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A Importancia Da Compostagem

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Por:   •  19/3/2015  •  9.636 Palavras (39 Páginas)  •  1.581 Visualizações

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1 – Introdução

1.1 – Definição de compostagem

O termo compostagem é hoje associado mais ao processo de tratamento dos resíduos orgânicos do que ao processo para aproveitamento dos resíduos agrícolas e florestais. De acordo com o Dicionário Porto Editora, a compostagem é o processo biológico através do qual a matéria orgânica constituinte do lixo é transformada, pela acção de microrganismos existentes no próprio lixo, em material estável e utilizável na preparação de húmus.

A compostagem é um processo de oxidação biológica através do qual os microrganismos decompõem os compostos constituintes dos materiais libertando dióxido de carbono e vapor de água. Apesar de ser considerado pela maioria dos autores como um processo aeróbio, a compostagem é também referida como um processo biológico que submete o lixo biodegradável à decomposição aeróbia ou anaeróbia e donde resulta um produto (Eurostat Joint Questionaire on Waste da OCDE).

O processo de compostagem envolve a decomposição da matéria orgânica por microrganismos e ocorre naturalmente, podendo contudo ser acelerado pela intervenção do homem. No entanto, para Sean Buchanan, Paul Moser and Kristi Neptun da Universidade Estadual e Instituto Politécnico da Virgínia (Virgínia Tech.) a compostagem envolve necessariamente a acção humana para acelerar a decomposição, através da manipulação dos vários materiais e do próprio processo de compostagem. Para estes últimos autores, a compostagem é o processo de decomposição e estabilização biológica dos substratos orgânicos sob condições que favorecem o desenvolvimento de temperaturas termofílicas que resultam da produção biológica de calor.

O termo composto orgânico pode ser aplicado ao produto compostado, estabilizado e higienizado, que é benéfico para a produção vegetal (Zucconi & Bertoldi, 1987). Contudo, em países como o Reino Unido, o termo composto também é aplicado com o sentido mais abrangente que inclui todos os substratos para propagação das plantas com base em turfas (Bardos, et al., 1992).

1.2 – Objectivos da compostagem

O propósito da compostagem é converter o material orgânico que não está em condições de ser incorporado no solo num material que é admissível para misturar com o solo.

Outra função da compostagem é destruir a viabilidade das sementes de infestantes e os microrganismos patogénicos.

A compostagem pode também ser utilizada para reduzir e estabilizar a matéria orgânica que se destina ao aterro sanitário.

1.3 – Breve história da compostagem

A correcção orgânica dos solos com dejectos de animais e resíduos vegetais é praticada desde que os solos começaram a ser mobilizados para a produção vegetal, e foi, tradicionalmente, o principal meio de restaurar o balanço de nutrientes no solo (Avnimelech, 1986).

A compostagem, como método de reciclagem do lixo doméstico para obtenção de fertilizante orgânico, é conhecida pelos agricultores desde longa data. Os registos de operações de compostagem em pilhas remontam na China, a mais de 2000 anos, e, existem várias referências bíblicas sobre as práticas de correcção do solo. O agricultor cientista romano Marcus Cato também a elas se referiu. Estas práticas foram detalhadamente descritas cerca de 1000 anos atrás, para o período dos 3000 anos precedentes, num manuscrito de El Doctor Excellente Abu Zacharia Iahia de Sevilha, o qual foi, posteriormente, traduzido do árabe para o espanhol por ordem do rei Carlos V e publicado em 1802 como El Libro de Agricultura. Pela sua própria experiência, Abu Zacharia insistia que os dejectos animais não deviam ser aplicados frescos e isolados ao solo, mas sim, após misturas com 5 a 10 vezes mais de resíduos vegetais e com resíduos das camas dos animais, para aproveitar as urinas. Também Albert Howard, autor do famoso método de compostagem desenvolvido no início do século XX na província Indiana de Indore, tentou, sem êxito, efectuar a compostagem com resíduos de uma só natureza, como de restos da cultura do algodão, da cana do açúcar, da ervilha ou de infestantes de trevo, e concluiu que tinha de misturar os resíduos.

Na Europa, durante o século XVIII e XIX, os agricultores transportavam os seus produtos para as cidades em crescimento e, em troca, regressavam às suas terras com os resíduos sólidos urbanos das cidades para utilizá-los como correctivos orgânicos do solo. Assim, os resíduos sólidos urbanos eram quase completamente reciclados através da agricultura para sustentar a produção vegetal. E, até meados do século XX, não colocaram grandes problemas em termos de depósito. Qualquer resíduo urbano combustível que existisse era utilizado nos fogões a lenha, os jornais e papeis velhos eram utilizados como material para empacotamento, os desperdícios de comida utilizavam-se na alimentação de animais domésticos ou eram recolhidos pelos agricultores, roupa velha e metais eram, por rotina, recolhidos por pequenos mercadores, e os plásticos praticamente não existiam.

A expansão das áreas urbanas e o aumento populacional conduziu a que os métodos de depósito dos resíduos sólidos urbanos se tornassem rapidamente inadequados. Simultaneamente, a produção agrícola intensificou-se e a produção animal concentrou-se em empresas com estabulação fixa. Consequentemente, o volume de depósitos requeridos para os dejectos orgânicos da produção pecuária aumentou, colocando problemas de higiene e estéticos. Entretanto, os fertilizantes minerais, na maioria dos países ocidentais, substituíram completamente os resíduos orgânicos como fonte de nutrientes para as culturas.

O depósito dos resíduos sólidos urbanos e esgotos das cidades, por causa da urbanização intensa e das indústrias poluentes, tornou-se assim, nos países desenvolvidos, um problema governamental de primeira ordem. A diversificação dos produtos, em combinação com a proliferação e sofisticação dos materiais de embalagem, associou-se a um aumento constante na quantidade de lixo pós-consumidor a requerer depósito ou reciclagem. Hoje produzem-se, anualmente, grandes quantidades de resíduos de origem urbana e agro-pecuária, bem como das industrias de alimentos e de transformação de produtos florestais, entre outras. No entanto, por razões tecnológicas e económicas, o valor destes resíduos tem diminuído consideravelmente, ao ponto de ser considerado inviável economicamente o seu processamento, pelo que a maioria destes resíduos

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