é partilhada entre indivíduos surdos. A surdez é o paradigma da cultura surda, a base sobre a qual se constroi a estrutura e forma da cultura surda, cujo principal elemento espelhador é a Lingua de Sinais, o idioma natural dos surdos, portanto, sem surdez não há cultura surda.

A pessoa surda é aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais. Por norma utiliza de uma comunicação espaço-visual, como principal meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala, tendo ainda uma cultura característica.

A cultura surda, é o jeito de o sujeito entender o mundo e modificá-lo, a fim de torná-lo acessível e habitável, ajustando-o com suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas

Ser surdo, culturalmente, é aquele que não escuta, usa a língua de sinais para se comunicar, luta pelos direitos de cidadania, respeita sua cultura e aceita as diferenças e está envolvido com associações de surdos, frequenta escolas de surdos, tem famílias e/ou amigos surdos.

No Brasil eles desenvolveram a LIBRAS, e em Portugal, a LGP. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua falada.

Oralismo

O Oralismo vigorou na educação do aluno surdo por um longo período, até mesmo nos dias atuais encontramos escolas de educação de surdos que seguem essa perspectiva. Nesta filosofia são utilizados três elementos para o seu desenvolvimento, que são:

• o treinamento auditivo,

• a leitura labial e o desenvolvimento da fala,

• o uso da prótese individual que amplifica os sons, com o objetivo de aproveitar os resíduos auditivos .

Com o Oralismo, constata-se o fracasso acadêmico sofrido pelos alunos surdos, por meio de resultados de pesquisas, de acordo com Sacks (1990, p.45),

“o Oralismo e a supressão do sinal resultaram numa deterioração dramática das conquistas educacionais das crianças surdas e no grau de instrução do surdo em geral”. Na tentativa de impor o meio oral, proibindo a comunicação gestual-visual, o Oralismo diminuiu a sociabilidade do surdo, criando obstáculos para a sua inclusão (DIAS, 2006).

Comunicação total

Defende o ensino da língua oral ao surdo, usando a prática de sinais, leitura orofacial, amplificação, alfabeto digital, à mímica, o desenho e outras formas de expressão para estudantes surdos, ao passo que eles podem expressar-se nas modalidades preferidas. O objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real com seus familiares, professores e amigos, para que possa construir seu mundo interno. A oralização não é o objetivo em si da comunicação total, mas, uma de suas áreas trabalhadas para possibilitar a integração social do surdo. A comunicação total pode utilizar tanto sinais retirados da língua de sinais usada pela comunidade surda quanto os sinais gramaticais modificados e marcadores para elementos presentes na língua falada, mas não na língua de sinais. Dessa forma, tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam, o que facilitaria a aquisição da língua oral e posteriormente da leitura e da escrita.

O Bilinguismo

A filosofia bilíngüe, segundo análises de Dias (2006, p. 42), “não privilegia uma língua, mas quer dar direito e condições ao indivíduo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação, mas de respeito; o indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação lingüística em que se encontrar”, pois ela considera as características e opiniões dos próprios surdos, de acordo com o seu processo educacional.

Hoje é marcado pelo bilinguismo, pela existência de LIBRAS no currículo acadêmico, pela inclusão, pela necessidade de interpretes qualificados, pelo fortalecimento do professor surdo.O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas e é a forma mais usual nos espaços socioeducacionais atualmente, pois estudos mostram que é a proposta mais adequada para ensinar crianças surdas.

Tanto o bilinguismo quanto outras alternativas ( como o oralismo, a comunicação total e o bimodalismo) estão presentes nos dias de hoje e poderão se estender ao futuro, abrindo leques de suposições e possibilidades.

Sugestões de atividades

- Contação de Historia - Utilize recursos visuais e, ao longo da narrativa, observe se as crianças- mediante, por exemplo, expressões de admiração, medo, riso, etc.- demonstram compreender o que está ocorrendo. Utilize objetos: bonecos, bichos, carrinhos, casinhas, etc. ao terminar, peça aos alunos que desenhem a historia e então procure perceber no desenho da criaça, surda os detalhes das cores, dos tamanhos e, sobretudo, dos sentimentos que se evidenciam no texto: medo, maldade, alivio, etc. Faça kits de “contação” de histórias: Avental, Saco e Caixa de histórias. Ao contar histórias lidas, observe se o livro está sendo visto pelo aluno. Deixe-o sempre na posição que possa observar os detalhes da escrita e da ilustração. Procure dar vida, cor, cheiro, textura e gosto, à historia. Peça também, no final, que os alunos desenhem ou reescrevam a história. Conte então novamente a historia, apontando com o dedo as ilustrações e para o texto. Se possível faça tarjas com o texto da historia e as coloque na parede.

