A Ultrassonografia

A ultrassonografia é um método de diagnóstico rápido, acessível e não invasivo e para sua utilização efetiva e de qualidade se faz necessário um conhecimento dos princípios físicos e técnicas importantes ao diagnóstico e também anatomia, ou seja, compreender como e porque uma imagem é formada e assim saber interpretar o exame e seus achados.

Este método de diagnóstico utiliza ondas sonoras com frequências acima das audíveis pelo ouvido humano, acima de 20 KHz, chamadas de ultrassom. Na ultrassonografia a imagem se forma através de parâmetros, como comprimento de onda, frequência e velocidade de propagação. O ultrassom, em geral, se propaga através de líquidos, tecidos e sólidos e sofre reflexão e refração nas interfaces onde ocorre uma mudança na densidade, e ao se propagar em um meio e ao passar de um meio para outro, sempre sofre atenuação da intensidade do sinal, devido aos efeitos de absorção, reflexão e espalhamento e tudo isso influencia na qualidade da imagem gerada.

Os transdutores convertem energia elétrica em energia mecânica e vice-versa e são feitos de materiais piezoelétricos. Cada transdutor possui uma frequência de ressonância, e quanto menor a espessura do cristal, maior será sua frequência de vibração, dependendo da aplicação, o elemento piezoelétrico é quem determina a frequência de operação do transdutor. Os transdutores podem ser classificados, de acordo com o tipo de imagem produzida, sendo eles, setoriais, lineares ou convexos. Os transdutores setoriais podem ser eletrônicos ou mecânicos, os lineares e os convexos são eletrônicos. Os setoriais e os convexos dão origem a feixes sonoros divergentes, com campos de imagem em forma de cunha. Os lineares produzem um feixe sonoro de linhas paralelas, dando origem a um campo de imagem retangular.

Os sinais elétricos que são produzidos e processados pelos cristais do transdutor e retornam como ecos ao mesmo e depois ao monitor e são analisados de acordo com a sua força e amplitude. Quanto maior o tempo gasto para receber o eco de uma interface, mais longe da superfície da imagem ele a coloca, assim, quanto mais longe está à estrutura da superfície do transdutor, ela aparecerá de forma mais distante na tela. Sendo assim eles podem ser decodificados de três formas, o modo-A (modo de amplitude), modo-B (modo bidimensional) e modo-M (modo de movimento).

Algumas terminologias são utilizadas para descrever o exame de ultrassonografia como ecogenicidade que se refere à capacidade de diferentes estruturas em refletir as ondas de ultrassom gerando ecos, aneicóico é utilizado quando ocorre ausência de ecos, hipoecóico onde ocorre uma reflexão parcial ou intermediária das ondas de ultrassom e hiperecóico que se refere à alta reflexão das ondas de ultrassom e aparece como uma imagem branca e brilhante na tela.

Os exames de ultrassonografia podem gerar artefatos que são informações que não condizem com a verdadeira imagem da área examinada, por isso é necessário um vasto conhecimento em anatomia, assim como no manuseio do aparelho, evitando assim falsas interpretações. Algumas classificações conhecidas e recorrentes desses artefatos são reverberação, imagem em espelho, lobo lateral, refração, sombra acústica e reforço acústico.

Para auxiliar no diagnóstico de diversas patologias, e também identificar estruturas características em intervenções cirúrgicas, exames complementares como a ultrassonografia e radiografia são utilizados. Algumas vantagens de se utilizar a ultrassonografia são a diferenciação de vários tipos de tecidos, a possibilidade de visualizar estruturas que não podem ser reconhecidas radiograficamente como os ovários, linfonodos, pâncreas, adrenais e estruturas do olho, permite examinar o abdômen na presença de líquido livre, fornece informações de vasos sanguíneos, ser realizada em tempo real, não utiliza radiação, monitoramento de mulheres grávidas e seus fetos, entre outros.