A Inclusão Autismo
Por: Cintia Maria Benaglia • 17/10/2022 • Monografia • 2.433 Palavras (10 Páginas) • 91 Visualizações
Capítulo 2
Introdução
A base deste capítulo se reflete na temática mais em alta no momento que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista) dando maior enfoque na preparação do ambiente escolar e da formação acadêmica e continuada dos docentes. Em meio as leituras e anotações de artigos e teses, nota-se que este é um dos principais problemas a se resolver nas instituições de ensino regular, pois conforme se estabelece na legislação Lei n°12.764 (Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) o artigo 3, inciso IV.
“Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: [...] IV - o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante; b) à moradia, inclusive à residência protegida; c) ao mercado de trabalho; d) à previdência social e à assistência social.” (BRASIL,2012)
Além disso, no parágrafo único é ressaltado que “Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2º, terá direito a acompanhante especializado.” Este que será o mediador entre o aluno autista e o educador.
Com isso, será abordada a inclusão destes alunos e com quais estratégias e recursos o docente e a gestão escolar poderão se preparar para acolher os alunos com Transtorno do Espectro Autista na rede regular de ensino. Sendo assim, fica mais claro encontrar as falhas de ensino e contemplar o objetivo de ensino aprendizagem e social destes indivíduos sendo realizado.
2.1 COMO PROMOVER A INCLUSÃO EDUCACIONAL
Com já mencionado acima é direito dos alunos autistas estarem na rede regular de ensino. Esta inserção não para ser apenas um mero encaixe, mas um amparo para a criança e a família. Trazendo uma enfatização para escolas que não cumprirem ou não aceitarem a matricula fica explícito na Lei n°12.764 (Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) no artigo 7, no inciso 1.
“Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos. § 1º Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo.” (BRASIL,2012)
Embasado nesta defesa de uma inclusão digna e vitoriosa que a instituição educacional deve prover é de fundamental importância a formação da sua equipe escolar. Esta que por sua vez pode buscar esta melhoria por dois vieses: o de formação continuada latu sensu e/ou aperfeiçoamento. Sendo assim, a muitas opções para buscar este suporte, seja pelo pedido da instituição ou pelo simples fato de já terem o contato com a criança e buscarem fazer seu melhor através da sua individualidade.
Mesmo que a legislação defenda a formação continuada, Lopez (2011, p. 16), afirma que é necessário todos da equipe escolar e incluindo os pais a estarem consistentes sobre o processo de aprendizagem e a mediação das ações e relações.
Professores, orientadores, supervisores, direção escolar, demais funcionários, famílias e alunos precisam estar conscientes dessa singularidade de todos os estudantes e suas demandas específicas. Está tomada de consciência pode tornar a escola um espaço onde os processos de ensino e aprendizagem estão disponíveis e ao alcance de todos e onde diferentes conhecimentos e culturas são mediados de formas diversas por todos os integrantes da comunidade escolar, tornando a escola um espaço compreensível e inclusivo.(LOPES,2011,p.16)
Mas ainda falta apoio para estes profissionais se sentirem seguros e preparados para lidar com estes alunos de temperamento difícil e suas dificuldades de comunicação e socialização.
Sendo assim, surgem pontos que podem abrir um leque para inclusão social e o ensino aprendizagem deste individuo na escola. Para que isso ocorra é necessário a instituição além de preparar seus profissionais a inclusão, oferecerem um material de suporte ou auxilia-los na confecção de recursos que seriam fonte de suporte.
Reforçando o posicionamento do professor perante a sua sala e sua turma se deve ter em mente a sua real posição como educador crítico-reflexivo que desenvolva um pensamento autônomo e elabore meios que reflitam na construção do saber mental e cognitivo dos alunos autistas.
Segundo Paulo Freire em seu livro “Educação e Mudança” de 1979, surge a frase que realça o docente a critico reflexo e o motiva a levantar e se desafiar, pois segundo o autor:
“Quando o homem compreende a sua realidade pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode transformá-la e o seu trabalho pode evitar um mundo próprio: seu eu e suas circunstâncias.” (FREIRE, 1979)
Sendo assim, Freire embasa que a premissa para conduzir um cidadão ao desenvolvimento que lhe capacite a indagar e analisar as suas realidades sociais, culturais e históricas, criando a transformação que emancipará a relação professor-aluno e aumentará a autonomia destes discentes.
Para tanto, o docente que trabalha com discentes do espectro autista deve-se preocupar além das condições éticas e morais e busca-las efetiva-las socialmente. Através disso, irá possibilitar meios que o aluno seja a voz ativa que irá trazer sentidos e significados para a construção das ações que poderão ser mediadas perante a aprendizagem escolar e social.
Através desse conceito abordamos Pimenta,2009 que reflete sobre a teoria e a prática educacional, pois segundo suas concepções ela se constrói como nova a partir do docente e discente em relação ao cotidiano e ao mundo, mas que aborde os valores e representações dos saberes de ambas as partes envolvidas.
Do confronto entre as teorias e as práticas, da análise sistemática das prátocas à luz das teorias existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se também, pelo significado de cada professor, enquanto ator e autor, confere à atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes (PIMENTA, 2009, p.19).
Sendo assim, será explanado na próxima temática possíveis estratégias que facilitem o dia-a-dia escolar e que auxilia na inclusão escolar e social dos alunos do espectro autista, mas que é viável para ambos os tipos de alunos e outros um pouco mais específicos.
2.2 ESTRATEGIAS DE CONDICIONAMENTO EM SALA REGULAR PARA AUTISTAS
Em primeiro momento é necessário se remeter as metodologias de ensino que influenciam na abordagem a ser trabalhada com autistas. Dois exemplos comuns são o método ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e o método TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados a Comunicação).
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