- Para os alunos surdos/DAs, não é muito indicado que utilize o método sintético – silabação. A escrita deve estar sempre associada ao seu significado, ou seja, a palavras, frases ou textos. Em ditado deve- se utilizar desenhos, objetos e dizer as palavras pausadamente, olhando para os alunos, para fazerem a leitura labial. Para ampliar e especificar a linguagem por meio do vocabulário utilizar os objetos a que corresponde.

- Escrever palavras faltando letras, para que sejam completadas. A essas palavras associe desenhos. Essa atividade chama a atenção dos alunos para o numero de letras necessário à composição das palavras. No caso dos alunos surdos/DAs, que não percebem o nível fonético da língua, a atividade também auxilia na construção do conhecimento da escrita, o qual se realiza por meio do recurso da memória visual.

- Fazer palavras cruzadas com nomes de alunos da classe ou com outras palavras, sempre associadas a uma imagem, auxilia no aprendizado.

- Antes iniciar um conteúdo, com um aluno surdo, deverá trabalhar os aspectos da sua colação social e o vocabulário próprio, seu significado. Melhor seria ultilizar a LIBRAS, mas na ausência desta estabelecer com o aluno sinais e gestos específicos para cada palavra a ser utilizada.

- A repetição rítmica de uma simples quadrinha, com palmas ou outras batidas corporais, com certeza será bastante enriquecedora, dando condições para uma estruturação rítmica, e conceitos de sequencia e seriação. Estes conceitos serão transpostos gradativamente a estrutura frasal.

- Faça uma atividade de escrita com os nomes dos objetos da sala e, em seguida, afixe-os nos lugares correspondentes a eles: porta, janela, lousa, etc. Faça listas de outros objetos da escola, da casa, da cidade, do parque, da igreja, etc.

- Para fazer um ditado, utilize desenhos, objetos, ou diga as palavras de forma bem pausada, olhando para os alunos. Esta ultima forma auxilia os surdos/DA na aprendizagem da leitura labial.

- Faça um painel com rótulos de produtos. Faça a leitura desses rótulos, associando-os à utilização dos produtos a que correspondem. Essa atividade possibilita ao aluno surdos/DA ampliar e especificar a linguagem por meio do vocabulário.

- Faça crachás com os nomes de todos, incluindo o seu, para serem usados durante a aula, isso ajuda a memorizar a escrita.

- Para escrever os nomes das cores, utilize o lápis da cor escrita. Por exemplo, escreva vermelho com lápis vermelho, etc.

- Utilize a mímica de animais: macaco, onça, pássaro, etc; objetos: escova de dentes, peças de vestuário, livros, etc.

- fazer um quebra-cabeça de palavras associando-as um desenho, pois as imagens constituem um suporte importante no processo de aprendizagem.

- Fazer um painel com as letras do alfabeto e, na vertical, na direção da letra, peça aos alunos que colem figuras e escrevam o nome correspondente.

CONCLUSÃO

Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, e podem fazer muitos sons com a garganta, ao rir, e mesmo ao gestualizar, com o uso da face, mãos, e braços.

Devemos falar de maneira clara, pronunciando bem as palavras, em tom normal, usando a velocidade normal, falar de frente para a pessoa. Devemos ser expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz, que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos ou sinais e o movimento do corpo são excelentes indicações do que se quer dizer.

Em suma, os surdos são pessoas que têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos, assim como todos. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.

Estudos têm classificado os surdos em duas categorias: os portadores de surdez patológica e aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo, não implicando, necessariamente, em deficiência neurológica ou mental.

BIBLIOGRAFIA

PLT

Revista Nova Escola, n 221, abril/2009, p.72-75

Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 19, n 2, p.146-147, jul./dez. 2011

http://www.portaldosurdo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=208&Itemid=194

http://pt.wikipedia.org/wiki/Surdez

http://www.webartigos.com/artigos/educacao-de-surdos-e-sociedade/53104/

http://www.revistafenix.pro.br/PDF7/03%20ARTIGO%20FERNANDAPINTO.pdf

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/417-4.pdf

http://causaseconsequenciasdasurdez.blogspot.com.br/

http://causaseconsequenciasdasurdez.blogspot.com.br/

http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=156&itmid=308

http://causaseconsequenciasdasurdez.blogspot.com.br/

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