A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Ensaios: A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: RutheLeite • 8/10/2013 • 2.634 Palavras (11 Páginas) • 596 Visualizações
CAPITULO 2 – A IMPORTÂNCIA DE OUVIR HISTÓRIAS
A criança já tem a narrativa como parte da sua vida desde bebê. Nas canções maternas que embalavam seus sonos, mais tarde chegam as cantigas de roda, a narrativas diversas com temas sobre crianças, natureza, etc.
Desde muito cedo as crianças demonstram seus interesses pelas histórias. Batem palmas, sorrisos frequentes, hora sentindo medo hoara achando graça, mas sempre presas na magia das narrativas. Assim percebe-se a importância da narrativa na formação das crianças.
A criança tem seu primeiro contato com o texto na forma oral araves dos pais, e outros cuidadores que contam histórias embalam canções, etc.
Quando os pais, avós e outros cuidadores contam para a criança história da sua vida, conseguem prender a atenção pois elas adoram ouvir histórias de como foi que nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. E com o passar do tempo já são capazes de escolher o que querem ouvir. É nesta fase, que as histórias vão tornando-se aos poucos mais extensas, mais detalhadas, pois já conseguem questionar sobre coisas que não ficaram claras ou que não foram ditas. Estas historias são fundamentais para o desenvolvimento da criança.
Histórias reais são de fundamental importância para que as crianças estabeleçam suas identidades e compreendam melhor o contexto onde atua seja no relacionamento familiar, ambiente escolar, religioso, enfim de forma geral como atua ou atuará na sociedade. Outro fato relevante é o vínculo afetivo que se estabelece entre o contador das histórias e a criança. Contar e ouvir uma história aconchegada a quem se ama é compartilhar uma experiência gostosa, na descoberta do mundo das histórias e dos livros.
Tempos depois as criança já passam a interessar-se por histórias inventadas, pelos livros de contos de fadas ou contos maravilhosos, ficções, etc. Assim conseguem envolver no mundo real e imaginário.
Mesmo após aprender a ler, as crianças adoram ouvir histórias pois aprimoram a sua capacidade de imaginação, ao ouvi-las estimula o pensar, o desenhar, o escrever, o criar, o recriar.
Portanto, a narrativa é importante para criança, pois contribui para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista.
Neste sentido, que na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da realidade. Esse distanciamento da realidade através de uma história, por exemplo, é essencial para uma penetração mais profunda na própria realidade: “afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos quais a cognição da realidade se complica e se enriquece. (VIGOTSKY, 1992, p.129)”.
Entretanto, pais e professores têm um papel fundamental nesta descoberta: serem estimuladores e incentivadores da leitura.
2.1 - Os estágios psicológicos da criança e a literatura
Alguns estágios psicológicos precisam ser observados e respeitados durante o desenvolvimento da criança o que não depende exclusivamente de sua idade, mas sim, de acordo com Coelho (2002) do seu nível de amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual e seu nível de conhecimento e domínio do mecanismo da leitura. Neste sentido, é essencial a adequação dos livros às diversas etapas na vida das crianças que são cinco fases do desenvolvimento psicológico da criança: o pré-leitor, o leitor iniciante, o leitor-em-processo, o leitor fluente e o leitor crítico.
O pré-leitor: Abrange duas fases. Primeira infância (dos 15/17 meses aos 3 anos) a criança reconhece o mundo através do contato afetivo e do tato. Outro momento marcante nesta fase é a aquisição da linguagem, onde a criança passa a nomear tudo a sua volta. A partir daí é possível estimulá-la oferecendo-lhe brinquedos, álbuns, chocalhos musicais, entre outros. Segunda infância (a partir dos 2/3 anos) É a fase egocêntrica onde está mais adaptada ao meio físico e aumenta sua capacidade e interesse pela comunicação verbal. De acordo com Abramovich (1997) as histórias devem apresentar um contexto familiar, com predomínio absoluto da imagem que deve sugerir uma situação. Não se deve apresentar texto escrito, já que é através da nomeação das coisas que a criança estabelecerá uma relação entre a realidade e o mundo dos livros.
A técnica da repetição ou reiteração de elementos é segundo Coelho (2002, p.34) “favoráveis para manter a atenção e o interesse desse difícil leitor a ser conquistado”.
O leitor iniciante (a partir dos 6/7 anos) A criança começa a apropriar-se da decodificação dos símbolos gráficos, e o papel do adulto como “agente estimulador” é fundamental.
Os livros devem ter uma linguagem simples com começo, meio e fim. De acordo com Coelho (ibid. p. 35) “eles devem estimular a imaginação, a inteligência, a afetividade, as emoções, o pensar, o querer, o sentir”.
O leitor-em-processo (a partir dos 8/9anos) A criança já domina o mecanismo da leitura. Os livros adequados a esta fase devem apresentar imagens e textos, estes, escritos em frases simples, de comunicação direta e objetiva. De acordo com Coelho (2002) deve conter início, meio e fim. O tema deve girar em torno de um conflito que deixará o texto mais emocionante e culminar com a solução do problema.
O leitor fluente (a partir dos 10/11 anos) está em fase de consolidação dos mecanismos da leitura. A capacidade de concentração cresce e é capaz de compreender o mundo expresso no livro. Segundo Coelho (2002) é a partir dessa fase que a criança desenvolve o “pensamento hipotético dedutivo” e a capacidade de abstração. Tal estágio, chamado de pré-adolescência, promove mudanças significativas no indivíduo. Há um sentimento de poder interior, de se ver como um ser inteligente, reflexivo, capaz de resolver seus problemas sozinhos. Aqui se espécie de retoma o egocentrismo infantil, pois como acontece com as crianças nesta fase, pode apresentar certo desequilíbrio com o meio em que vive.
O leitor fluente é atraído por histórias que apresentem valores políticos e éticos, por heróis ou heroínas que lutam por um ideal. Identificam-se com textos que apresentam jovens em busca de espaço no meio em que vivem, seja no grupo, equipe, entre outros. É adequado oferecer a esse tipo de leitor histórias com linguagem mais elaborada. As imagens já não são indispensáveis, porém ainda são um elemento forte de atração. Interessa-se por mitos e lendas, policiais, romances
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