RISCOS ASSOCIADOS AO USO DA ULTRASSONOGRAFIA NA GRAVIDEZ

RISCOS ASSOCIADOS AO USO DA ULTRASSONOGRAFIA NA GRAVIDEZ

RISKS ASSOCIATED WITH THE USE IN PREGNANCY ULTRASONOGRAPHY

Igor Fernando Modesto Garcia1, Handerson Dourado Leite2, Guillermo Lopez3

Resumo

OBJETIVO: Identificar os possíveis riscos causados pelo uso da ultrassonografia na gravidez. MATERIAIS E MÉTODOS: Entre Agosto de 2010 e Dezembro de 2011 foram estudadas, através de informações constantes em publicações eletrônicas de organismos de normalização e controle da área de saúde, as normas que definem as medidas de proteção para os exames de ultra-som para diagnóstico médico. RESULTADOS: Dependendo do tempo de exposição e dos padrões de exposição, pode-se gerar um aumento excessivo da temperatura in situ, causando aquecimento dos tecidos e órgãos, por exemplo, um aumento na temperatura em torno de 4°C durante 4 ou 5 minutos é considerado perigoso para o feto ou embrião, pois sabe-se que a hiper-termia é teratogênica. Se o índice mecânico for superior a 1, durante os exames de ultra-sonografia que envolvam exposição do peito neonatal e infantil, existe um risco de hemorragia capilar no pulmão derivadas da cavitação. CONCLUSÃO: O uso do ultra-som só é considerado seguro quando usado prudentemente, sobretudo no período de gestação no qual, surge o risco da má formação fetal. As pessoas responsáveis pelas exposições devem assegurar que toda e qualquer exposição esteja devidamente justificada e que sigam o princípio da ALARA (1-3).

Unitermos: Ultrassonografia; Riscos; Gravidez; Segurança.

Abstract

OBJECTIVE: To identify the possible risks caused by the use of ultrasound in pregnancy. MATERIALS AND METHODS: Between August 2010 and December 2011 were studied, using information contained in electronic publications from standardization bodies and control of health care, the rules that define the security measures for the examinations of ultrasound for diagnosis doctor. RESULTS: Depending on the exposure time and exposure patterns, one can generate an excessive increase in temperature in situ, causing heating of tissues and organs, for example, an increase in temperature around 4 ° C for 4 or 5 minutes is considered dangerous to the fetus or embryo, since it is known that the hyper-hypothermia is teratogenic. If the mechanical index is greater than 1 during the ultrasound examinations involving exposure of neonatal and infant breast, there is a risk of bleeding in the lung capillary derived from cavitation. CONCLUSION: The use of ultrasound is considered safe only when used wisely, especially during pregnancy in which, there is the risk of birth defects. The persons responsible for the exhibition must ensure that any exposure is justified and to follow the principle of ALARA (1-3).

Keywords: Ultrasound; Risk; Pregnancy; Security.

Introdução

O ultra-som tornou-se uma ferramenta indispensável na prática médica e é inegável a sua importância e benefício para humanidade. No que se refere à obstetrícia sua relevância está no fornecimento de importantes informações como, a do sexo do bebe, a avaliação do crescimento e desenvolvimento fetal, a presença de doenças cromossômicas (síndrome de Down), o estudo da morfologia do bebê, a avaliação da placenta e líquido do amniótico, o diagnóstico e seguimento de doenças da mãe que podem interferir na gestação (mioma), entre outros. Oferecendo um risco mínimo ao paciente, especialmente quando comparados a outras técnicas de imagens diagnósticas.

Contudo, na última década, houve um notório aumento na quantidade de requisições para exames de ultra-som em gestantes e uma tendência geral para aumentar a potência de saída com a introdução da imagem em cores, o uso do Doppler pulsado e outras técnicas que sugiram (2,3). Aumentos dos quais, a maiorias dos atuais artigos relacionados ao uso de ultra-som do Colégio Brasileiro de Radiologia não contemplam (4-8).

Em resposta a estes constantes aumentos na potência da saída acústica, recomendações e normas para o uso seguro do ultra-som foram editadas por diversos organismos internacionais. Além disto, os regulamentos recentes mudaram a ênfase da responsabilidade de modo que um maior ônus fosse colocado no operador para se assegurar de que o ultra-som seja utilizado com segurança, prudência e propriedade.

Entretanto, apesar da existência dessas normas e padrões internacionais, inclusive de instituições das quais o Brasil é signatário, o controle desses equipamentos no país é realizado apenas para o processo de registro sanitário, não sendo identificada qualquer outra avaliação durante o uso. Neste contexto, o objetivo desse estudo é identificar os possíveis riscos causados pelo uso da ultrassonografia na gravidez.

Materiais e Métodos

Entre Agosto de 2010 e Dezembro de 2011 estudou-se as atuais normas da Food and Drug Administration (FDA), Association for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI/IEC) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR IEC 60601-2-37, as quais definem as medidas de proteção para os exames de ultra-som para diagnóstico médico, o Guia para o uso seguro do ultra-som diagnóstico no Canadá (Guildelines for Safe Use of Diagnostic Ultrasound Canada) e duas das associações mais relevantes para o usuário do ultra-som: A American Institutue of Ultrasound in Medicine (AIUM), o British Medical Ultrasound Society (BMUS) e a que têm geralmente na sua estrutura comitês de segurança que estão sempre trabalhando no sentido de alertar e elaborar guias que permitam aos usuários uma aplicação segura do ultra-som diagnóstico.

As variáveis estudadas foram: a relação dos efeitos da onda ultra-sônica na interação com o corpo humano, os seus possíveis efeitos durante a gravidez, as medidas de proteção na ultrassonografia obstétrica e os parâmetros vinculados a segurança, tolerância e incerteza dos exames de ultra-som na gravidez.

Resultados

O relacionamento dos vários parâmetros acústicos de saída (por exemplo, intensidade acústica, pressão, potência etc.) com aspectos biológicos não é bem compreendido até o presente momento. Contudo observaram-se dois mecanismos fundamentais, térmico e mecânico, pelos quais o ultra-som pode induzir os efeitos biológicos (1). Pelo princípio da precaução convencionou-se que os níveis de potência para ultra-som devem ser mantidos a um nível tão baixo quanto prático, sem o comprometimento