A VISÃO DA FAMÍLIA SOBRE A SUA PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES ESCOLARES DE SEUS FILHOS
Exames: A VISÃO DA FAMÍLIA SOBRE A SUA PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES ESCOLARES DE SEUS FILHOS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ANATOLIA • 23/3/2015 • 6.939 Palavras (28 Páginas) • 562 Visualizações
A VISÃO DA FAMÍLIA SOBRE A SUA PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES ESCOLARES DE SEUS FILHOS
Marta Anatolia Marinhak
G – Pedagogia –FAFIUV
Prof.ª Orientadora: Dr.ª Kelen dos Santos Junges
RESUMO:
Visto que cada instância (família e escola) tem suas atribuições quanto ao desenvolvimento educacional do aluno, com base teórica em Szymanski (2007), Paro (1997), Parolin (2005), entre outros, busca-se, nesta pesquisa, descrever a contribuição de ambas como participantes essenciais deste processo. Esses dois contextos precisam manter uma relação saudável que venha a contribuir com o ser aprendente. Assim como a escola, a família tem um papel imprescindível, principalmente quando participa ativamente da aprendizagem do educando. Dessa forma, esta pesquisa tem por objetivo identificar a visão e os interesses da instituição familiar em relação a sua participação nas atividades escolares dos filhos. O estudo justifica-se pela necessidade de evidenciar que essa participação contribui com a aprendizagem e construção da identidade do indivíduo. A metodologia adotada para tanto é teórico-bibliográfica atrelada à pesquisa de campo, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário com questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelas famílias de uma escola de Educação Infantil. Reforça-se, portanto, a importância da boa relação entre escola e família, ambas com um só propósito: colaborar com o desenvolvimento educacional da criança.
PALAVRAS-CHAVE: Escola. Família. Participação.
1 INTRODUÇÃO
Tempos atrás a tarefa de educar era delegada exclusivamente à família. No entanto, com o fluir dos anos, o meio familiar passou por algumas mudanças, as quais pairam, cada vez mais, na necessidade de prover o sustento via ingresso no mercado de trabalho de ambos os progenitores. Com os pais e/ou responsáveis ausentes a maior parte do dia, a função de educar foi sendo repassada, em muitos casos, à escola, lugar essencial à transmissão de conhecimentos para as novas gerações.
Vale pontuar, a princípio, que a participação e interação da família na escola é uma contenda recente. É claro que há muito tempo buscam-se maneiras de envolver esses dois âmbitos, visando a promover a responsabilidade da instituição familiar frente ao desenvolvimento educativo dos filhos.
Nos dias atuais é de suma importância que a família participe ativamente das atividades escolares de seus filhos, caminhando em unidade com a escola. Sendo assim, algumas questões nos fazem refletir: Quais são as atribuições de cada instância, escola e família? Quais os métodos que a escola utiliza para que ocorra essa interação? E a família, por sua vez, busca participar das atividades escolares, visando um melhor desempenho no âmbito educacional de seus filhos?
Para tanto, por meio desta pesquisa, busca-se analisar qual a visão da família sobre a sua participação nas atividades escolares dos filhos.
2 AS ATRIBUIÇÕES DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO APRENDENTE
O ser humano nasce, cresce e se desenvolve em uma família. Nesse contexto, a família é a base da educação da criança, é ali que a criança pode agir naturalmente, sem esconder seus verdadeiros sentimentos. Por conta disso, é vital que haja harmonia e união entre os membros, fator que facilita o desenvolvimento do sujeito aprendente.
Segundo Szymanski (2007, p.22), “[...] a constituição do sujeito inicia-se desde o nascimento da criança que encontra um mundo organizado dependendo da cultura dos pais, os quais impregnam os valores, costumes, modos de agir como também de interpretar o mundo”.
Na primeira infância, os filhos são muito dependentes e necessitam dos adultos para auxiliarem em suas necessidades. Dessa forma, Piletti (1985) pontua que todas as pessoas necessitam de afeto, de relações conciliadoras, sendo que é na família, entre pais e filhos, que essas relações podem se desenvolver.
Pode-se asseverar que a instituição familiar vem passando por diversas transformações, sejam elas de ordem social ou cultural. Nesse ínterim, Prado (1981, p. 12) ressalta que “a família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresenta formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja”.
Contudo, as famílias da atualidade são constituídas sob diversos formatos: pai e pai, mãe e mãe, mãe e avó, entre muitos outros; e já não se preza tanto a formação tradicional, a qual contempla o pai, a mãe e os filhos. Osório (1996, p.56) defende que:
As reconstruções familiares acarretam obviamente mudanças significativas no campo relacional familiar, provocando a emergência de situações sem precedentes, para as quais não há experiências prévias na evolução da família que possam servir de referência para balizar o processo de assentamento sócio-cultural dessas novas formas de convívio social.
Pelo exposto, nota-se que o âmbito familiar pode ser constituído de formas diversas e, por vezes, sem possuir nenhum vínculo civil ou religioso. Entretanto, a harmonia e o afeto existentes na convivência vêm a favorecer a formação da personalidade da criança.
Dessa maneira, no que refere-se à educação, o artigo 205 da Constituição Federal, Brasil (1988) salienta que a mesma é “[...]direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania sua qualificação para o trabalho”.
Durkhein, citado por Piletti (1985), define a educação como ação exercida pelas gerações adultas sobre aqueles que ainda não estão preparados para a vida social. Frente a isso, o objetivo é desenvolver na criança aspectos pleiteados pela sociedade política.
Apesar das mudanças tão significativas na configuração familiar e social, pode-se dizer que a instituição familiar é considerada um lugar para crescer e ter proteção. Sobre isso, Osório (1996, p.12) destaca que “[...] a família continua sendo percebida como a viga mestra de qualquer realinhamento no processo evolutivo do ser humano”.
O meio familiar, por ser o primeiro lugar onde a criança encontra sentimentos que sustentarão a sua personalidade, tem grande participação no processo
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