A Logística é O Principal Gargalo Para Que O PIB Cresça
Seminário: A Logística é O Principal Gargalo Para Que O PIB Cresça. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 16/7/2014 • Seminário • 1.324 Palavras (6 Páginas) • 256 Visualizações
A logística é o principal gargalo para que o PIB cresça
Publicação: 16 de Outubro de 2013 às 00:00
Andrielle Mendes - repórter
A britânica Salamanca Group, controladora da Ecocil no Rio Grande do Norte, associou-se à operadora de logística sul-africana Grindrod e abriu uma empresa no Brasil para comprar terminais logísticos e armazenar combustíveis e químicos dentro e fora dos portos. A operação foi confirmada ontem pelo presidente da RG Salamanca Capital e da nova empresa – ainda sem nome – Renato Garcia, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE. Segundo Renato, há pelo menos 21 terminais sendo estudados para aquisição em todas as regiões do país nesse momento - nenhum deles no Rio Grande do Norte. A nova empresa, que pretende investir US$ 250 milhões (R$ 441,7 milhões, considerando a cotação do dólar comercial de ontem) em 2014 e 2015, não tem nenhum investimento previsto para o estado “nesse momento”. O único terminal logístico de combustíveis localizado no RN, em Guamaré, não desperta interesse da nova empresa e o Porto de Natal não tem nenhum espaço para ser vendido, justifica Renato Garcia.
Aldair Dantas Renato Garcia: Um momento de mais preocupação e mais cautela pode ser um bom momento para se investir, porque há menos gente querendo investir
Em que segmento essa nova empresa criada após a associação entre a Salamanca Group e a Grindord atuará?
Vamos começar atuando na aquisição dos chamados terminais logísticos de combustíveis e químicos. Esses terminais podem estar em portos ou não.
Ou seja, vocês não pretendem construir terminais num primeiro momento. Apenas comprar, correto?
Isso.
Os Estados onde a empresa comprará terminais já foram definidos?
Não. Nós estamos com uma lista de 21 terminais sendo estudados, em diferente estados do país, em todas as regiões.
Algum no Rio Grande do Norte?
No Rio Grande do Norte, há um terminal na região de Guamaré, mas esse não é o nosso alvo.
Quando definirão que terminais comprarão?
Isso vai depender da negociação com cada um dos terminais. Isso é uma coisa dinâmica. Não é a gente que determina. Quem determina são as negociações com os donos dos terminais.
Mas há planos de comprar terminais ainda em 2013?
Não, começaremos em 2014.
Porque decidiram se associar à Grindord para abrir uma nova empresa e passar a operar nesse segmento?
Essa operadora tem algumas características que nos atraíram. Ela tem uma vasta experiência em logística, começando pelos terminais de combustíveis, ferrovia e em operação de portos.
Essas duas outras áreas também despertam o interesse da nova empresa?
Sim, são áreas que no futuro podem interessar, mas ainda é muito cedo para falar.
Quanto tempo durou a negociação com a operadora de logística Grindord, que terá 50% de participação na nova empresa?
Começamos a conversar em 2012. Estávamos preparados para começar a investir no final do ano passado, mas veio a Medida Provisória dos Portos, e nós tivemos que esperar até entender como isso afetaria o setor.
As mudanças na área portuária afetaram positivamente o setor e fizeram a nova empresa querer investir mais no Brasil?
Sim, fez sim.
A Grindord, que está presente em 34 países, atua também no transporte de cargas. A nova empresa também atuará no transporte de combustíveis e químicos?
Não, seremos simples armazenadores.
Quais seriam seus possíveis clientes?
Grandes empresas que trabalham com combustíveis e produtos químicos.
Imagino que já tenham feito um trabalho de prospecção de clientes no país...
Estamos mapeando o mercado sim, mas não abordamos nenhum futuro cliente porque ainda não temos nenhum terminal. Só podemos abordar os possíveis clientes quando tivermos algo para oferecer.
Li que a nova empresa pode investir até US$ 250 milhões no Brasil em até dois anos. Gostaria de saber se o valor investido pode ser maior que o previsto inicialmente.
Sim, esse valor é um valor alvo. Ele pode ser maior ou menor, dependendo das oportunidades de aquisição que encontrarmos.
