A Ilha das Flores

        O documentário “Ilha das Flores” relata algo que não se parece com o título, mas se sai muito bem como um sarcasmo. Ele retrata um sistema capitalista, com tremenda desigualdade social. Logo de início já se entende o que o curta-metragem quer apresentar ao público. É realmente vibrante, mas desde antes da época do vídeo, lançado em 1989 e até os dias atuais, a população que mexe com lixo, seja reciclável, orgânico ou até tóxico, está sujeito a ser desprezado do pleno convívio social. Naquele lixão que é mostrado, não encontra-se aspecto físico, cor, ou nenhuma diferenciação nas características humanas que separam uma pessoa de outra, e sim apenas na condição econômica, que é gerada pelo consumo e o capitalismo. A polêmica é levantada no momento em que os porcos vêm primeiro que as pessoas que lá moram quando se é para fazer a escolha dos alimentos.

        Ele retrata também o desperdício de comida e a produção descontrolada de lixo, mostrando como a economia gera desigualdade entre os seres humanos, demonstrando que um alimento que não serve nem para porcos, poderão servir para seres humanos com extrema necessidade.

        O filme se inicia com um narrador afirmando “este não é um filme de ficção”, “existe um lugar chamado Ilha das Flores/Deus não existe”, em que é entendível como: não é possível que Deus exista naquele local, pois se existisse, pelo menos no coração de que comanda aquele local, não permitiria que aquelas pessoas vivessem na miséria em que vivem.

        O filme termina com o conceito de liberdade. Porém, só será livre e digno aquele que fizer parte do sistema capitalista.