A nova empresa diz não ter interesse em comprar o único terminal logístico do RN. Há outros segmentos, porém, que despertariam o interesse do grupo no Estado? A Salamanca já é controladora da incorporadora Ecocil no Estado.
Isso, nós temos a Ecocil, com a família Bezerra, e estamos muito satisfeitos. E por enquanto não olhamos nenhuma oportunidade no estado.
Por falar em Ecocil, como o senhor avalia o segmento imobiliário no Rio Grande do Norte. Segundo agentes do setor, o setor passa por um momento de ajustes.
O setor imobiliário tem ciclos muito claros. Tem picos e tem baixas. O investidor do setor imobiliário tem que entender o padrão cíclico do setor. A Ecocil é uma incorporadora que consegue se destacar mesmo no momento de um mercado não tão quente quanto estava em 2010, porque foi reforçada e está forte tirando proveito, inclusive, desse ciclo de alta e baixa. Para nós isso não é uma preocupação. Estamos satisfeitos, como investidores da Ecocil. Agora nem todas as empresas se prepararam para isso.
No país, vocês já vislumbram oportunidades em outros segmentos, como commodities e minério...
Esse é um passo natural da empresa de armazenagem e logística. A gente começa com alvo em terminais de líquidos e um passo natural, já que deveremos atuar em portos, é investir na armazenagem de sólidos, como as commodities agrícolas e minerais.
O porto de Natal seria interessante para o grupo?
Eu não posso afirmar se é ou não interessante, o que posso dizer é que o Porto de Natal não tem espaço para ser adquirido nem para armazenar líquidos nem sólidos.
Os investimentos da nova empresa serão aplicados no país via Fundo de Investimentos em Participações. Poderia explicar melhor como se dará a aplicação dos recursos?
O Fundo de Investimentos em Participações, que se chama FIP, é uma entidade que tem como objetivo receber recursos de investidores e a partir desse fundo comprar participação em empresas operadores. Nós colocaremos o dinheiro que vem do exterior nesse fundo de participações e esse fundo vai investir nessa empresa nova que criamos. Se a empresa já existisse, a gente compraria suas ações como fizemos com a Ecocil. Como é uma empresa nova, vamos investir o dinheiro nela. Eu serei o presidente dessa nova empresa por um ou dois anos, até ela adquirir alguns ativos e começar a funcionar.
O Brasil vem registrando taxas de crescimento mais modestas. A inflação subiu, o crédito ficou mais caro e o consumo tem crescido num ritmo menor. Esse não seria um momento adverso para se abrir uma nova empresa?
Olhe, nós temos um compromisso de longo prazo com o Brasil e quando se tem um compromisso de longo prazo, você tem que estar preparado para passar por momentos de bonança e momentos de cautela. O momento atual é de cautela, mas isso não quer dizer que não estejamos dispostos a investir. A gente não olha um ano nem dois. A gente olha dez. E dependendo de como se olha, um momento de mais preocupação e mais cautela pode ser um bom momento para se investir, porque há menos gente querendo investir.
E se há menos interessados, é possível que se pague menos pelo que se deseja comprar...
É possível. Se há menos compradores, os preços podem ter alguma redução.
A deficiência que o país tem na área de logística pode se transformar numa grande oportunidade para a nova empresa que surgiu da associação da Salamanca com a Grindord e será presidida por você?
O Brasil tem, de fato, uma deficiência enorme de logística, e este é o principal gargalo para que o PIB cresça. O governo federal está sinalizando e melhorando as condições para atrair investimentos privados. Ainda está longe das condições ideais. Ainda há muito do governo dentro da estrutura legal para quem quer investir nas concessões. Mas com essa visão de que a logística vai requerer muitos investimentos no médio e longo prazo, nós buscamos o nosso sócio e estamos preparados para começar a investir nesse setor. Acho que estamos agindo no momento certo.
A Salamanca Group tem hoje cerca de US$ 2,5 bilhões em ativos. A meta é chegar a 2014 com quanto?
Esse número não é público.
É possível então dizer quanto o grupo pretende faturar e quanto deverá investir no país este ano?
Esses números também não são públicos.
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